Ponto de ônibus (8)

512RIO DE JANEIRO – Em foto datada de 1963, portanto há meio século atrás, aí está um dos Trólebus operados pela Companhia de Transportes Coletivos (CTC) do Rio de Janeiro, no antigo estado da Guanabara. O ônibus era um modelo Fiat Alfa Romeo Pistoiese, com parte elétrica e tração da General Electric de Milão, que funcionava com antenas ligadas aos fios de alta tensão.

Inauguradas um ano antes por Carlos Lacerda, as linhas de Trólebus da CTC desativaram alguns trechos de bondes, anteriormente operados pela Light. Havia pelo menos nove linhas operando com os ônibus elétricos e 200 veículos foram importados da Itália e transportados via navio para o Brasil – sendo que um deles caiu no mar durante o desembarque e nunca mais pôde ser recuperado.

Na foto acima, vemos o ônibus #48 que fazia a linha E-2, que ligava o Terminal Erasmo Braga, no Centro do Rio de Janeiro, ao bucólico bairro da Urca. As operações dos Trólebus foram mantidas até 1971, quando as constantes altas das taxas de energia elétrica fizeram com que os coletivos fossem convertidos em modelos a diesel – lembro, inclusive, de ter andado num dos velhos Trólebus já convertidos, na linha 780 (Madureira-Vieira Fazenda), que antes era a  linha E-20.

A antiga frota rodou por um bom tempo no Rio e depois foi transferida para Niterói, em 1977.

Comentários

  • Eu aindei muito de troleibus, no Rio e em Niteroi. A aceleração era impressionante, e o silencio era o destaque. Os do Rio impressionavam ainda mais, por serem mais modernos.
    Como deficiência tinha o fato de não poderem ultrapassar uns aos outros, por estarem conectados pelos “chifres”, aos cabos elétricos. Então, se o da frente parasse no ponto, o de tras tinha de parar também.

    E as criticas da população eram, no minimo, curiosas: (a) eram muito silenciosos, então, o pedestre não percebia a aproximaçao, o que aumentava a possibilidade de atropelamentos (!) e (b) tinha pouca altura livre do solo (veja na foto), então, em caso de atrolamento, a chance de sobrevivência do atropelado era menor.

    Me lembro bem que os do Rio eram muito confortáveis e espaçosos. Mas acho que os de Niteroi, por conta de ser uma cidade menor, menos populosa e menos congestionada, tiveram uma maior funcionalidade, e operaram com sucesso por muito mais tempo.

    Antonio

  • Piada de mau (na verdade, péssimo) gosto:
    “As constantes altas taxas de energia elétrica fizeram com que fossem convertidos a diesel”.
    Parafraseando o Marrentinho, incorporado pelo saudoso Bussunda, aka Cláudio Besserman Viana:”Falasééééério!!!”.
    Em tempo, acho que em Santos/SP rodaram esses mesmos modelos por um bom tempo. . .
    Cômico o comentário do Rodrigo de que 1 dos 200 caiu no mar e foi pro beleléu. . .
    Pergunta estúpida, foi retirado ou ficou por lá mesmo?
    Em tempo 2: aqui em SP, dona Martaxa “Senta e Goza” Suplício, quando prefeita, também simplesmente exterminou os trólebus da cidade, em detrimento dos movidos à diesel. . .claro que com uma forcinha da Mercedes Benz!
    Abraço.
    Zé Maria

  • Aqui em Recife também os tivemos e eu gostava mais de andar nos Marmon-Herrington do que nos Villares (com carroceria da CAIO), a operação de abrir e fechar as portas era muito mais suave e segura (o trocador controlava as portas do meio e traseira). Os Marmon duravam muito mais que os Villares e eram bastante ventilados com suas janelas que abriam para cima no luar de funcionar lateralmente. Havia alguns motoristas (principalmente na Av. Caxangá) que aproveitavam o torque do mesmo para sacanear com os movidos a diesel (eles davam dois toques no acelerador do elétrico e ai o bicho embalava).
    Boas recordações.

  • Olá
    Em Santos no ano de 1964 troleibus iguais a esses chegaram de navio vindos da Italia. Pistoieisi porque vieram de Pistoia.
    Durante anos circularam na cidade e rivalizavam com os bondes.
    Tudo acabou. Tiraram os bondes que circularam por 100 anos na cidade e logo depois os elétricos..
    Ainda bem que eu passeei muito em ambos.

  • Esse modelo de trolebus foi pela CTC convertido em ônibus mas circularam apenas na cidade do RJ. Os trolebus que circularam em Niterói foram de outro modelo e não o da foto. Na época em Niterói a empresa do Governo do Estado se chamava SERVE e mantinha linhas regulares em Niterói e na cidade de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado. Com a fusão dos Estados do RJ e Guanabara as empresas de fundiram, seguindo como CTC até a sua total extinção

  • Infelizmente o Rio de Janeiro é uma cidade que anda de macha ré para o futuro, ou seja no passado eramos melhores . Como o Brasil em geral, salvo alguns poucos lugares