Agora, faltam 19…

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Nas graças da equipe: a vitória de Lewis Hamilton, 72ª da carreira do britânico, deu o pentacampeonato de Construtores à Mercedes-Benz

RIO DE JANEIRO – Dez vitórias em 20 corridas: uma campanha irretocável de um grande campeão, que agora mira dois recordes – o de títulos mundiais e de vitórias. A julgar pelo que temos visto na Fórmula 1 atualmente, não será difícil que Lewis Hamilton alcance tais marcas e se coloque como o maior piloto de sua geração.

O GP do Brasil foi bem legal. Sem Safety Car, foi a corrida mais rápida da história de Interlagos. Durou pouco mais de 1h27min, média superior a 210 km/h para o vencedor. Mas a história poderia ter sido diferente se não tivesse acontecido o entrevero entre Esteban Ocon e Max Verstappen.

O incidente decisivo para o destino da corrida em Interlagos aconteceu na 44ª volta. Verstappen liderara entre as voltas 19 e 35 e após seu pit stop na passagem 36, cedeu a liderança a Daniel Ricciardo, que pouco depois precisou parar para trocar pneus. O holandês da Red Bull passou Hamilton, recuperou a liderança e quando tudo parecia crer que ele chegaria à sexta vitória na carreira, havia um Ocon no meio do caminho.

No S do Senna, os dois se acharam. Verstappen rodou e ficou putaço dentro do cockpit. Não é para menos: o incidente mudou o destino do GP do Brasil. Mas o contato entre os dois era evitável, se o piloto do carro #33 tivesse tido o mínimo de paciência. Ocon resolveu jogar com o que tinha, já que estava com pneus mais rápidos e buscava descontar a volta. Estava no seu direito de fazer isso e tentou. E Verstappen tem sua parcela de culpa na situação.

O imbróglio não acabou ali. Pelo rádio, Max avisou que chamaria Ocon às falas e o holandês cumpriu a promessa. Na garagem da pesagem obrigatória, após a corrida, ele deu uns empurrões em Ocon, que ficou indignado com a conduta do rival e colega de profissão.

“Ele não foi profissional. O comportamento dele é muito violento”, comentou o francês, que há alguns anos era adversário do próprio Verstappen na Fórmula 3 europeia.

Não obstante o gesto obsceno que fez no cockpit, mostrando o dedo médio a Ocon, Verstappen não economizou nos epítetos. “Idiota” e “Cuzão” foram as palavras ‘carinhosas’ que o holandês dedicaria ao seu antagonista.

Certo é que a FIA não gostou da reação de Max: a entidade máxima do desporto automobilístico soltou comunicado pouco depois da corrida afirmando que Verstappen fará dois dias de trabalhos comunitários como pena, sob supervisão. A reação de Verstappen para com Ocon foi apoiada pelo seu chefe na Red Bull, Christian Horner. “Pra ser sincero, acho até que ele foi contido em sua atitude, porque isso lhe custou a vitória”, comentou o dirigente.

Tretas à parte, Hamilton agradeceu penhoradamente e, mesmo com um carro saindo de frente e produzindo muitas bolhas nos pneus, chegou à sua 72ª vitória na carreira. A conquista foi importante para a Mercedes-Benz, que segue hegemônica na categoria. O construtor da estrela de três pontas é pentacampeão do Mundial de Construtores no fim de semana da 100ª pole position da marca na Fórmula 1.

A segunda vitória em Interlagos no país de seu ídolo Ayrton Senna foi motivo de orgulho para o “Comandante Hamilton” e a festa no box dos alemães foi regada a muito champagne. O inconformado Verstappen, mesmo com o 2º lugar, foi a estrela da corrida com grandes ultrapassagens e a liderança que poderia ter sido traduzida em vitória. E Kimi Räikkönen foi brilhante na defesa de posição contra Daniel Ricciardo para conquistar seu 12º e importante pódio no ano – já que o finlandês chega à última etapa em Abu Dhabi na frente do compatriota Valtteri Bottas e de Verstappen, na briga pelo terceiro lugar no campeonato.

De resto, a destacar a apagada apresentação de Sebastian Vettel, que ficou num modesto 6º lugar e mais uma excelente prova de Charles Leclerc, sétimo colocado com uma Sauber que evoluiu absurdamente ao longo do campeonato. Essa foi a nona vez que o monegasco pontuou na temporada. A equipe está num razoável 8º posto no Mundial de Construtores, anos-luz à frente da Williams e tendo deixado para trás a Toro Rosso nas últimas etapas.

Agora aguardemos pelo próximo dia 25 para uma última corrida que não terá mais absolutamente nada a decidir, exceto quem fecha o top 3 do Mundial de Pilotos. E será a despedida de Fernando Alonso da categoria, num ano em que nada deu certo.

Don Alonso de las Asturias merecia coisa muito melhor. Bicampeão com 32 vitórias em 311 GPs, 22 pole positions e 97 pódios, o espanhol fará muita falta com sua ausência. Eu acho que os dois títulos – apenas – que conquistou, não mostram o gigantismo desse cara que é um fenômeno e continua dando o que falar no esporte.

Comentários

  • Concordo contigo acerca de tudo que foi escrito neste post:

    Hamilton venceu merecidamente pois além de correr dentro das possibilidades e de não ter errado, ainda por cima segurou a barra quando o carro começou a escorregar e a sofrer com o desgaste dos pneus.

