WTCR abre com três vencedores, triunfo do novo Lynk & Co e Björk na liderança

201947211037
O novo modelo Lynk & Co, do grupo Geely, com powertrain Volvo, chamou a atenção ao ganhar a terceira corrida no Marrocos com Thed Björk e somar três pódios no fim de semana: o sueco sai da primeira rodada com a liderança do campeonato

RIO DE JANEIRO – A abertura da temporada 2019 do WTCR foi até que bastante animada no circuito Moulay El-Hassam, no Marrocos. A pista, com pouco menos de 3 km de extensão, duas retas relativamente longas e muitas curvas de baixa velocidade, era de difíceis ultrapassagens. Posição de largada era garantia de 50% do serviço feito e uma boa largada, aliada a uma sólida performance, completavam os outros 50% para se conquistar uma vitória ou um pódio.

E foi exatamente isto o que aconteceu, tanto na prova de sábado quanto nas duas corridas deste domingo. Quem largou na primeira fila teve enormes possibilidades de subir no degrau mais alto do pódio, num traçado que não traz alternativa alguma a quem busca a chamada “corrida de recuperação”.

No sábado, o argentino Estebán Guerrieri, com um dos Honda Civic do time de René Münnich, começou muito bem o ano e com pontuação máxima. Fez a pole e venceu de ponta a ponta, resistindo a pressão do novo Lynk & Co do sueco Thed Björk, enquanto o 3º colocado na pista, o francês Jean-Karl Vernay (Audi) levou uma punição de cinco segundos e perdeu o pódio para o também argentino Néstor “Bebu” Girolami, parceiro de Guerrieri nessa temporada.

Augusto Farfus estreou no WTCR e pela Hyundai com uma posição discreta no grid e uma corrida idem, que só o permitiu terminar em 15º na pista. Com punições a dois pilotos – Frédéric Vervisch e Mikel Azcona – fechou em décimo-terceiro e somou três pontinhos na prova #1.

Neste domingo, houve uma sessão classificatória dividida em três partes – Q1 com todos os 26 pilotos inscritos, Q2 com os 12 mais rápidos que avançaram e Q3 (Superpole) com os cinco melhores do Q2 e mais pontos extras distribuídos aos competidores. O grid da prova #2 foi decidido com a inversão do top 10 do Q2 e assim a pole foi para o holandês Nick Catsburg (Hyundai).

A largada do companheiro de equipe de Farfus foi exemplar e ele se manteve na liderança, até que… numa tomada de curva o carro simplesmente deu uma súbita guinada à direita e o piloto bateu na barreira de pneus. Mais tarde, soube-se que foi um problema crônico de freios – embora aparentemente fosse uma falha de suspensão ou da direção do Hyundai do holandês.

A entrada do Safety Car foi benéfica e de colher para o campeão Gabriele Tarquini: o veteranaço piloto italiano de 57 anos, que recebera da equipe o aviso para maneirar o ritmo por conta do aumento da temperatura da água do motor de seu i30, conseguiu não só manter o controle da situação, como resfriar os freios e vencer com pouco mais de três segundos para Vernay. A Lynk & Co foi ao pódio novamente, desta vez com Yann Ehrlacher, sobrinho do multicampeão Yvan Muller. Farfus somou mais cinco pontos: chegou em 11º lugar.

O intervalo relativamente curto entre o fim do Parque Fechado e a abertura de box não foi o suficiente para permitir a Nick Catsburg largar na prova #3. Assim, o grid ficou com 25 carros e o pole Frédéric Vervisch “dormiu” no ponto, permitindo que Muller e Björk o ultrapassassem.

Logo na primeira volta, o carro de segurança foi acionado: Ehrlacher tentou uma manobra que considerei na transmissão do Fox Sports otimista demais sobre os Honda de Tiago Monteiro e Guerrieri, que forçou um pouco por dentro, mas não acintosamente – pelo menos na minha análise. Ninguém tirou o pé e Ehrlacher, que já apontara o carro para a tomada de curva,  foi mandado direto para o muro de proteção. A corrida de Monteiro, que bateu no francês, também chegou ao fim.

Yvan Muller relargaria como líder, mas por pouco tempo. Seu Lynk & Co perdeu rendimento, ao mesmo tempo em que Augusto Farfus jazia parado no meio da pista por quebra de câmbio. Sem potência e performance, o francês conseguiu se arrastar aos boxes para abandonar a disputa, deixando Thed Björk para segurar o ímpeto de Vervisch e do 3º colocado, o espanhol Mikel Azcona (Cupra).

Nas últimas voltas, o Safety Car foi novamente acionado quando o Audi de Jean-Karl Vernay perdeu os freios traseiros e o francês rodou indo de encontro à barreira de pneus. Como a escapatória é próxima à tomada da curva (a mesma em que bateu Catsburg) e o sol já se punha no Marrocos, a direção de prova decidiu não aumentar o total de voltas – que já subira para 23 – e terminar a disputa em bandeira verde.

Pró-forma, o Safety saiu na última volta e Björk venceu, com Vervisch e Azcona fechando o pódio. Logo na terceira prova do ano, o Lynk & Co conquista sua primeira vitória e o modelo chinês com powertrain de um modelo SUV da Volvo – que é do mesmo grupo (Geely) – somou três pódios no Marrocos.

O campeonato começa com Björk líder, somando 61 pontos contra 56 de Estebán Guerrieri e 49 do atual campeão Gabriele Tarquini. A próxima etapa é no fim de abril, no circuito do Hungaroring, em Budapeste.

Classificação após a 1ª rodada do WTCR:

1. Thed Björk (Lynk & Co) – 61 pontos
2. Estebán Guerrieri (Honda) – 56
3. Gabriele Tarquini (Hyundai) – 49
4. Néstor Girolami (Honda) – 34
5. Frédéric Vervisch (Audi) – 32
6. Jean-Karl Vernay (Audi) e Mikel Azcona (Cupra) – 29
8. Yann Ehrlacher (Lynk & Co) – 24
9. Tiago Monteiro (Honda) – 20
10. Andy Priaulx (Lynk & Co) – 18
11. Yvan Muller (Lynk & Co) e Norbert Michelisz (Hyundai) – 17
13. Gordon Shedden (Audi) – 12
14. Augusto Farfus (Hyundai) – 8
15. Kevin Ceccon (Alfa Romeo) e Ma Qing Hua (Alfa Romeo) – 7
17. Daniel Haglöf (Cupra) e Nick Catsburg (Hyundai) – 6
19. Attila Tassi (Honda) e Rob Huff (Volkswagen) – 5
21. Mehdi Bennani (Volkswagen) e Tom Coronel (Cupra) – 4

Comentários

  • Muito legal ver um grid com vários modelos Rodrigo, pena mesmo foi a pista apertada e com poucos ou nenhum ponto de ultrapassagem, onde fica a lição de não correr nas pistas da FE.
    Agora é esperar pra ver os carros numa pista de verdade e claro, torcer pelo Augusto!

    • Silvio, só um lembrete: a pista do Marrocos já existia antes de ser usada pela Fórmula E. O WTCC já corria ali na versão maior de 4,5 km e depois na menor.