Espanhóis danadinhos…

RIO DE JANEIRO – Continua 100% o aproveitamento dos pilotos espanhóis no Mundial de Motovelocidade. Nove corridas, contabilizando todas as categorias e nove vitórias. Em Losail e Austin, eles ignoraram os adversários e não foi diferente em Jerez de la Frontera, na 3ª etapa do campeonato.

A se destacar que a pista da Andaluzia nunca esteve tão estranha quanto neste fim de semana. Um festival de quedas se verificou desde os treinos e pelo menos um acidente sério aconteceu no domingo.

piloto-frances-alan-techer-e-atendido-pela-equipe-medica-apos-sofrer-grave-acidente-em-jerez-de-la-frontera-1367803081943_956x500

Na prova da Moto3, o francês Alan Techer, da escuderia CIP-Moto3, perdeu o controle de sua TSR Honda e caiu desacordado. O pronto atendimento ao piloto, que foi levado ao centro médico do circuito, provocou a interrupção da disputa em bandeira vermelha e a corrida, com seis voltas a menos que o previsto, foi declarada encerrada. Maverick Viñales, do Team Calvo, foi o vencedor e assumiu a liderança do campeonato com 65 pontos, contra 61 do compatriota Luis Salom e 41 de Alex Rins.

Techer, apesar da gravidade da queda, está felizmente fora de perigo.

rabat-1-620x350

Na Moto2, Esteve “Tito” Rabat pôs fim a um incômodo jejum, que vinha o perseguindo desde sua primeira temporada completa no Mundial em 2007. Após 113 corridas, o piloto de 23 anos conquistou enfim sua primeira vitória na modalidade e o resultado do GP da Espanha o colocou também na liderança do campeonato da subclasse, com 52 pontos somados, contra 51 do vice-líder Scott Redding e 41 do 3º colocado Pol Espargaró. Por coincidência, Redding chegou em segundo ontem em Jerez e Espargaró em terceiro…

E veio a MotoGP, onde em três voltas apenas, cinco dos 23 pilotos que largaram foram logo eliminados por tombos. E felizmente a hecatombe não se repetiria até o fim de uma disputa quentíssima, especialmente na última volta.

Pois bem: Jorge Lorenzo vinha em 2º, sem muita chance de reduzir a distância que o separava de Dani Pedrosa, líder da corrida desde a 6ª passagem. O terceiro, “babando na gravata”, era Marc Márquez, empolgado com certeza pela conquista da primeira vitória em Austin. E o piloto da Honda #93 resolveu arriscar o que podia e não podia para ultrapassar Lorenzo.

Marquez-Lorenzo Jerez 2013

Foi mais ou menos parecido com um duelo épico entre Valentino Rossi e Sete Gibernau, dos quais os bons de memória (eu lembro) hão de recordar. Márquez forçou a barra para cima do piloto da Yamaha, usou a moto de Lorenzo como apoio, fez a tomada, passou o rival e chegou em segundo. Claro que o clima não ficou dos mais amistosos, Lorenzo chiou barbaridade e o mimimi do campeão mundial foi levado ao Race Control, onde o vídeo foi assistido por exatamente meia hora.

Após a análise, nada foi constatado de ilegal. Márquez não perdeu o 2º lugar – e nem a liderança do campeonato, três pontos à frente de Pedrosa.

A quarta etapa do campeonato é no dia 19 de maio (logo quando…) no circuito Le Mans Bugatti, na França. Será que alguém conseguirá acabar com esse domínio dos espanhóis na Motovelocidade 2013?

Comentários

  • Eu lembro de Rossi/Gibernau também. Estava vendo a corrida no dia…

    Sobre ontem, no início da corrida, eu jurava que o Marquez ia cair. Porque, pra quem não viu a corrida, ele passou toda a prova atacando Lorenzo, que soube se defender. E no início, os ataques eram de certa forma, desmedidos, arriscados demais, até.

    Então Márquez esperou pelo final. E deu no que deu.

    Pelo passão.

    E esse Lorenzo, que mau perdedor, viu?!

  • Fiquei de cara com o comentarista e o narrador do Sportv insinuando que o Marquez tivesse feito algo de errado. O cara foi de uma inteligência completa e eles ficaram procurando pelo em ovo. Ridículo.

  • Uma corrida monótona novamente. A do circuito das Américas já tinha sido do pior que já vi no Moto GP. E a de ontem voltou a ser uma corrida totalmente sem graça. Teve a ultrapassagem do Pedrosa ao Lorenzo e o resto foi Marques fingindo que queria passar Lorenzo, mas na verdade só queria na última volta mesmo. É aquela máxima. A única volta que vale mesmo a pena liderar é a última. Não valia a liderança da corrida, mas valia a liderança do campeonato. E aí Marques fez manobras mais ou menos previsíveis o tempo todo e esperou pelo fim. No resto do pelotão foi a monotonia total. Pedrosa ligou o cruise control e ganhou. Até o momento é o pior ano do Moto GP.