Direto do túnel do tempo (32)
RIO DE JANEIRO – A foto acima mostra o rescaldo do incêndio em decorrência de um dos acidentes mais assustadores da Fórmula 1 nos anos 70. Logo na primeira volta do GP da Espanha, disputado em 19 de abril de 1970 no circuito de Jarama, perto de Madri, Jackie Oliver, da BRM e Jacky Ickx, da Ferrari, colidiram após uma falha nos freios do carro de Oliver. Com os carros lotados de combustível, não deu outra: uma violenta explosão e um incêndio de proporções assustadoras, que rapidamente consumiu os dois carros.
Não se sabe como, mas milagrosamente tanto Oliver quanto Ickx escaparam dos destroços e do fogo sem ferimentos mais graves. O belga da Ferrari ficou mais tempo preso no cockpit, sofreu uma intoxicação em decorrência da fumaça inalada e também teve algumas queimaduras – não tão sérias quanto o acidente poderia fazer supor.
O mais impressionante é que, mesmo com a coluna de fumaça bem visível para todo mundo no circuito de Jarama, a direção de prova não tomou nenhum tipo de atitude. Limitou-se a dissipar o incêndio e, mesmo com toda aquela fumaceira, a corrida prosseguiu. Jackie Stewart, com um March 701 inscrito por Ken Tyrrell, venceu com uma volta de vantagem para Bruce McLaren e Mario Andretti, com um STP March. Além deles, apenas Graham Hill e Johnny Servoz-Gavin cruzaram a linha de chegada e pontuaram na ocasião.
http://www.youtube.com/watch?v=YKC0FNFb7Dc
Há 43 anos, direto do túnel do tempo.
Nessa época ser um piloto de f1 era mais do que ser um atleta, era ser um herói.
http://f1lins.wordpress.com/2013/01/21/o-que-nos-restaparte-1-marussia/
Algumas curiosidades, se o Rodrigo me permitir:
Única vitória do March 701 na temporada de 1970;
Primeira tentativa, embora de validade questionável, da utilização de um perfil aerodinâmico nas laterais do carro, no caso o mesmo 701, com o intuito de aumentar a aderência, poder-se-ia dizer que foi o “avô” do carro-asa idealizado por Chapman;
Johnny Servoz-Gavin no apagar das luzes de sua carreira, consta que havia ficado prejudicado da visão em virtude de um acidente. . .Mônaco se não me falha a memória foi a despedida, sendo substituído pelo conterrâneo François Cevért.
É isso, boa semana. . .
Zé Maria