Em luta titânica contra a Toyota, Audi vence mais uma no WEC

MOTORSPORT : FIA WEC WORLD ENDURANCE CHAMPIONSHIP 6 HOURS OF CIRCUIT OF THE AMERICAS ROUND 5 09/20-22/2013

RIO DE JANEIRO – Foi a melhor corrida da temporada do Campeonato Mundial de Endurance, o WEC. As 6h de Austin, lamentavelmente assistidas por um público diminuto nas arquibancadas e barrancos no entorno do circuito texano, foram sensacionais do começo ao fim. E finalmente a Toyota fez frente à Audi numa pista que não fosse Le Mans, onde o carro japonês tinha um setup específico para andar com baixa pressão aerodinâmica e o TS030 podia bater o R18 e-tron quattro em velocidade de ponta em reta.

Desta vez, o trio formado por Sébastien Buemi/Anthony Davidson/Stéphane Sarrazin contou com uma estratégia que já dera certo noutras corridas ano passado. Duplos stints sem trocas de pneus, o que se revelou importante – afinal, no cômputo das paradas, a Toyota ganhou nada menos que um minuto e meio em relação à Audi, evitando que a corrida fosse monótona – e ela esteve felizmente bem longe disso.

Por várias oportunidades, mesmo que circunstanciais, o TS030 Hybrid número #8 se imiscuiu na ponta, mas prevaleceu mesmo a maior constância dos rivais, que venceram mais uma em 2013 com Tom Kristensen/Loïc Duval/Allan McNish refazendo-se totalmente da desastrosa etapa anterior, em Interlagos. A diferença entre os dois primeiros foi de 23″617 ao fim de 187 voltas de disputa. E com esse triunfo, o terceiro do ano, a trinca da Audi conquistou a 100ª vitória da marca em competições de Endurance desde 2000 – a primeira fora, coincidentemente, nos EUA, nas 12h de Sebring.

Disputada com céu “azul de brigadeiro” e calor na capital do Texas, a corrida começou com a primeira – e única – intervenção do Safety Car. O Lotus Praga LMP2 #31 guiado por James Rossiter teve uma colisão com o Oreca #49 da Pecom Racing, que tinha Pierre Kaffer a bordo. Foi o bastante para uma roda do protótipo preto e dourado envergar e decretar a neutralização da disputa por 15 minutos e o fim da corrida para o carro do time dirigido por Romulus Kölles.

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Após a relargada, dois acontecimentos mudaram um pouco o panorama da disputa: primeiro, Sébastien Buemi conseguiu uma ultrapassagem sensacional sobre Marcel Fässler, recebendo o troco pouco depois. Mas o Audi #1 do helvético cairia na velha armadilha do tráfego: o carro simplesmente decolou no contato com um dos Porsches do time oficial da LMGTE-PRO e precisou ir para a garagem, verificar a extensão dos danos. Perderam uma volta inteira, ainda foram penalizados depois disto e com Bénoit Tréluyer a bordo, o e-tron deu uma rodada na aproximação da curva #12. Felizmente não enfrentaram nada mais grave na disputa e concluíram em 3º lugar.

Enquanto o carro dos atuais campeões se atrasava, a briga entre o e-tron #2 e o Toyota #8 era digna de ser vista. Allan McNish conseguiu inclusive uma ultrapassagem extraordinária sobre Sébastien Buemi e Loïc Duval fez uma grande apresentação em seus turnos, assim como Tom Kristensen. Vitória merecida dos atuais campeões das 24 Horas de Le Mans.

O solitário Lola Toyota da Rebellion, único LMP1 não oficial do lote, mais uma vez correu contra ele mesmo, para chegar o menos longe possível dos líderes. Acabaram em 4º lugar na geral, apenas quatro voltas atrás do Audi, com boas performances de Nick Heidfeld, Mathias Beche e Nicolas Prost.

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A classe LMP2 teve o domínio absoluto do Oreca #26 da G-Drive Racing, inscrito em parceria com a Delta-ADR. A vitória de Mike Conway/John Martin/Roman Rusinov – a segunda consecutiva em 2013 – foi muito facilitada por um estranho incidente envolvendo os dois principais carros da OAK Racing, o #24 e o #35, que colidiram e em consequência disso tiveram problemas e se atrasaram na disputa. Os líderes do campeonato – Ricardo Gonzalez/Martin Plowman/Bertrand Baguette – foram os mais prejudicados e terminaram em 7º no grupo, somando apenas seis pontinhos no Texas.

Com isso, o trio da Pecom Racing formado por Luis Perez-Companc/Pierre Kaffer/Nicolas Minassian, que chegou em 2º na divisão e em sexto na geral, somou 18 pontos e reduziu para três a diferença que os separava da turma da OAK Racing, deixando o campeonato muito em aberto para as corridas finais.

A terceira posição – alvíssaras! – foi do Lotus Praga T128 #32 de Dominik Kraihamer/Thomas Josef Holzer/Jan Charouz, que fizeram a primeira corrida livre de problemas em cinco etapas realizadas no WEC. O “mini-Audi” completou a disputa em sétimo lugar na geral a treze voltas do Audi vencedor na geral, um resultado comemoradíssimo e que compensou plenamente o abandono do outro protótipo do time.

