Super GT: vem, decisão!

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Com este carro, Jenson Button e Naoki Yamamoto tentarão o título do Super GT, que poderá ser o primeiro em oito anos de uma dupla da Honda na GT500

RIO DE JANEIRO – Tá chegando a hora: neste domingo, o Super GT japonês assistirá a uma grande decisão de campeonato. A prova de 250 km de percurso marcada para o circuito misto de Twin Ring Motegi com cerca de 4,8 km de extensão, vai reunir 43 carros divididos nas classes GT500 e GT300, onde as principais vedetes são as equipes e pilotos que lutam pelos troféus de campeão da temporada 2018.

E na pista da Honda, o construtor tem uma oportunidade rara de ver um de seus carros brigando pelo posto de número #1 do ano, com dois pilotos acostumados a títulos e conquistas. Jenson Button – campeão mundial de Fórmula 1 em 2009 – e seu parceiro Naoki Yamamoto, recém-coroado campeão pela segunda vez da série de monopostos nipônica Super Fórmula, vão tentar um feito histórico para o Team Kunimitsu e quebrar uma escrita incômoda: há oito anos, a Honda não sabe o que é ter uma dupla campeã na GT500.

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Na busca do bi, a dupla Nick Cassidy/Ryo Hirakawa chega a Motegi com os mesmos 67 pontos de Button e Yamamoto em Motegi

A concorrência é forte e atende pelo nome de Tom’s. O time campeão do ano passado está na busca do bi com a mesma dupla formada por Ryo Hirakawa e Nick Cassidy, que chegam a Motegi rigorosamente empatados em pontos com Button e Yamamoto. O que dá a vantagem aos pilotos do carro #100 é o ponto extra conquistado pela pole alcançada em Sugo, na prova em que foram vitoriosos.

Mas eles não estão sozinhos, porque a matemática ainda aponta chances a outros rivais: 3º colocado na tabela com 55 pontos, Yuhi Sekiguchi tentará ganhar o Super GT de forma solitária, já que Kazuki Nakajima, seu parceiro no carro #36 do au Team Tom’s não disputou todas as corridas. O japonês terá a calculadora como aliada para fazer contas e saber com que combinação de resultados pode levar a taça.

É o mesmo caso de Tomoki Nojiri/Takuya Izawa, que defendem a equipe ARTA do ex-piloto de Fórmula 1 Aguri Suzuki. Com 50 pontos somados, a dupla do carro #8 depende muito de uma vitória (com ponto extra da pole, de preferência) e de os principais rivais marcarem no máximo três pontos e Sekiguchi não ir além de um 2º lugar. Talvez as chances dos pupilos de Suzuki sejam meramente retóricas, mas em automobilismo tudo é possível.

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Com boa vantagem de pontos, Shinichi Takagi e Sean Walkinshaw chegam como favoritos à final entre os competidores da GT300

Na GT300, a chance pode sorrir para seis duplas, mas os mais capacitados são exatamente os que vêm na frente: Sean Walkinshaw/Shinichi Takagi têm 60 pontos e 12 de vantagem para Haruki Kurosawa/Naoya Gamou. A dupla do BMW M6 GT3 da equipe ARTA – que também alinha um carro nesta categoria – conquistou um importante 4º posto na rodada anterior em Autopolis, saindo de 22º entre 25 carros em sua divisão. Um resultado que ampliou a vantagem em relação aos rivais que guiam um Mercedes-AMG GT3 da K2 R&D Leon Racing.

Os atuais campeões estão no modo “enquanto tem bambu, tem flecha”: a Goodsmile Racing Hatsunemiku segue com chances matemáticas e com possibilidade de fazer o bicampeonato da divisão com Nobuteru Taniguchi/Tetsuya Kataoka. Vencedores na etapa passada em Autopolis, Morio Nitta/Yuichi Nakayama reúnem possibilidades assim como Katsuyuki Hiranaka/Hironobu Yasuda, da equipe Gainer.

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Canto do cisne: o modelo Prius com motor central e sistema híbrido sai de cena ao fim do campeonato por conta da mudança de regulamento técnico da GT300 em 2019

A dupla Koki Saga/Kohei Hirate, terceira colocada com 14 pontos a menos que os líderes, pode conquistar o título na corrida de despedida do modelo Prius, com sistemas híbridos. O carro dotado de motor central 3,4 litros V8 (o mesmo usado no início do WEC pela Rebellion Racing) e de baterias de ion-lítio, sai de cena ao fim deste campeonato. A regra é clara: a partir de 2019, não serão permitidos modelos com motores montados nessa posição. Há a especulação de que a versão Mark V do Toyota Supra seja substituta do Prius na competição.

Falando ainda em despedidas, o Team Taisan – de grande tradição no automobilismo japonês – fará sua despedida no domingo. Os equipamentos e carros da escuderia, que chegou a disputar não faz muito tempo as 24h de Le Mans, irão a leilão. E entre os pilotos, os veteranaços Satoshi Motoyama (47 anos) e Yuji Tachikawa (43 anos) devem se despedir do esporte.

Motoyama é a autêntica lenda viva do esporte em seu pais. Foi quatro vezes campeão da hoje Super Fórmula (então conhecida como Fórmula Nippon) e venceu três vezes o Super GT, sendo duas delas no formato Japanese Grand Touring Championship (JGTC).

Tachikawa não é menos importante na história do automobilismo japonês, com três coroas de campeão – uma no JGTC em 2001 e duas no Super GT, em 2005 e 2013. Com mais de 100 participações consecutivas, também faz jus ao status de um dos pilares da categoria que hoje é uma das mais importantes do automobilismo mundial.

Só para lembrar: os 250 km de Motegi não terão o “lastro do sucesso” para os pilotos e equipes das duas categorias. E o blog, óbvio, vai trazer o vídeo com a decisão do campeonato ao vivo e na íntegra, na madrugada de sábado para domingo.

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