Pequenas maravilhas – Ferrari F40 LM (1995)

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RIO DE JANEIRO – Aí está mais um exemplar da Ferrari Collection que chegou há pouco às bancas: a reprodução em escala 1:43 da Ferrari F40 LM da equipe francesa Pilot Aldix Racing, que disputou as 24 Horas de Le Mans de 1995 e 1996.

A história da F40 como carro de competição começa bem antes disso, aliás. Exatamente em 1987, no ano do 40º aniversário da Casa de Maranello. Com design de Pininfarina, o novo carro esporte da marca era um dos modelos esportivos mais arrojados e aerodinâmicos de seu tempo, com Cx 0,34 de coeficiente aerodinâmico e um enorme aerofólio traseiro. O motor não deixava por menos: o propulsor gerava 478 HP de potência, com o auxílio de um turbo que impulsionava a mecânica 2,9 litros.

A versão de corrida nasceu logo no ano seguinte, graças a uma ponte entre França e Itália: Daniel Marin, do revendedor Ch. Pozzi, tradicional na terra da Bastilha, fez um contato com Giuliano Michelotto, preparador de carros de competição da Ferrari na Itália. Os dois e mais Jean Sage, o mesmo que trabalhara como o gerente do programa esportivo da Renault com o motor turbo na F-1 entre 1977 e 1985, começaram a elaborar um plano que poderia ajudar a Ferrari a voltar às competições de Grã-Turismo e de Endurance, das quais Maranello estava oficialmente afastada desde 1973.

O modelo F40 de corrida, quando pronto, tinha câmbio de cinco marchas com relações especiais para diversos circuitos, embreagem de três placas, freios superdimensionados para competição e pneus Pirelli montados em rodas OZ de 17 polegadas. A estreia aconteceu em 15 de outubro de 1989 numa corrida em Laguna Seca, na Califórnia, com Jean Alesi a bordo do novo carro. O francês, que ainda guiava para Ken Tyrrell na Fórmula 1, chegou em segundo.

A responsabilidade do preparo do carro a partir do ano seguinte na série IMSA dos Estados Unidos ficou com a equipe Art Sports e diversos pilotos o guiaram, entre eles o lendário Hurley Haywood e Jean-Pierre Jabouille. Mas as primeiras vitórias só viriam em 1992, com Rosario Parasiliti, no Gran Criterium Supercar GT.

Dois anos depois, a Ferrari finalmente chegou às corridas longas com o modelo F40 LM. A dupla Anders Olofsson/Luciano Della Noce venceu três corridas no BPR Global GT Series e os dois – e mais Sandro Angelastri – competiram nas 24 Horas de Le Mans em 19 de junho de 1994. A trinca largou em 14º e abandonou a prova por uma pane elétrica no carro italiano.

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A Pilot Aldix Racing entrou no circuito em 1995 e começou com sua Ferrari pintada de vermelho, trocando para o azul nos ensaios pré-qualificativos para a corrida de Sarthe. O carro da miniatura, com o chassi #ZFFGJ34B000074045, foi guiado naquele ano por Michel Ferté/Olivier Thévenin/Carlos Palau. O trio largou da 7ª colocação com o tempo de 3’55″690, terminando a disputa em décimo-segundo lugar. Na mesma prova, também havia o carro de Tetsuya Ota/Luciano Della Noce/Anders Olofsson e também o de Gary Ayles/Massimo Monti/Fabio Mancini – ambos da escuderia italiana Ennea. O #40 abandonou por um problema de câmbio e o #41 chegou em 18º.

Em 1996, a Pilot Aldix voltou a Sarthe com a mesma F40 LM e Nicolas Leboissetier fazendo companhia a Thévenin e Ferté. Eles largaram de 26º com 3’57″225 e abandonaram a corrida em virtude de um incêndio. No mesmo ano, em dezembro, duas Ferrari vieram ao Brasil para disputar um evento extracampeonato com o patrocínio dos cigarros Hollywood, em Curitiba e Brasília, com duas corridas disputadas em 2 horas de duração.

Os carros foram guiados por Max Angelelli/Antonio Hermann e Luiz Garcia Jr./Luciano Della Noce. Em Curitiba, Hermann/Angelelli chegaram em 4º e foram ao pódio em Brasília com o terceiro posto, enquanto Garcia Jr./Della Noce desistiram em Pinhais e foram 5º no Planalto Central. O BPR foi o embrião do campeonato FIA GT, criado em 1997 e um novo modelo Grã-Turismo de Maranello só viria à luz com a vinda da F550 alguns anos depois.

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