Sob polêmica, vitórias de Björk em Zandvoort aproximam sueco da liderança do WTCR

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O domínio da Lynk & Co. (carros azuis à frente) nos treinos em Zandvoort incomodou às equipes do FIA WTCR. Houve protestos, reuniões a portas fechadas com a organização, BoP extra… mas o modelo oriental/sueco venceu duas na Holanda

RIO DE JANEIRO – Os bastidores da 4ª rodada tripla do FIA WTCR pegaram fogo (ou quase) em Zandvoort, local da etapa do último fim de semana. Em reunião secreta com os organizadores da competição, houve um movimento para que a corrida fosse boicotada por pelo menos quatro equipes. O que na prática, poderia representar mais da metade do grid debandando – se estas escuderias fossem times que alinham quatro veículos, feito por exemplo a Comtoyou e a Sébastien Loeb Racing.

Os protestos foram por conta do domínio dos Lynk & Co nos treinos classificatórios para a prova #1. Os modelos azuis construídos pela Geely/Volvo, que teoricamente são de fábrica mas na prática, não, posto que alinhados pela Cyan Racing, fizeram 1-2-3-4 na definição do grid e só não monopolizaram as duas primeiras filas porque Yann Ehrlacher foi punido por bloqueio indevido a um rival – o brasileiro Augusto Farfus – com a perda de cinco posições, largando em nono.

Pressionada, a turma responsável pelo WTCR tascou um BoP extra. Os carros orientais perderam 2,5% de potência – nove cavalos na prática – e houve um acréscimo de peso mínimo com mais lastro.

Foi melhor assim, mas não muito. Por duas vezes, Thed Björk venceu na Holanda. E o sueco de 39 anos agora está na luta pela liderança. No sábado, ele dominou de ponta a ponta a corrida #1 sem ser incomodado por absolutamente ninguém, num traçado de difíceis ultrapassagens – o que terá de ser melhorado para o país voltar a receber a Fórmula 1 não está no mapa…

Yvan Muller não ameaçou Björk – comboiou o colega de equipe para ser o 2º colocado e Mikel Azcona, que com uma bela largada superou Andy Priaulx, chegou em terceiro, enquanto o britânico ainda perdeu – nos instantes finais – a quarta posição para o sueco Johan Kristofferson.

Na prova #2, com a inversão do top 10 do Q2, Esteban Guerrieri, com seu Honda Civic da equipe de René Münnich, partiu da pole para o topo do pódio. Também não foi ameaçado por nenhum adversário e com o resultado, assumiu de vez a liderança do campeonato, já que no sábado sua vantagem para Néstor Girolami era de apenas um ponto.

Muito mais satisfeitos com o pódio do que com qualquer outra coisa, o alemão Benjamin Leuchter e Kristofferson enfim levaram os Volkswagen Golf GTi TCR ao parque fechado dos vencedores, enquanto o brasileiro Augusto Farfus, que não concluiu a disputa #1, chegou em 6º lugar, atrás ainda do local Nicky Catsburg e de Mikel Azcona.

E na etapa #3, Björk voltaria a vencer, invertendo com Yann Ehrlacher, que fez a pole position mas – por uma questão hierárquica (a.k.a classificação do campeonato) – não foi oposição dura ao nórdico. A Hyundai e a equipe BRC usaram do mesmo expediente para Norbi Michelisz não perder muitos pontos: Augusto Farfus fez uma belíssima corrida, lutava pelo pódio e estava em 3º. Mas pelo rádio, recebeu comunicação na última volta para tirar o pé e permitir que o húngaro o ultrapassasse.

Como efeito, o brasileiro está em 12º na tabela, agora com 75 pontos, após seu melhor resultado neste campeonato. Björk saltou para 150 pontos e está a onze de Guerrieri, que foi apenas o oitavo colocado na etapa #3 em Zandvoort. “Bebu” Girolami teve um fim de semana infeliz e agora é o terceiro, com 135 pontos.

A próxima rodada tripla é uma das mais aguardadas da competição, já que acontecerá no “Inferno Verde” de Nürburgring, no Nordscheleife, como um dos eventos suporte da tradicional prova de 24 Horas de duração que está prevista para daqui a um mês.

Classificação do campeonato após quatro rodadas e 12 corridas:

1. Estebán Guerrieri (Honda) – 161 pontos
2. Thed Björk (Lynk & Co.) – 150
3. Néstor Girolami (Honda) – 135
4. Norbert Michelisz (Hyundai) – 130
5. Mikel Azcona (Cupra) – 120
6. Yvan Muller (Lynk & Co.) – 108
7. Gabriele Tarquini (Hyundai) – 106
8. Yann Ehrlacher (Lynk & Co.) – 88
9. Jean-Karl Vernay (Audi) – 86
10. Nicky Catsburg (Hyundai) – 80
11. Fréderic Vervisch (Audi) – 78
12. Augusto Farfus (Hyundai) – 75
13. Ma Qing Hua (Alfa Romeo) – 70
14. Rob Huff (Volkswagen) – 55
15. Johan Kristofferson (Volkswagen) – 47
16. Kevin Ceccon (Alfa Romeo) – 39
17. Aurélien Panis (Cupra) – 38
18. Andy Priaulx (Lynk & Co.) – 37
19. Benjamin Leuchter (Volkswagen) – 36
20. Daniel Haghlöf (Cupra) – 35
21. Tom Coronel (Cupra) – 24
22. Niels Langeveld (Audi) – 23
23. Gordon Shedden (Audi) – 22
24. Tiago Monteiro (Honda) e Mehdi Bennani (Volkswagen) – 20
26. Attila Tassi (Honda) – 16

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