Direto do túnel do tempo (425)

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O Príncipe Bira, aqui num Maserati CLT 48 em 1951, ousou desafiar nomes como Ascari, Fangio, González, Farina e outros. E não se saiu mal. Marcou pontos três vezes e chegou em duas oportunidades na 4ª colocação

RIO DE JANEIRO – Houve uma época muito distante em que a Tailândia figurou no mapa-mundi da Fórmula 1 – antes até do Brasil. Cortesia de Biragbonse Bhanubandh, o Príncipe Bira do Sião (antigo nome de seu país) que, educado na Inglaterra, apaixonou-se perdidamente pelo automobilismo.

O nobre nascido em 1914 na capital Bangcoc desafiou os grandes pilotos dos anos 1950 nos primórdios da categoria máxima, que ganhou uma denominação pouco após o fim da II Guerra Mundial. Bira guiou os modelos Osca-Maserati, Maserati (CLT48, A6CGM e 250F), Gordini e Simca-Gordini, além dos britânicos Connaught – estes últimos, quando a Fórmula 2 ganhou status de Fórmula 1 e seus carros foram para a turma de cima, na primeira mudança técnica de regulamento.

Em 19 corridas que disputou, chegou duas vezes em 4º lugar – o que por si só foi um feito, já que não era propriamente um piloto profissional. No GP da Suíça inaugural, disputado em Bremgarten, largou em oitavo para completar a prova na melhor posição de sua carreira. Repetiria o resultado em 1954, na última temporada que disputou, com um modelo 250F da Maserati, numa ótima atuação no circuito francês de Reims, em que esteve inclusive muito perto do pódio.

Bira tornou-se, após a carreira na Fórmula 1, um iatista olímpico – esporte muito mais longevo que o automobilismo. Participou de quatro competições de vela entre 1956 e 1972. Em 1985, morreu de infarto fulminante, aos 71 anos. Mas já havia deixado seu nome marcado na história do esporte, muito tempo antes da estreia de Alex Albon em 2019.

Há 64 anos, direto do túnel do tempo.

 

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