Ponto de ônibus (3)

RIO DE JANEIRO – A Ciferal (sigla para Companhia Industrial de Ferro e Alumínio) fabricou 31 carrocerias diferentes de ônibus entre 1961 e 2008, quando já tinha sido absorvida pela Marcopolo. A empresa fundada em 1955 por Fritz Weisseman e com sede em Ramos, subúrbio da região da Leopoldina no Rio de Janeiro, conquistou seu primeiro grande cliente em 1961: ninguém menos que a Viação Cometa, proibida que foi pelo governo de importar ônibus.

Uma das carrocerias mais famosas produzidas pela Ciferal foi esta do ônibus da foto acima: o modelo Turbo Jumbo, produzido entre 1969 e 1974, mas que rodou nas ruas e estradas brasileiras até meados dos anos 80, com mecânica Scania e Mercedes-Benz. A Auto Viação 1001, de Niterói, tinha grande parte de sua frota de veículos adquirida junto à Ciferal durante muitos anos de sua existência.

Antes de ser definitivamente absorvida pela Marcopolo, a Ciferal passou por alguns percalços: o primeiro deles foi o cancelamento do pedido de encarroçamento de 2 mil trólebus pela CMTC de São Paulo. Some-se a isso a impossibilidade de atender à demanda da Cometa, que criou a sua própria encarroçadora, levando gente da Ciferal para produzir os ônibus customizados da empresa. Um terceiro fato foi a cisão que levou à formação da Ciferal Paulista. Naquela época, a Ciferal do Rio estava em processo de encampação pelo governo do estado, graças a Leonel Brizola, que renovou a frota da CTC com o famoso modelo Padron “Briza”.

A Ciferal saiu de Ramos, foi para Xerém, nas antigas instalações da FNM, mas após isso, foi privatizada e finalmente comprada pela gaúcha Marcopolo.