Galeria do hepta, 2

A redenção: vinte e um anos após Jody Scheckter, Michael Schumacher quebra um longo jejum de pilotos da Ferrari na Fórmula 1 e leva o terceiro título da carreira, por antecipação, no GP do Japão, em Suzuka. Foram nove vitórias em 17 corridas. Título incontestável a bordo da F1-2000.

Barbada: com mais nove vitórias para o currículo, Schumacher chega a mais um título e ultrapassa uma marca histórica na temporada 2001. Ao vencer o GP da Bélgica, o mesmo da estreia na categoria e o da primeira vitória, o alemão supera a marca de 51 triunfos na Fórmula 1, recorde que pertencia a Alain Prost. Na classificação final, ele aparece quase com o dobro dos pontos do vice, David Coulthard.

Em 2002, Schumacher chega ao 5º título na Fórmula 1, igualando o recordista Juan Manuel Fangio. É um ano de sonho para o alemão, que pontua em todas as corridas, ganha onze delas e é campeão com seis etapas de antecedência, em julho, no GP da França. A Ferrari só não precisava ter feito o que fez em 12 de maio daquele ano, no fatídico GP da Áustria, mandando Rubens Barrichello dar passagem para Schumi.

A temporada de 2003 é a mais difícil de todas que o piloto alemão venceu. Algumas nuances do regulamento não foram favoráveis e o sistema de pontuação, diminuindo a diferença entre primeiro e segundo colocados deixou a disputa teoricamente mais equilibrada. Ao contrário dos três anos anteriores, ele só foi campeão na última corrida, no Japão, e com um suado 8º lugar. Ao longo do ano, foram seis vitórias e sua vantagem para o vice Kimi Räikkönen foi de apenas dois pontos.

A normalidade foi restabelecida na temporada 2004, de mais recordes para a carreira do alemão. Além do heptacampeonato e de enfileirar o quinto título consecutivo, Schumacher venceu 13 dos dezoito GPs disputados e, se não fosse por uma batida em Mônaco, teria ganho – provavelmente – as 13 primeiras corridas do ano. Foi campeão na Bélgica, em Spa, com um 2º lugar. No total, marcou 148 pontos, a maior pontuação dele na Fórmula 1 até aquela data.

Atípico: eis um ano em que Schumacher carregou o número #1 em seu carro e não foi campeão. A temporada 2005 teve novas mudanças no regulamento, as trocas de pneus foram proibidas, exceto em caso de furo. E os pneus Bridgestone, que equipavam a Ferrari, não eram tão competitivos quanto outrora. Resultado: o alemão chegou apenas em 3º lugar, longe do campeão Fernando Alonso. E só venceu no controvertido “GP de Seis” em Indianápolis, onde só os carros com pneus Bridgestone participaram.

Aos 37 anos em 2006, Schumacher mostrava que ainda era competitivo e estava muito motivado. Tanto que brigou até o fim pelo título com Fernando Alonso e aumentou seu impressionante cartel de vitórias com mais sete, chegando a 91, uma marca que dificilmente será alcançada. E ele ainda superou mais um recorde: com a pole position no GP de San Marino, ultrapassou Ayrton Senna em largadas na posição de honra. Atingiria 68 poles no fim do ano, quando anunciara que iria abandonar as pistas – anúncio feito após o GP da Itália, que venceu. Schumacher sairia por cima, no auge, como um grande campeão das pistas.

Aqui me tens de regresso: a Mercedes-Benz compra a Brawn GP, a surpreendente campeã do mundo em 2009 e anuncia o retorno de Michael Schumacher às pistas. O piloto, após quatro anos parado, volta aos 41 anos de idade. É outra Fórmula 1, com novos carros, novo regulamento técnico e desportivo e Schumacher não se readapta da forma esperada. Marca 72 pontos e termina o ano em nono, quase com a metade dos pontos do companheiro de equipe, Nico Rosberg.

As dificuldades continuam em 2011. O W02, segundo carro da Mercedes após o retorno da marca e de Schumi à Fórmula 1, não é suficientemente bom para o estilo de ‘guiada’ do alemão. O resultado é mais uma temporada modesta, abaixo da expectativa. Um 4º lugar é tudo de melhor que o piloto de 42 anos consegue fazer, em Montreal. Marca 76 pontos, contra 89 de Nico Rosberg.

O adeus: o último ano de Schumacher na Fórmula 1 é, disparado, o pior dos três do contrato assinado com a Mercedes, mesmo com o pódio no GP da Europa e uma pole – que foi cassada em virtude de uma punição – em Mônaco.  Ele foi apenas o 13º colocado num ano em que Rosberg, apesar da inconstância do modelo W03, venceu na China. Pelo menos, despediu-se de forma honrosa, com um 7º lugar em Interlagos.

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