A fantástica fábrica de talentos da Motovelocidade

RIO DE JANEIRO – Em diferentes épocas, alguns países se sobressaíram sobre os demais na formação de pilotos para o Mundial de Motovelocidade. Tivemos a Itália como o fio condutor de gente como o lendário Giacomo Agostini, o maior campeão de todos os tempos e, mais recentemente, Valentino Rossi, que na atualidade é o único que poderia alcançar Ago no que diz respeito a títulos e vitórias. EUA, Grã-Bretanha e Austrália também revelaram grandes, excelentes, excepcionais nomes.

Mas em matéria de talentos, hoje, ninguém melhor que o motociclismo espanhol. Eles já tiveram uma participação brilhante no passado, com gente feito Angel (12 + 1) Nieto, a quem tive o prazer de entrevistar e conversar no GP do Brasil em Jacarepaguá, há uns dez anos. O cara é uma lenda. Uma simpatia. Gente boa toda vida. E a história do 12 + 1 – ele não gosta do número treze – é uma das mais divertidas que já ouvi.

O falecido Ricardo Tormo, que batizou o circuito de Valência e, mais tarde, Jorge “Aspar” Martínez e Sito Pons foram outros grandes nomes que abriram o caminho para toda uma geração que veio dos anos noventa para cá. Essa geração teve nomes questionáveis como os de Alex Crivillé, Carlos Checa e Toni Elias, mas por outro lado, vieram Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa e Marc Márquez.

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Este último fez história ontem no GP das Américas, em Austin, no Texas. Aliás, não só na corrida. No fim de semana inteiro, também. Foi o pole position mais jovem da história da MotoGP, aos 20 anos de idade. E em sua segunda corrida na categoria, venceu. Desbancou Pedrosa e Lorenzo e fez uma merecida festa neste domingo. E desde antes do início do campeonato, já dizíamos: esse Márquez vai longe, muito longe, na MotoGP e não duvidem: Pedrosa está com os dias contados na Repsol Honda HRC.

O pódio da MotoGP não foi o único 100% formado por espanhóis no Texas. A Moto3 também teve três pilotos do país nas três primeiras posições (em Losail, na abertura do campeonato, foram quatro): Luis Salom, Maverick Viñales e Alex Rins, mais um que entrou para o rol dos primeiros vitoriosos no Mundial de Motovelocidade.

Na classe Moto2, com exceção ao “intruso” Mika Kallio, só deu Espanha e outro piloto venceu pela primeira vez na categoria: depois de um ano muito difícil na categoria intermediária em 2012, Nicolás Terol faturou o GP das Américas com grande autoridade, à frente de Esteve “Tito” Rabat.

Hoje, são 23 nomes regulares dessa fantástica fábrica de talentos da Motovelocidade, nas três categorias. Quem há de duvidar da força da “armada espanhola” sobre duas rodas? Os fatos estão aí para provar o quanto eles são bons no que fazem.

Comentários

  • Verdade verdadeira é que o prazo de validade do Dani “Triste” Pedrosa já expirou FAZ TEMPO!!!
    Aliás, ele nunca disse a que veio, ficou naquela do se. . .
    Zé Maria

      • Achei que não precisava ser explícito, até pelo conteúdo do seu post, que dá os dias dele como contados na Repsol Honda HRC, portanto estamos falando da categoria top, certo?
        Abs.
        Zé Maria

  • Não acho o Crivillé questionável. Era o segundo com sobras na “Era Doohan”. Era um Damon Hill da 500cc, ilustrando por assim dizer. Não era brilhante, mas era vencedor e consistente. Foi um cara importante. No mais, concordo totalmente com seu texto. Só faltou citar o Gibernau!

    Abraço!

    • Boa lembrança do Gibernau, Gabriel. Não sou dos maiores admiradores deste piloto, mas fez coisas interessantes no Mundial de Moto. Abraços!

  • Pedrosa é como muitos pilotos do automobilismo que foram campeões na F3, F 3000 e GP2 mas quando na F1 não conseguem desempenho igual. O caso de Pedrosa é ainda pior, pois sempre andou em equipe de ponta na Moto GP e até foi favorecido quando na era 4 tempos baixaram a cilindrada para 800cc o que ajudou seu baixo peso que acredito ser uma ajuda para sempre largar bem, vencendo a inércia inicial.

  • É a diferença entre um país que investe sério no esporte (Espanha) e outro que finge que é sério, mas no fundo é pretexto à corrupção.

    Desde que a Espanha foi anunciada como sede da Olimpíada de 92, o investimento por lá foi grande, mas bem empregado, por isso que eles dominam o futebol (Seleção, Real Madrid e – principalmente – Barcelona), tênis (Rafael Nadal, entre outros), Basquete (Pau Gasol, para citar um apenas), Formula 1 (Fernando Alonso), sem falar na participação efetiva e bem colocada em esportes olimpícos.

    O que está ocorrendo na MotoGP é reflexo direto da seriedade e comprometimento que o governo local tem com TODOS os esportes. Existe incentivo publico e privado para esse fim, mas a forma que ele é destinado que está fazendo a diferença.

    É inaceitável e lastimável um país com o tamanho geográfico, o numero de habitantes e a economia vivendo seu melhor momento sermos coadjuvantes ou mesmo estarmos fora de grandes competições de escala mundial.

    Não vou nem entrar para o lado do esporte a motor, porque aí seria uma covardia comparar o que ocorre aqui com Espanha, Alemanha, França, Inglaterra e Estados Unidos.

  • Faltou citar o Victor Palomo que foi campeão da extinta categoria 750 cc.

    Acho Pedrosa um grande piloto. Ganhou tudo nas 125 e 250 o que não é pouca coisa, pois na época dele estas categorias não eram apenas de base. Vários veteranos corriam lá e ele ganhou mesmo assim.

    Na motogp, se por um lado ele ainda não foi campeao, é fato que sempre está entre os primeiros tendo vencido várias corridas e sendo 3 vezes vice-campeão. Um piloto ruim não teria esse currículo. Vale lembrar que a Honda só teve a melhor moto em 2011, ano que Stoner aproveitou e foi campeão. Mas temos que lembrar, ainda, que Pedrosa começou o ano capenga, devido a lesões de 2010 e depois teve outra lesão causada por enrosco com o falecido Simonccelli.

    Exceto 2011 a Honda só ficou em ponto de bala no final do ano, quando já era tarde para o título. Foi assim em 2012 e 2010. Em 2008 ele vinha bem, mas teve um tombo quando liderava um GP (não lembro qual) e perdeu uma boa chance de ser campeão. Depois da dos testes de pré temporada parecia que este seria o seu ano, mas depois de duas provas parece que mais uma vez ele ficará sem o título. Por fim, também acho que ele vai sair da equipe no final do ano.

    Rodrigo