A hora e a vez de Lando Norris

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RIO DE JANEIRO – Guardadas as devidas proporções, fazia tempo que a McLaren não renovava em 100% sua dupla de pilotos. No ano de 2006 (ou até antes), Fernando Alonso já fora anunciado e veio da GP2 Series uma estrela emergente chamada Lewis Hamilton, para dividirem a equipe no campeonato de 2007 da Fórmula 1.

Doze anos depois, outro espanhol (Carlos Sainz Jr.) chegou para substituir o mesmo Alonso que, após idas e vindas, despede-se da categoria. E nesta segunda-feira foi anunciado um britânico vindo da categoria de acesso, a Fórmula 2.

Coincidências que a vida nos traz…

Lando Norris, para nenhuma surpresa, assume o posto de piloto titular da McLaren, que assim dispensa Stoffel Vandoorne do posto. Era esperado, mas talvez os planos fossem outros, já que o referido novo contratado não faz o campeonato dominante que se esperava na divisão de acesso à Fórmula 1, onde é companheiro de equipe do brasileiro Sérgio Sette Câmara e tampouco lidera a tabela de pontos, algo que cabe a outro britânico, George Russell.

Mas Lando é um piloto de desenvolvimento da McLaren há vários anos, tem bastante quilometragem num carro de Fórmula 1, é jovem – 19 anos – e tem o aval do CEO da equipe, Zak Brown. Como se diz na Argentina, punto y basta.

Por outro lado, temos uma Fórmula 1 que igualmente cobra resultados e que tem poucas vagas. Em suma: Vandoorne perde o assento porque não esteve à altura da aposta feita. Foi um ótimo piloto nas demais categorias, mas quando mais interessou deixou números que deixam dúvidas pairando no ar, somando 22 pontos apenas em 34 GPs disputados.

Isso também significa uma porta fechada para Esteban Ocon – ao que consta, o francês visitou as instalações do time e fez medidas para o assento com vistas a fazer as últimas etapas de 2018 no lugar do próprio Vandoorne, já que é bem possível que o piloto perca sua vaga na “nova” Force India a partir da etapa de Austin, abrindo caminho para Lance Stroll.

Eis um caso oposto ao do belga: Ocon foi 8º em sua primeira temporada completa, é décimo em 2018 e tem 132 pontos somados na carreira, num total de 43 corridas. Tudo bem: o carro dele é bem melhor que o de Stoffel, mas vejam também que nem boas performances são capazes de sustentar alguém em sua própria equipe atualmente.

O esporte é por vezes cruel.

Que a McLaren precisava de uma lufada de renovação, todos nós sabíamos. Pena que para que isso aconteça, exista um preço a ser pago num campeonato que cada vez tem menos equipes e pilotos.

Comentários

  • Norris é muito bom realmente, acho que nesta temporada da f-2 também vem sofrendo um pouco com a Carlin assim como o Sette Camara.
    Mas incomoda o Ocon não ter vaga e ver alguns pilotos tão burocráticos como Bottas e Sainz garantidos; isso sem contar os Strolls, Sirotkins e Ericssons da vida … pior que isso, só se a Toro Rosso trazer de volta o Kvyat pro ano que vem… essa regra da superlicença devia ser revista pela FIA.

  • Punto y basta,,,,, gostei,,,
    Rezar pra que esse garoto faça um bom trabalho….
    Não é um puta equipe mas, tem seu momentos de luz,, e quem sabe acertam tbm um engenheiro top…
    Boa sorte Norris…….

  • Mais uma decisão errada da McLaren, assim como a da Red Bull com Gasly.

    A F1 virou um reality show pra vagas numa boys band, o cara chega verde de tudo e, em pouquíssimo tempo, ou deslancha ou tem a carreira destruída.

    A vinda de Hartley e a possível volta de Kvyat são sintomas disso.

  • Norris é muito merecedor da vaga, pilotou muito bem nas categorias de base. Interessante o caso do Vandoorne, dominou completamente a GP2 em 2015, isso depois de já ter uma ótima atuação em 2014, porém na McLaren não fez nada, acho que ter como parceiro o Alonso explica muito sobre isso

  • A F1 precisa se reinventar. Precisa de mais equipes, e circuitos mais espetaculares. Carros mais interessantes, com diversas propostas e guerra de pneus. E nada de artificialismos como DRS. Em suma, renovar tudo.

    • Aí entra outro problema, os pilotos que fazem parte dos programas de desenvolvimento das equipes, O Russell só vejo um único caminho para entrar na F1, que é via Williams por causa dos motores Mercedes.
      O Norris na McLaren, Fuoco (Ferrari) na Sauber, Markelov na Renault, Ticktum (Red Bull) na Toro Rosso são outros exemplos.

  • A Mariana Becker havia comentado durante a transmissão que o Toto Wolff queria um contrato de apenas 1 ano enquanto a McLaren queria o Ocon por dois anos. Pelo visto então o Toto Wolff não cedeu.

  • Não acho justa a situação de Vandoorne. Nunca, em verdade, teve um carro 100%.
    Assisti diversos treinos livres em que ficava parado nos boxes com a equipe batendo cabeça para “acertar” sua máquina.
    Acontecia muito com Kimi quando era “companheiro” de Alonso (que já vai tarde).
    Será coincidência?
    Duvido.
    Justo com o belga seria dar um ano de sobrevida para, aí sim, mostrar a que veio.
    É muito fácil criticá-lo nas atuais circunstâncias.