    Enquanto isso, Verstappen e Ocon cometeram essa molecagem: Ocon foi imbecil pois não cedeu espaço no S do Senna, desesperado em tentar recuperar volta. Verstappen foi ainda mais imbecil, primeiro porque foi otimista demais naquele lance no S do Senna, e depois foi atrás do Ocon para xingá-lo e empurrá-lo na pesagem. E para piorar, Horner e Marko defenderam o holandês, abrindo um precedente para a próxima etapa, em Adu Dhabi.

  • Foi uma corrida ótima, das melhores desde 2012 em Interlagos. Que fase da McLaren hein, só não sinto mais pena pois esportivamente, todo castigo para o Alonso é pouco

  • 2019 está prometendo duelos interessantíssimos…Vettel tentará a todo custo devolver o título perdido para Hamilton, já Verstappen, terá que suar muito para derrotar a nova estrela da F1, C Leclerc….

  • Após algum tempo consegui assistir a íntegra de uma prova da F-1, e Interlagos mais uma vez nos oferece uma boa corrida numa categoria que há tempos está devendo em termos de espetáculo.

    Com relação ao entrevero Esteban Ocon e Max Verstappen, só posso dizer que o holandês é um completo idiota. Vendo e revendo o acidente, só consigo enxergar o francês emparelhado pelo lado de dentro de uma curva à direita, com o holandês por fora fazendo uma tomada como se não houvesse outro carro ali.

    Max Verstappen é quem deveria ter sido punido durante a prova por ter jogado seu carro contra o de Esteban Ocon.

    Sobre a atitude do holandês após a prova, a FIA, mais uma vez, agiu muito mal. E isso poderá ter conseqüências no futuro.

  • Até que enfim uma opinião sensata sobre o que aconteceu com Max e Ocon. O holandês não pode simplesmente esperar que o francês desaparecesse com o carro e fazer a tomada da segunda perna do S daquele jeito.

  • hamilton guia muito, pilota muito,é um dos melhores pilotos da atualidade, mas tendo um companheiro de equipe fraco e sem auto estima que é o caso do bottas, que não ganhou uma corrida sequer esse ano, ai é facil né hamilton ganhar várias corridas, queria ver lewis hamilton tendo como companheiro de equipe na mercedes , alonso ,ricciardo ou verstappen se ele ganharia tão fácil as corridas, assim é fácil ganhar várias coridas ,com um fraco e bota fraco piloto como companheiro de equipe como é o caso do bottas.

  • Verstappen é um moleque, sem tirar, nem por, um moleque. Como bem disse Hamilton – indiscutvelmente a maior autoridade do assunto -, pra que disputar curva com um cara que tá uma volta atrás?

    Mesmo se Max, do alto de sua enorme imaturidade, quisesse ficar na frente de qualquer jeito, as duas próximas curvas eram do lado onde ele esteva, não havia necessidade alguma de fechar a saída do S.

    O holandês teve a carreira mais bizarramente acelerada de todos os tempos, e a falta de maturidade é evidente, Leclerc, por exemplo, parece ser muito mais centrado, e isso vai se traduzir em resultados.

  • 2019…….7 vitorias. vice campeão.
    2020…….9 vitorias campeão.
    2021…….9 vitorias campeão..
    ai entra com pedido de aposentadoria…..kekekekekke….esse é foda viu….

  • Sobre o incidente Ocon, x Verstappen, alguns cometários soltos:

    1 – Tirar a volta de vantagem do lider é um procedimento absolutamente licito, e traz um enorme beneficio: se houver um safety car o carro que está a frente do lider tem direito de encostar no final do pelotão agrupado. Pesoalmene nao gosto dessa regra, mas ela existe e é licita.
    2 – Ocon estava de pneus vermelhos novos contra amarelos usados do Max, então, estava no momento mais rapido do seu carro da F1 B.
    3 – pelo video da camara do carro do Ocon, recentemente postado no GP, fica claro que Ocon deu 2 voltas atras de Max antes de tentar a ultrapassagem. Então, zero de fator surpresa para Max.
    4 – pelo mesmo video fica claro que Max “fechou a porta” para um retardatário (!!!!), movendo seu carro para a esquerda bem antes da tomada do S, dando o lado externo para a ultrapassagem.
    5 – Ocon estava com o bico do carro a frente de Max, quando Max decidiu tangenciar a segunda perna do S, não tomando conhecimento de Ocon.
    6 – Seria necessário ver a telemetria da Racing Point, mas acredito que Ocon tirou o pé e, como vimos, levou o carro para fora da pista pra tentar evitar o contato. No momento do toque Max estava ligeiramente a frente e Ocon totalmente fora da pista.

    Na minha opinião Max foi o culpado, ao ignorar a tentativa de ulrapassagem e tentar bloquear Ocon. Como ele tem feito repetidas vezes, até mesmo com o companheiro de equipe. Aparentemente Max acredita genuinamente que não é permitido ultrapassá-lo !!! Então, ele deveria ser punido e Ocon apenas advertido, por ter tentado uma manobra ousada sobre o lider da corrida.

    Outro ponto a ressaltar é que o Engenheiro de Max deveria te-lo avisado: Deixa o Ocon passar, ele não representa perigo algum, então não se coloque em risco.

    E, finalmente, só pra relembrar: “Suzuka in 1993, when F1 debutant Eddie Irvine enraged Ayrton Senna by unlapping himself”. O Irvine, de Jordan, ultrapassou o lider Senna, quando era retardatário. E o Senna ficou muito puto !!! No final da Prova, foi nos boxes da Jordan e deu um soco na cara do Irvine. Tudo muito parecido com o momento recente, exceto que eles não se tocaram. E a atitude do Senna foi tão ou mais reprovável que a do Max agora.

    Antonio