Cravada em Xangai

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É cravada que fala, né? Pois Bottas, sem cerimônia, meteu tempo em Hamilton e finalmente mostrou porque chegou à China para o milésimo GP da história como líder do Mundial de Pilotos

RIO DE JANEIRO – Por incrível que possa parecer, Valtteri Bottas deu uma “cravada” em alto estilo no companheiro de equipe e pentacampeão mundial de Fórmula 1, como que avisando o seguinte: pra vencer o histórico GP de número #1000 da Fórmula 1, é por cima do finlandês que Lewis Hamilton terá que passar.

Foram apenas 0″023 separando os dois pilotos da Mercedes-Benz na formação do grid de largada e, pela primeira vez em muito tempo, temos um início de campeonato com três pilotos diferentes largando da pole position. E tem mais: há oito anos o top 10 não era formado por pares de cinco equipes. Mercedes na primeira fila, Ferrari na segunda, Red Bull na terceira, Renault na quarta e Haas na quinta.

Ainda sobre diferenças entre os pilotos, a de Vettel, terceiro no grid para Charles Leclerc foi ainda mais baixa, com 0″017 entre ambos. E foi gritante o abismo entre Max Verstappen e Pierre Gasly, logo na primeira prova do francês avançando ao Q3 pela equipe rubrotaurina – quase nove décimos de segundo. Se “Mad” Max ainda conseguiu ficar dentro do mesmo segundo de Bottas, o mesmo não pôde ser dito a respeito do gaulês.

A Renault também avançou ao Q3 pela primeira vez em 2019 e os dois pilotos da Régie ficaram muito próximos – somente quatro milésimos separaram Hülkenberg de Ricciardo. A dupla da Haas não marcou tempo no último treino – decidiram poupar pneus para a corrida deste domingo.

No Q2, ficaram pelo caminho a Toro Rosso com Kvyat, a Racing Point de Sergio Pérez, a Alfa de Kimi Räikkönen (fora de um Q3 pela primeira vez em 53 provas consecutivas) e as duas McLaren. Kvyat foi “saído” por apenas 0″012 – essa foi a desvantagem dele para Daniel Ricciardo.

De resto, na turma da rabeira, ficaram os suspeitos de sempre – Stroll e a dupla da Williams, o que não se constitui em novidade alguma. O acidente fortíssimo de Alex Albon no terceiro treino livre tornou inviável a participação do tailandês no treino classificatório. Ele se resignará em partir da última fila, tendo como companheiro de infortúnio o italiano Antonio Giovinazzi, cujo carro da Alfa Romeo teve problemas de motor e não conseguiu deixar os boxes durante o Q1.

O escriba aqui apostou em Charles Leclerc para a vitória, no bolão do Fox Nitro. Mas pressinto que terei problemas: parece que a dupla da Mercedes está forte – a despeito de alguns pequenos erros de Hamilton – e Vettel não está disposto a entregar a paçoca. Pelo menos é o que seu discurso pós-treino dá a entender.

Veremos… tomara que o GP da China seja bacana como a data redonda e histórica merece – embora não possamos esquecer que, a priori, faltariam 11 corridas para a milésima, se fosse levada a ferro e fogo a questão do regulamento técnico. E isso, claro, mudaria toda uma trajetória e todos os demais vencedores centenários. Mas fica o registro.

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