24h de Daytona: em tarde de recordes quebrados, Mazda conquista pole position

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Vinte e seis anos depois de PJ Jones a bordo do espetacular Eagle Toyota, Oliver Jarvis conquista enfim o recorde de Daytona para Protótipos (Foto: Reprodução Twitter/Mazda)

RIO DE JANEIRO – Tarde histórica no treino classificatório para a edição 2019 das 24h de Daytona. Recordes detonados nas quatro categorias em disputa e, principalmente, a quebra oficial de uma marca que já perdurava havia 26 anos.

Após a melhor volta no ROAR, Oliver Jarvis voou no Daytona International Speedway em seu circuito misto: o britânico de 35 anos fez o tempo de 1’33″685, superando o 1’33″875 de PJ Jones para a conquista da pole position da prova realizada em 1993.

“Isto é fruto de trabalho muito duro. Agora, vamos nos concentrar na corrida”, afirmou John Doonan, da Mazda Motorsports.

Além da marca histórica quebrada nesta quinta-feira, os protótipos DPi conseguiram também superar e por muito a pole position de Renger Van der Zande no ano passado. Não há mais dúvidas que só nos pneus Michelin, que substituem os Continental usados até o ano passado, os carros melhoraram em performance e velocidade.

E quem chegou perto da Mazda foi a Penske com seus dois Acura DPi: segundo e terceiro no grid, com Ricky Taylor a 0″188 da pole e Juan Pablo Montoya a quatro décimos. Eles são o recheio do sanduíche com sabor japonês, já que o quarto mais rápido foi Jonathan Bomarito no outro Mazda.

Isso deixou o melhor Cadillac DPi-V.R em 5º com o brasileiro Felipe Nasr, que marcou 1’34″433 e ficou a 0″748 da pole. A grande surpresa da qualificação foi o excelente 7º tempo do estreante argentino Agustín Canapino, enquanto o #5 da Action Express enfrentou problemas técnicos e não pôde completar uma única volta. Filipe Albuquerque e seus parceiros se obrigam assim a largar da última posição entre os protótipos.

O que numa corrida de 24 Horas de duração não chega a ser um bicho de sete cabeças. “O importante é ficar longe dos problemas”, frisou o pole Oliver Jarvis.

Entre os LMP2 também houve progressos: o melhor tempo dos carros com motor Gibson V8 de 600 HP de potência foi mais rápido que a pole do ano passado. O australiano James Allen teve a honra de conseguir a primeira pole após a separação dos DPi, com o tempo de 1’35″904 a bordo do #81 da DragonSpeed.

Não foi só nos protótipos que as marcas vigentes caíram em Daytona. Nos Grã-Turismo houve uma triturada a granel das marcas mais rápidas das categorias GTLM e GTD.

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O “efeito Brumos” surtiu: a Porsche levou a pole na GTLM com Nick Tandy (Foto: Reprodução Twitter/Porsche)

Para a Porsche, o “efeito Brumos” parece ter sido positivo. O britânico Nick Tandy fez o melhor tempo da sessão oficial em 1’42″257 – três décimos abaixo de Jan Magnussen, o antigo recordista do traçado com o Chevrolet Corvette C7-R. O Ford GT EcoBoost – que também aposta em visuais retrô neste fim de semana – foi terceiro com Ryan Briscoe, à frente da Ferrari da Risi guiada pelo italiano Davide Rigon.

Nenhuma novidade: os nove carros ficaram dentro do mesmo segundo. Mas os BMW M8 GTE não tiveram possibilidades de estar na briga. O #24 que terá Alex Zanardi a bordo foi qualificado por John Edwards, que foi o sétimo mais veloz. Connor De Philippi estabeleceu o oitavo tempo do grupo, no bólido do brasileiro Augusto Farfus.

Já na GTD, a surpresa foi das mais agradáveis: Marcos Gomes veio “pé no porão” total e fez a pole com a Ferrari 488 GT3 da Via Itália Racing, que carrega o prosaico número #13. Quem disse que não dá sorte?!?

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Marcos Gomes comemora a pole da GTD (Foto: Reprodução Twitter/Grande Prêmio)

O piloto de 34 anos superou também a antiga marca do circuito – que pertencia a outro brasileiro, Daniel Serra. Após marcar o tempo de 1’45″257, ele não escondeu a satisfação. “Quero agradecer à toda equipe pelo empenho e trabalho. O carro veio melhorando e evoluindo a cada treino. Agora é focar na corrida. São 24 Horas, é uma prova muito dura. Daytona tem uma parte mista muito estreita, tem o banking e a freada para a curva 1, que é muito difícil”, analisou Gomes.

Surpresa das surpresas, Ben Keating foi o segundo mais rápido com a Mercedes-AMG “retrô” nas cores da Wynn’s, que terá Felipe Fraga a bordo. O texano – de graduação bronze – foi apenas 0″067 mais lento que a pole position. Trent Hindman classificou o Acura #86 da Meyer-Shank Racing em terceiro, com outra zebra, o jovem italiano (19 anos) Giacomo Altoè classificando em quarto o Lamborghini Huracán EVO da Ebimotors.

Ao todo, 13 dos 23 carros da mais numerosa categoria do plantel das 24h de Daytona ficaram dentro do mesmo segundo. Entre eles, a Ferrari #51 da Spirit of Race, classificada por Mathias Lauda – e que terá Daniel Serra – com a sexta melhor marca, em 1’45″852. Bia Figueiredo foi escalada para qualificar o Acura #57 de tripulação feminina, mas o tempo não veio em relação ao ROAR. Dona do melhor tempo no início do mês, desta vez ela ficou apenas em 11º na classe – com 1’46″116.

Mas o que vale para todos os que já falamos sobre a corrida, vale também para ela. “O importante é a gente se manter na mesma volta dos líderes”, comentou antes de gravar segunda-feira o Fox Nitro.

Ainda hoje, quinta-feira haverá um treino noturno, com presença compulsória de todos os pilotos, a partir de 19h locais – 22h de Brasília.

O Fox Sports 2 transmite as 24h de Daytona neste fim de semana. Anotem os horários:

Sábado a partir de 18h30 – até por volta de 21h30, com este que vos escreve na narração e Edgard Mello Filho nas análises e comentários.

Domingo, a partir de 15h30 – até a quadriculada – comigo nos comentários e análises e Thiago Alves na narração.

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