White Album, 50

RIO DE JANEIRO – Fãs de (boa) música e leitores do blog: saibam que no próximo dia 9 completa-se meio século de lançamento do White Album, um dos trabalhos mais controvertidos da discografia dos Beatles.

E o grupo dos quatro rapazes de Liverpool, mesmo décadas após o seu fim prematuro, continua despertando diferentes sensações e rendendo dinheiro para os herdeiros do espólio musical da banda.

A loja The Beatles Store, por exemplo, está comercializando edições comemorativas do cinquentenário do disco, com direito a libreto, camisetas e até jaquetas incluidas no preço de compra, a gosto do freguês. Tem até vinil sendo vendido, logicamente com a versão remixada do “Álbum Branco”, tal como será também disponibilizada nas plataformas digitais como o Deezer e o Spotify.

E justamente por alusão a este relançamento histórico e comemorativo, o canal dos Beatles no YouTube traz o clip de uma das canções que mais gosto – obrigado, John Lennon! – “Glass Onion”. Essa não foi uma das imortalizadas em videoclipe e agora fica sendo, mesmo muito tempo depois.

John, Paul, Ringo e George merecem.

Comentários

  • E mesmo sendo um álbum espetacular, o White Album marcou o inicio do fim dos Beatles porque começou ai as rusgas e desentendimentos entre o quarteto que culminou no fim da banda.

  • As gravações do White Album tinham sido pra lá de tensas como George Martin tinha relatado pois os integrantes da banda já não estavam mais se entendendo como antes, sendo que cada um deles gravava em estúdios separados e o clima era tão pesado que acabou culminando com a saída de Geoff Emerick(engenheiro que trabalhou com os Beatles desde Revolver) e Ringo Starr que posteriormente retornaria a pedido dos outros três integrantes.

    E a ausência do Ringo fez com que Paul McCartney assumisse a bateria nas gravações de Back in the U.S.S.R. e Dear Prudence.

    • Tem outra situação: Eric Clapton tocou em “While My Guitar Gently Weeps”. Óbvio que não seria creditado. Não foi. E George Harrison retribuiria a gentileza no disco do Cream tocando “Badge” como L’Angelo Mysterioso, porque os Beatles eram da Apple/EMI e o Cream, da RSO/PolyGram.

  • O fato da banda ter deixado de se apresentar ao vivo foi um liberador criativo e, ao mesmo tempo, reforçou o individualismo crescente entre eles, muito em causa do processo de amadurecimento de Paul e George e da vida nada estável de Lennon.

    Esse novo modo de trabalhar já ficou evidente no Sgt. Peppers, Within Or Without You, por exemplo, só tem a participação de Harrison. No White Album as coisas ficaram ainda mais livres, dando ao disco a cara multifacetada e, dadas as crises internas, o tom reflexivo e provocador da coisa.

    A partir do Revolver e até o Abbey Road, temos o mais poderoso Tour de Force da música pop em todos os tempos, nada se compara a quantidade e qualidade de ideias e conceitos propostos pela banda.

    O grupo, tão identificado com bailes e ideias adolescentes no começo, foi justamente o responsável por dar ao rock – e, por exetensão, a música pop em geral -, seu carater artístico, individualista, conflituoso e profundo, sem o qual o mundo não seria o que conhecemos.

  • Se não estou enganado, é o álbum no qual George Harrison conseguiu emplacar suas canções por mais vezes 3 ou 4. Dentre elas estava a já citada While my guitar gently wheeps.

    Acho que foi nesse álbum que Harrison sentiu que sua eventual carreira solo era plenamente viável e rentável.

  • Inclusive Rodrigo, o crescimento de George Harrison como compositor de 1a linha foi considerada uma das principais causas de separação dos Beatles, já que ele estava pedindo passagem e sempre esbarrava em Lennon e McCartney..