Espanha 100% em Losail

RIO DE JANEIRO – O mundo inteiro sabe que a Espanha é hoje o país mais representativo da Motovelocidade com quatro corridas no calendário, várias equipes do país e dezenas de pilotos – alguns muito bons e promissores, outros nem tanto. Então, para nenhuma surpresa, as vitórias do fim de semana de corridas da abertura da temporada 2013 em Losail, no Catar, foram todas de pilotos daquele país.

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A Moto3, que abriu os trabalhos com um grid repleto de jovens valores e caras novas, teve um domínio absoluto dos espanhóis ao longo das 18 voltas da disputa. O único que tentou se intrometer na seara dos conterrâneos de Salvador Dalí foi o alemão Jonas Folger, que acabou em 5º lugar, mas a apenas 0″916 de Luis Salom, que liderou quando foi necessário e e levou os primeiros 25 pontos do ano num final de arrepiar.

Maverick Viñales, estreando pelo Team Calvo, chegou a 0″417 de Salom, trazendo Alex Rins – líder do maior número de voltas durante a disputa –  em terceiro a seis milésimos dele. Álex Márquez, irmão do fenômeno da MotoGP Marc Márquez – outro que chegou a comandar a corrida, aliás –  chegou em quarto e completou a quadrifeta espanhola em Losail.

No best of the rest, o malaio Zulfahmi Khairuddin terminou na 6ª colocação, atropelando o português Miguel Oliveira, em boa estreia com a Mahindra, nos metros finais da disputa. Arthur Sissis, Niki Ajo e Efrén Vázquez completaram o grupo dos 10 primeiros.

Nenhum dos novatos na Moto3 pontuou: o alemão Philipp Öttl chegou na 17ª colocação, três postos à frente da espanholinha Ana Carrasco. Eric Granado caiu para antepenúltimo na largada e não conseguiu fazer uma única ultrapassagem ao longo das 18 voltas. Só ficou à frente de Hyuga Watanabe e Lorenzo Baldassarri, completando num modestíssimo 26º lugar.

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A Moto2 teve Pol Espargaró, o grande favorito ao título, no topo do pódio. Mas não foi fácil para o piloto da equipe dirigida por Sito Pons chegar à vitória: Takaaki Nakagami, da Italtrans, largou bem da primeira fila e comandou a corrida até a 9ª volta, quando seus pneus acabaram e ele começou a perder terreno para Espargaró e Scott Redding. Só o britânico da Marc VDS Racing ofereceu alguma resistência ao espanhol e a luta entre os dois durou até o fim: o piloto da Pons Kalex número #40 derrotou o rival da moto #45 por 0″844 de segundo.

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Nakagami ainda salvou o pódio em Losail, chegando seis segundos à frente de Dominique Aegerter. Mika Kallio e Julián Simón completaram os seis primeiros colocados na Moto2, com Simone Corsi em 7º, Alex De Angelis em oitavo, Esteve “Tito” Rabat em nono e Xavier Siméon completando os dez mais bem classificados.

Boas performances de Jordi Torres em 11º e Marcel Schrötter em 13º, contrastando com o obscuro 15º posto de Toni Elias e a estreia do campeão da Moto3 Sandro Cortese fora dos pontos, com o décimo-sétimo posto. Outros pilotos que decepcionaram foram o espanhol Sérgio Gadea e o japonês Yuki Takahashi, que também ficaram bem longe da zona de pontuação.

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A cereja do bolo foi, sem nenhuma dúvida, a MotoGP. Embora Jorge Lorenzo tenha vencido com alguma folga, a grande atração do domingo foi o 2º lugar do Dottore Valentino Rossi que, aos 34 anos, mostrou que ainda tem dentro de si o imenso talento que o fez campeão mundial nove vezes em quatro diferentes categorias, além de vencer 105 corridas em 16 anos no Mundial de Motovelocidade. Não à toa, quando subiu ao pódio, foi ovacionado como nos velhos tempos.

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Após baixar para 7º na segunda volta, Rossi empreendeu uma recuperação que fez jus ao seu histórico. Superou Andrea Dovizioso, Stefan Bradl, Cal Crutchlow e depois a dupla da Honda. Marc Márquez, em grande estreia na MotoGP, só perdeu o segundo posto na 20ª das 22 voltas previstas.

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Aliás, o pódio do piloto da moto #93, mais do que um cartão de visitas, é uma mostra de que Pedrosa vai ter trabalho para superar o jovem companheiro de time e atual campeão da Moto2. E, se bobear, sei não…

A destacar alguns duelos “internos” durante a corrida entre algumas escuderias: Dovizioso foi melhor que Nicky Hayden na Ducati de fábrica e Andrea Iannone, também em boa estreia, superou Ben Spies na Pramac. Aleix Espargaró, com a 12ª colocação, foi o melhor entre os pilotos com as máquinas CRT, superando Randy De Puniet, seu companheiro de equipe. O colombiano Yonny Hernández e o japonês Hiroshi Aoyama marcaram os últimos pontos do domingo.

No dia 21 acontece a 2ª etapa, o GP das Américas, em Austin, no Texas. A nova pista estadunidense deverá ser palco de corridas excepcionais nas três categorias. Tomara que eu não esteja errado no meu julgamento.

Comentários

  • Rossi mostrou a todos ( Lorenzo inclusive!) que ainda tem café no bule. . .e muito!
    Queria ver o que seria se não fosse obrigado a remar o que remou após o erro que o relegou à 7a posição.
    Pedrosa. . .melhor procurar o que fazer em 2014. . . Marquez mesmo sendo estreante, vai simplesmente atropelá-lo. . .
    Que venha Austin. . .

    Zé Maria

    PS: e “Il Dottore” foi humilde o suficiente para retornar à Yamaha como o ” número 2″ do time oficial de fábrica!

  • Se em 8 anos Pedrosa Cry Baby que teve tudo, desde a vantagem de largar bem por ser o piloto mais leve, sempre equipe de ponta,até mudaram regulamento baixando de 1.000cc para 800cc e voltando depois para 1.000 não será agora que será campeão, logo logo vai terminar andando de CRT ou no máximo em equipe stélite.

  • Caro Rodrigo, boa tarde!

    Só uma pequena correção: O Eric teve um problema na volta de apresentação e teve de largar em último por causa disso!

    Abs, paz e luz!