Vídeos históricos – há 30 anos, o último GP do Brasil no Rio (1989)
https://www.youtube.com/watch?v=0SpU7b_7H4Y&t=804s
RIO DE JANEIRO (Só resta a saudade…) – Dia 26 de março de 1989. Ninguém podia prever, mas aquela data marcou o último GP do Brasil disputado no Rio de Janeiro.
Mesmo para um dia de início de outono, estava quente pra burro, fazia sol e o Autódromo de Jacarepaguá (saudades…) estava lotado. Mansell fez uma corrida sensacional em sua estreia na Ferrari e venceu vindo de sexto (foi na Hungria que ele venceria vindo de 12º – olha a memória me traindo…), com Alain Prost chegando em segundo e Maurício Gugelmin em terceiro. Foi o primeiro e único pódio do piloto da March na Fórmula 1.
A corrida carioca caiu em desgraça por conta de todos os episódios que nortearam o acidente de Philippe Streiff, que ficaria tetraplégico, num acidente em testes de pré-temporada. O então prefeito Marcello Alencar nada fez para a corrida seguir na cidade, o GP do Brasil foi dado a princípio como cancelado (isso é verdade) e o presidente da CBA Piero Gancia, junto com Luiza Erundina, então eleita para assumir o município de São Paulo em 1988, salvaram a corrida levando-a de volta a Interlagos.
Após a mancada do “Velho Barreiro”, o autódromo de Jacarepaguá começou a experimentar a lenta decadência que culminaria no seu assassinato, com as ‘bençãos’ de Cesar Maia – outro grande vilão do esporte a motor no estado, Eduardo Paes e principalmente do sr. Carlos Arthur Nuzman, antigo e nefasto presidente do COB.
E o legado olímpico? O que é feito dele, afinal?
Enfim: no vídeo acima está a íntegra da abertura do campeonato de 1989, o primeiro desde 1976 a ter um grid 100% com carros de aspiração normal e cuja lista de inscritos tinha incríveis 38 carros. Aconteceram coisas hilárias no pré-corrida, como a Onyx testando seu carro no extinto kartódromo Maqui-Mundi, em busca de quilometragem antes do treino que separaria cinco inscritos (não foram quatro porque a AGS só levou um carro) para os treinos oficiais, que tinham máximo de 30 pilotos.
A Fórmula 1 no Rio de Janeiro era uma zona.
Mas uma zona deliciosa de se viver e lembrar.
Era ainda uma época nostálgica no Brasil, eu lembro que o público ia para o autódromo de trajes de banho no mar, era bem quente em Jacarepaguá.
Também me lembro de outras corridas, como o Brasileiro de marcas, com Voyages, Fuscas, Passats, entre outros correndo, tinha uma curva, que os carros levantava a roda traseira ao fazê-la.
Para os padrões da Formula 1 de hoje, era um circuito que propiciava vácuo e ultrapassagens com uma certa facilidade.
É uma pena que virou “Parque Olímpico”, se pelo menos reutilizassem o local para desenvolver num local de treinamento para atletas, centro de performance e até mesmo sede das Confederações esportivas, além de dormitório para atletas, dando utilidade para as instalações, seria bacana, mas aqui é Brasil e infelizmente só se descobre a roubalheira, quando algum ladrão denuncia o crime dos outros.
Cara, houve uma época em que o pessoal ia de roupa de banho pro Maracanã. Eram outros tempos, outros costumes.
Estava lá. Vibrei muito com o pódio do Gugelmim.
Detalhe importante é que tão logo acabou a corrida, a globo estreava o primeiro Domingão do Faustão, que segue aí há 30 anos assombrando os domingos da TV aberta. Nesse dia ele enalteceu muito a imagem do Gugelmin, o ‘herói improvável’ do dia
Longe de querer corrigir, pois você tem uma memória de elefante e é uma enciclopédia de auromobilismo, mas o Leão largou em sexto. A corrida em que ele largou em décimo segundo e venceu foi na Hungria, no mesmo ano.
Tem toda razão, Claudio!
Mattar, eu não costumo comentar mas admiro seu trabalho e leio seu blog diariamente.
Esta vitória do Mansell foi a primeira de um carro com um cambio semi-automático. Lembro muito bem da novidade para a época, do pessoal falando que não tinha alavanca em H, que o negócio era muito novo, apostando se ia chegar ao final ou quebrar antes. No final a Ferrari 640 “bico-de-pato” do gênio John Barnard triunfou na estreia da nova tecnologia que viria a se tornar padrão posteriormente.
Então fica aqui uma sugestão de post, se é que ainda não foi publicado, para o oráculo: qual foi a última vitória de um carro na F1 com cambio manual, alavanca em H?
E falando em saída da F1 fico preocupado com o cenário pós atual contrato pois o mesmo se encerra em 2020 e quem terá que renová-lo é a atual administração que quer vender Interlagos. Não vejo noticia alguma sobre um novo contrato. Abraços.
O Rodrigo deve ter a informação correta, mas eu acredito que a última vitória de um carro com câmbio na alavanca foi do Schumacher, em Spa 1992.
Correto, Pedro Henrique.
O March 881, equipado com motor Judd V8, que deu o terceiro lugar a Maurício Gugelmin foi projetado por Adrian Newey.
Imagine o que teria sido a Leyton House March com um pouco mais de dinheiro e organização.
atuando por trás a carvalho rosken…MAM
Jacarepagua foi um autodromo lendario nao só de nosso pais mas do mundo automobilistico. Terá algum outro autodromo recebido F1, Moto GP (com nome velho ainda) e Formula Indy velha de guerra na epoca que ela ainda era boa.