Ogier conquista triunfo importante no Rali da Grã-Bretanha

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Sem ganhar qualquer prova do WRC desde o Tour de Corse, Sébastien Ogier reage num ponto crucial da temporada para triunfar pela 44ª vez na carreira, quinta no Rali da Grã-Bretanha, disputado em Gales

RIO DE JANEIRO – Parece que de todas as competições sancionadas pela FIA com caráter de Mundial, o WRC é que terminará com a disputa mais encarniçada. Com dois eventos – Catalunha e Austrália – por vir e 60 pontos em jogo, difícil apontar favoritismo para qualquer um dos postulantes. O embate se avizinha tão interessante quanto histórico.

São três os pilotos na briga, por três construtores diferentes. O Rali da Grã-Bretanha, todo (ou quase) disputado em Gales no último fim de semana, poderia ter posto ainda mais lenha nessa batalha, se Ott Tänak tivesse cumprido o mesmo papel demonstrado na Finlândia, Alemanha e recentemente na Turquia. Vencendo novamente, o estoniano da Toyota chegaria a quatro triunfos consecutivos – cinco em 2018 – e encostaria, ou talvez até passasse o então líder Thierry Neuville.

Tänak cumpriu com brilhantismo a tarefa no primeiro dia, mas depois o motor de seu Yaris resolveu deixá-lo e ao seu navegador Martin Jarvejoja na mão. Como efeito, o piloto voltou muito atrás na disputa e somente para coletar pontos do Power Stage – o que conseguiu, fazendo com que Tänak não deixasse escapar de vista seus adversários.

Sem vencer desde o Tour de Corse, Sébastien Ogier precisava de um resultado à altura de suas pretensões para continuar vivo pelo hexacampeonato e garantir assim o 15º título seguido de um francês (de nome Sébastien, inclusive) no WRC. Com a saída de Tänak do páreo, o piloto da M-Sport Ford teve que se virar para superar Jari-Matti Latvala – e também ao outro finlandês da equipe japonesa, Esapekka Lappi – para ganhar a antepenúltima etapa da temporada (e o Rali da Grã-Bretanha pela quinta vez, inclusive) e pôr mais pressão no líder.

Para Thierry Neuville, não foi o fim de semana dos sonhos. O belga cometeu alguns erros, em especial no sábado, que o deixaram distante do pódio. Acabou em 5º lugar e ainda fez mais dois pontos no Power Stage, com o quarto tempo da especial derradeira. Com isso, o piloto da Hyundai sai do País de Gales com 189 pontos, sete de vantagem para Ogier e 21 para Tänak. Qualquer deslize na etapa da Espanha e “já élvis”.

No mais, Craig Breen salvou as honras da casa e da Citroën, que já garantiu a volta de Ogier para 2019, com um bom quarto posto. Andreas Mikkelsen, com o sexto lugar na prova e no campeonato continua sendo, na minha opinião, a maior decepção da temporada.

A disputa entre os pilotos e carros do WRC2 teve triunfo finlandês, com Kalle Rovanperä vencendo em sua quinta participação na temporada e concluindo a disputa em 9º lugar na geral, somando pontinhos na classificação de pilotos do WRC. O nórdico é, no entanto, o quarto colocado na classificação de sua categoria, com 65 pontos.

Com o 2º lugar em Gales e o décimo na geral, Pontus Tidemand disputou seu sexto evento no ano e chegou a 111 pontos, contra 125 do líder Jan Kopecky. No WRC2, é bom lembrar, são considerados apenas os seis melhores resultados de um total de 13 provas e os pilotos são, na média, inscritos em pouco mais da metade dos eventos do campeonato. Então a batalha também está em aberto, embora Kopecky é quem apareça com mais chances – já que das cinco provas que disputou em sua classe, venceu todas.

Resultado final do Rali da Grã-Bretanha:

1 – Ogier-Ingrassia (Ford Fiesta WRC) – 3.06’’12”5
2 – Latvala-Anttila (Toyota Yaris WRC) + 10”6
3 – Lappi-Ferm (Toyota Yaris WRC) + 35”1
4 – Breen-Martin (Citroen C3 WRC) + 1’10”4
5 – Neuville-Gilsoul (Hyundai i20 WRC) + 1’10”4
6 – Mikkelsen-Jaeger (Hyundai i20 WRC) + 1’15”9
7 – Paddon-Marshall (Hyundai i20 WRC) + 1’18”4
8 – Østberg-Eriksen (Citroen C3 WRC) + 1’21”6
9 – Rovanpera-Halttunen (Skoda Fabia R5) + 9’14”7
10 – Tidemand-Andersson (Skoda Fabia R5) + 10’48”9

Classificação do campeonato:

1. Thierry Neuville – 189 pontos
2. Sébastien Ogier – 182
3. Ott Tänak – 168
4. Esapekka Lappi – 104
5. Jari-Matti Latvala – 98
6. Andreas Mikkelsen – 83
7. Dani Sordo – 60
8. Craig Breen – 59
9. Hayden Paddon – 55
10. Teemu Sunninen – 54
11. Elfyn Evans – 53
12. Mads Østberg – 52
13. Kris Meeke – 43
14. Jan Kopecky – 17
15. Sébastien Loeb – 15
16. Pontus Tidemand – 12
17. Henning Solberg – 8
18. Bryan Bouffier, Marijan Griebel e Simone Tempestini – 4
21. Kalle Rovanperä – 3
22. Lukasz Pieniazek, Chris Ingram e Gus Greensmith – 2
25. Pedro Heller, Yoann Bonato e Stéphane Lefévbre – 1

Comentários

    • Por mais que muitos, que não aguentam mais ver só ele ganhar campeonato, se revoltem caso isso acontecer, vai ser uma das maiores viradas da história do campeonato. Não sei se comparável por exemplo, a 2001, quando Burns chegou em terceiro na última etapa e derrotando McRae por apenas dois pontos, mas com certeza seria espetacular. E sinceramente to torcendo pra isso, é o último do Ogier de Ford, a equipe deve voltar a estaca zero ano que vem com a ida dele pra Citroen, foi uma longa espera até ver a equipe de volta ao topo do WRC.. o título de construtores deve mesmo ficar com a Hyundai. Então o Ogier se despedindo da equipe com mais um título de pilotos, será ótimo.