Chuva interrompe abertura do Super GT em Okayama: ARTA vence prova curta

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A ARTA venceu a primeira etapa do Super GT em Okayama, numa corrida interrompida pelo péssimo tempo no Japão neste domingo

RIO DE JANEIRO – Depois ainda tem quem diga que não existe aquecimento global: teve dilúvio em Monza, neve (neve!) em Nürburgring no fim de semana do VLN e também em Assen numa das baterias do WSBK, o Mundial de Superbike. E o mau tempo atrapalhou a prova inaugural do Super GT, disputada neste domingo em Okayama.

Aliás, antes de falar da (curta) corrida inaugural, bola fora para a GTA: com um campeonato de 44 carros, cheio de ótimos pilotos, com um antigo campeão de Fórmula 1 ostentando em 2019 o número #1 em seu carro, como é que os organizadores não se preocupam com o público internacional?

Com o canal da Nismo TV convertido em “Lets Go Racing”, foi perdida uma plataforma importante de divulgação da principal categoria japonesa e asiática de Grã-Turismo. Sem uma parceria de divulgação do campeonato em mídia digital, a primeira corrida não foi exibida para um público cada vez mais ávido em consumir categorias que sejam alternativas saudáveis à mesmice da Fórmula 1 e a chatice de algumas corridas da Indy.

Acabou que pelo menos nesse fim de semana foi melhor assim, considerando as circunstâncias: a chuva truncou a disputa, a prova não chegou sequer à sua metade das 82 voltas programadas e os pontos foram distribuídos pela metade.

A vitória foi da ARTA com a dupla Takuya Izawa/Tomoki Nojiri, após somente 30 giros cumpridos – ou seja, foram pouco mais de 100 km percorridos, equivalentes a um terço da distância regular. De resto, foi isso: a dupla pole position formada por Tsugio Matsuda/Ronnie Quintarelli ficou com o segundo posto e James Rossiter/Daiki Sasaki fechou em terceiro.

Os campeões Button/Yamamoto acabaram em último na GT500 porque acabaram acertados por um adversário – ironicamente um Honda, guiado por Koudai Tsukakoshi, parceiro de Bertrand Baguette; enquanto o melhor Lexus na “disputa” foi o carro da WedsSport, com Yuji Kunimoto/Sho Tsuboi fechando na sexta posição.

Na GT300, inversão de posições em relação à formação do grid: a K-Tunes venceu na categoria com o Lexus RC-F GT3 de Morio Nitta/Sena Sakaguchi, superando Nirei Fukuzumi/Shinichi Takagi, da ARTA, com o Honda NSX-GT3 EVO. A Saitama Toyopet Green Brave foi ao pódio com seu Mark X Mother Chassis conduzido por Hiroki Yoshida/Shigekazu Wakisaka.

O mau tempo provocou também acidentes – responsáveis por duas bandeiras vermelhas. Num desses acidentes, o Aston Martin da D’Station Racing guiado por Tomonobu Fujii/João Paulo de Oliveira acabou acertando em cheio o Nissan GT-R da Gainer Tanax Racing de Kazuki Hoshino/Keichi Ishikawa, que dividiu uma curva com o Lamborghini da JLOC/ManePa de Takashi Kogure/Yuya Motojima, e levou a pior. Outros dois carros foram levados de roldão no incidente, deixando a disputa interrompida por cerca de 45 minutos.

A gota d’água foi a aquaplanagem seguida de batida da Mercedes-AMG da equipe Arnage, de Masaki Kano/Ryosei Yamashita, em pleno período de Safety Car. A direção de prova avaliou as condições e por volta de 16h27 locais, decidiu não dar mais continuidade à disputa.

Essa foi a primeira vez em mais de 20 anos que uma prova do Super GT termina com pontos distribuídos pela metade: em 1998, uma corrida disputada em Fuji terminou antes do tempo por conta da forte neblina e da chuva – e de um quase acidente fatal com Tetsuya Ota. Veja ou relembre essa “panca” monumental no vídeo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=GwCfaNRS-JQ

A próxima etapa do campeonato – espera-se que com menos intempéries que o normal – será os 500 km de Fuji, no dia 4 de maio.

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