Pequenas maravilhas – Porsche 962 C (1986)

IMG_4261RIO DE JANEIRO – Mais um impecável exemplar da coleção do Rui Pastor, em escala 1/43: o Porsche 962C foi um modelo de Esporte-Protótipo que fez história enquanto sobreviveu nas pistas. Entre 1984 e 1991, foram produzidas nada menos que 91 unidades deste carro – dezesseis foram usadas pelo time oficial de fábrica e as demais, por equipes clientes da marca, tanto no Mundial do Grupo C, quanto na Série IMSA e no fortíssimo – à época – Campeonato Japonês de Carros Esporte.

O carro da miniatura acima foi o chassis número #003, enquanto os outros dois do time oficial Rothmans Porsche eram o #004 para Bob Wollek/Jochen Mass/Vern Schuppan, inscrito com o número #2 na lataria e o #3 de Vern Schuppan/Drake Olson era o chassis #002.

IMG_4260A tripulação do número #1 foi formada por Derek Bell/Hans-Joachim Stuck/Al Holbert. Cabe lembrar que normalmente quem guiava o carro principal do time era o belga Jacky Ickx, mas este resolveu dar um basta em sua carreira, quando no ano anterior se envolveu no acidente fatal do piloto alemão Stefan Bellof nos 1000 km de Spa-Francorchamps.

IMG_4262O Porsche, aqui nas fotos com esse “Racing” no lugar de Rothmans porque hoje é proibida a publicidade tabaqueira – até em miniaturas – largou em segundo naquela corrida e terminou oito voltas à frente do Porsche 962C #17 da equipe de Walter Brun guiado por Oscar “Poppy” Larrauri/Jésus Pareja/Joël Gouhier. Foi nessa edição das 24 Horas de Le Mans onde morreu, aos 32 anos de idade, o piloto austríaco Jo Gartner, vítima de um acidente durante a madrugada.

Comentários

  • Como sempre, pesquisa e texto impecáveis. E veja só: tenho a miniatura a tempos e nunca havia reparado no “pequeno” detalhe da escrita “Racing”. É incrivel como a nossa mente tem um registro que nos faz não enxergar o que está realmente escrito!!! Parabéns.

  • A Vitesse, depois chamada Onix, fabricante de miniaturas portuguesa na escala 1/43 fabricou várias miniaturas com os logos tabagistas. Eu possuo duas McLarens do Senna com os logos Marlboro escritos. Tenho também esse mesmo Porsche, mesmo ano 1986, corrida 24h Le Mans, n.1 e pilotos que é 956 e não 962 com os logos da Rothmans na escala 1/43 e 1/24 da Tamiya japonesa, kit de plastimodelismo que também diz que é um 956. Acredito que a Tamiya que fazia seus kits usando os carros de verdade, escala 1/1 fornecidos pelas fábricas e equpes não iria se enganar. e o carro que tenho é exatamente igual a esse das fotos cujo fabricante não foi mencionado. Vale lembrar que a diferença entre 956 e 962 é pequena, e ambos usavam o motor v-6 boxer biturbo 2.650cc concebido para a F Indy, mas que após treinos com Teo Tabi foi vetado pela Indy pois andava demais e os gringos alegaram que era biturbo e os Ford-Cosworth V8 DFY e Buick V-6 e Offenhauser 4 cilindros eram monoturbo. Daí a Porsche resolveu construir o 956 e foram várias vitórias em Le Mans.onde a Porsche ainda reina, com suas 15 vitórias

  • Foi após esse acidente de Jo Gartner que no ano seguinte se iniciou a largada em movimento, pois foi constatado que Jo estava sem o cinto de segurança afivelado, coisa comum pois os carros ficavam estacionados a 45 graus, os pilotos do outro lado da pista, após o tiro de largada, corriam entravam nos carros e iam embora, sómente na reta de Mulsanne com seus 5 km na época sem chicanes, e que se tivessem tempo afivelavam os cintos de maneira precária e com folga. Aqui no Brasi, nas Mil MIlhas se usou outro expediente, um piloto ficava dentro do carro afivelado e o outro corria a pé e acionava achave geral externa.

  • Falando em largadas estilo LeMans, nas Mil Milhas de 1985 vencida por Paulo Gomes e Fábio Sotto Mayor com Opala Stock Car já era usado o procedimento de um piloto afivelado dentro do carro e o outro piloto corria e acionava a chave geral. Antes da largada, Paulão sem que ninguém visse a acionou a chave geral externa, de resgate e disse ao Fabinho (Perú) que ligasse o motor. Dado o sinal, Paulão atravessou a pista e relou na chave geral, com o motor já ligado, sem engasgos partiu e isso ajudou muito na vitória da dupla de Ribeirão Preto. No campeonato de Stock, Fábio usava santoantonio de tubos de pvc no seu opala stockcar para aliviar peso e era conhecido por Perú, apelido dado por Afonso Giaffone após vários entreveros e tb como Menino Maluquinho. Fez tb. um stock com a posição de pilotagem central, em cima do túnel do cardã e no banco traseiro. Ainda é o recordista de velocidade brasileiro em reta, mais de 300Km/h média de 2 passagens na Rio Santos, homologado pela CBA / FIA, usando Opala Stock Car daquela época que a GM saiu e os Pilotos organizaram a categoria como Copa Morizono com carenagens de fibra em cima do monobloco de opala, básicamente o mesmo motor, pórem com 3 carburadores weber 48 mm duplos, e certamente algumas cositas mas, como era na antiga divisão 3 classe C.
    Uma outra malandragem que me lembro foi do Junqueira, campeão brasileiro de Divisão 1 Classe B com Dodge Polara 1800cc. No interlagos antigo, ele atravessava o Dodginho na freada da curva do Sargento que era curva de média alta, inclinada e fazia a curva de lado, no estilo atravessa, bomba e corrige, telegrafando o acelerador. Foi campeão. Ninguém percebeu que ele aumentou a distancia entre eixos do carro em quase 30 cm, melhorando muito o comportamento em curvas de alta, nas de baixa, ele dobrava a curva no acelerador.

  • Posso estar enganado, mas a Largada das 1000 milhas de 1984, que eu estava lá, já não foi no estilo de Le Mans. Foi alinhamento normal, inclusive com um grave acidente pois um dos primeiros carros do grid (um Opala), não largou e um Fiat 147 encheu a sua traseira, causando até incêndio mas sem vitimas. Era mais de 60 carros no grid. Assim, acho que a de 1985 também não foi no estilo Le Mans…

    • Correto a de 1984, a de 1985 foi estilo LeMans modificado, um piloto dentro do carro com cinto afivelado e o outro atravessando a pista para ligar a chave geral, segundo a entrevista de Fábio Sotto Mayor no livro 50 anos de Mil Milhas 1956-2006 de Livio Oricchio.