“ABC” da Asian Le Mans Series

RIO DE JANEIRO – Eu sei que a Asian Le Mans Series só recomeça em 28 de abril no circuito chinês de Zhuhai e que as inscrições estão abertas até março. Mas não custa nada explicar aos leitores e leitoras do blog como se desenhará este campeonato com um “ABC” básico da estrutura de regulamento do futuro certame asiático, que dará a chance às equipes orientais de competir nas 24 Horas de Le Mans em 2014.

Categorias

Quatro classes estarão na AsLMS em 2013. Basicamente, é o mesmo esquema que norteia a European Le Mans Series. A categoria principal será a LMP2, com seus protótipos cost capped, cujos motores são derivados em sua maioria de blocos de série. Teremos também a Le Mans Prototype Challenge (LMPC), monomarca de chassi e motor com a plataforma Oreca FLM09 e o propulsor Chevrolet LS7 de 6,3 litros preparado pela Katech. É uma categoria que pode atrair muitas equipes e pilotos, pelo custo mais acessível.

A LMGTE agrega todos os modelos Grã-Turismo enquadrados no regulamento LMGT2 e a LMGTC será aberta aos carros Cup das séries asiáticas (Porsche, Ferrari, Lamborghini, Audi e Lotus), aos modelos enquadrados no regulamento GT3 e também aos inúmeros modelos do Super GT japonês na classe GT300. É marca que não acaba mais: Aston Martin, Ferrari, Porsche, Corvette, Lamborghini, Mercedes-Benz, BMW, Audi e as orientais Honda, Subaru, Nissan e Toyota, sem contar carros como o Shiden, o ARTA Garaiya e por aí afora.

bureau técnico estabelece um Balanço de Performance (BOP) entre os diferentes modelos, com margem de 3%. Nas classes LMP2 e LMGTE, o critério será o mesmo estabelecido no FIA WEC, com relação à potência (acréscimo ou decréscimo de 5%), peso (até 30 kg extras) e combustível (até 10 litros a menos nos reservatórios). A identificação dos números será esta: fundo azul na LMP2, rosa na LMPC, verde na LMGTE e branco na LMGTC, onde a numeração será provavelmente de cor escura.

Títulos em disputa

A Asian Le Mans Series distribuirá troféus de campeã a todas as equipes que ganharem as quatro classes em disputa. Os pilotos também serão consagrados campeões nas suas categorias. A equipe vencedora na classe LMP2 ganha um convite direto para a 82ª edição das 24 Horas de Le Mans, assim como o melhor time da divisão LMGTE. Por sua vez, a escuderia campeã na LMGTC leva uma vaga automática na classe LMGTE-Am em Sarthe e o melhor time da LMPC poderá participar do Journée Test das 24 Horas de Le Mans, desde que tenha participado de todas as provas do campeonato de 2013.

Quanto à pontuação, ela será a mesma do FIA WEC, acrescida de um ponto para o pole position de cada subclasse. Um bônus de 10 pontos será oferecido às escuderias que disputarem todas as provas de 2013, ao fim do campeonato. A categorização dos pilotos obedece ao critério FIA, com os mesmos divididos em platina, ouro, prata e bronze.

Nacionalidades dos participantes

A AsLMS fechou questão quanto à classe LMP2, onde será admitida a participação de um integrante com a graduação platina ou ouro. O segundo piloto de cada carro será, obrigatoriamente, de nacionalidade oriental comprovada ou ter passaporte de cada um destes países: Birmânia, Brunei, Cambodja, Cingapura, China, Coreia do Sul, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, Mongólia, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia e Vietnam.

Casos extras como de pilotos dos Emirados Árabes Unidos, Austrália ou dos países banhados pelo Oceano Pacífico serão analisados pelo bureau da Asian Le Mans Series. Todas as quatro categorias terão que atender ao requisito de possuir um piloto profissional e outro amador, o chamado gentleman driver, ou seja: a AsLMS será um certame “Pro-Am”.

Treinos e corrida

Estão programados, para cada evento, dois treinos livres, com duração de 60 minutos, cada. A qualificação segue o mesmo critério do FIA WEC: 20 minutos de treino para LMGTC e LMGTE e mais vinte para LMP2 e LMPC. As corridas serão disputadas todas com duração de 3 horas, em Zhuhai, Xangai, Ordos, Inje, Mount Fuji e Sentul.

Comentários

  • É capaz da categoria LMGTC fazer mais sucesso que a GT2. O que não seria algo ruim. Outra coisa que eu gostei foi a duração das provas com 3 horas. Acho que o WEC deveria adotar este formato também.

  • Nino possivelmente a GTC fará mais sucesso devido ao maior número de carros na região, e o mesmo qto a abrir para GT3s deveria ser seguido pela ELMS e a futura ALMS/Grand-Am.

    Mas a duração é sacanagem, onde fica o Endurance em provas de 3 horas, pra mim deveriam ser etapas mais longas, 6 horas mesmo, e realizando quando possível em conjunto com o WEC.

    Off Topic Mattar alguma chance de adicionarem mais provas ao WEC??