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Após ser derrotada pela Porsche em Le Mans e pela Ferrari em Interlagos, a Aston Martin retomou o caminho da vitória na LMGTE-PRO, numa prova bastante tranquila para Bruno Senna e Fréderic Makowiecki. O brasileiro e o francês saíram da pole position e dominaram praticamente toda a disputa, completando 167 voltas – 12º lugar na geral – com 15″215 de vantagem para Gimmi Bruni/Giancarlo Fisichella, da AF Corse. Com essa vitória, Senna continua na briga pelo título dos pilotos das divisões de Grã-Turismo: ele é o 5º colocado no certame, com 71 pontos.

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O último lugar do pódio ficou com o outro carro do time de Amato Ferrari, guiado por Kamui Kobayashi/Toni Vilander, numa corrida onde os Porsches não foram páreo e um deles, o #91 de Patrick Pilet/Jörg Bergmeister, perdeu várias voltas após um incêndio ocorrido durante um reabastecimento. Os outros dois Aston Martin Vantage V8 inscritos ficaram pelo caminho e não viram a quadriculada.

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O construtor britânico também faturou o primeiro lugar na LMGTE-AM, numa importante vitória de Jamie Campbell-Walter/Stuart Hall, a segunda consecutiva da dupla do #96, novamente sem a companhia do alemão Roald Goethe, que estava previsto para participar e não compareceu. Campbell-Walter teve um duelo bastante atribulado com o dinamarquês Kristian Poulsen no #95, que liderou praticamente a corrida inteira, mas quem riu por último foi a tripulação do #96, assumindo assim a liderança do campeonato na categoria com 95 pontos, quatro a mais que Jean-Karl Vernay/Raymond Narac, que concluíram em 3º lugar em Austin.

O brasileiro Fernando Rees voltou a lutar contra as limitações do Corvette C6-R da Larbre Competition, chegando a rodar duas vezes durante seu turno de pilotagem. Ele e os franceses Julien Canal e Patrick Bornhauser chegaram em 22º lugar na geral e sexto na LMGTE-AM, com 163 voltas completadas. Rees é o 8º colocado no FIA Endurance Trophy, com 49 pontos somados.

A próxima etapa do WEC é as 6h de Fuji, no Japão, previstas para o dia 20 de outubro.

Comentários

    • A Fórmula 1, porque era novidade, o circuito estava sendo inaugurado e foram muitos mexicanos para ver Sergio Perez lá. Simples. Satisfeito? Vai querer ficar pautando o que eu escrevo, enchendo o meu saco? Na próxima resposta atravessada, excluo todos os seus comentários aqui no blog e bloqueio seu IP.

      • Pare de babaquices! Eu sou muito democrático com todos os leitores, mas você está exagerando na dose. Quer me pautar, fala logo! Não vai adiantar porque eu não vou me sujeitar a seu capricho.

  • Não quero pautar ninguém. Só acho que quando uma crítica sobre um tema acontece sempre, ela deixa de ser uma crítica confiável…. . E quando um tema só recebe elogios, os elogios tb deixam de ser confiáveis….

    • Falou o dono da verdade. E reitero o que já disse antes. Não está satisfeito com o que lê aqui, retire-se. Um blog com quase 1 milhão de hits em menos de um ano não pode ser taxado, como você quer crer, de algo não confiável. Se fosse assim, não seria lido por tanta gente, diariamente. Critico o que eu quero, elogio o que eu quero. O espaço é meu, a opinião é minha, não sua. Por que você não faz o seu blog e para de querer se promover aqui no meu?

  • Se o que eu falo fosse absolutamente uma inverdade, isso não te incomodaria tanto. Gosto do que vc costuma escrever, acho que conhece bastante de automobilismo, mas parece que, como a grande maioria dos jornalistas, vc pode criticar quem e como quiser, mas jaais pode ler uma crítica sobre o que pensa. Paciência, faz parte, mas não deveria fazer….

    • Sua crítica sobre o meu post de Fórmula 1 é infundada. Se você tivesse justeza de argumentos para falar do que escrevi sobre o GP de Cingapura, eu até aceitaria suas justificativas. Mas além de sua justificativa ser vazia, fui taxado por você de vendido e leviano. E isso eu não admito. Você não me conhece para afirmar isso a meu respeito.

  • Não falei que vc é vendido, apenas que suas críticas a uma categoria não se limitam a categoria, mas tem objetivo respingar tb em quem a transmite.

    • Olha o que você escreveu: “Principalmente a partir do momento que vc se esforça tanto pra tentar tornar o WEC algo melhor do que ele é, com claro objetivo de tirar benefício profissional disso.”
      Claramente você me chamou de vendido e interesseiro. Comentário de uma leviandade que nunca vi igual.
      Entenda uma coisa, pela última vez: eu escrevo sobre O QUE EU QUISER. E se resolvo falar do WEC, é porque hoje eu considero tal categoria uma das melhores da atualidade.
      Não sei como você começou a acompanhar automobilismo e nem me interessa saber, mas eu sou da geração que viu os pilotos de F-1 arrebentando num campeonato chamado Grupo C, com protótipos super velozes e corridas longas. A Endurance é tão tradicional como modalidade automobilística quanto a Fórmula 1.
      Então, não venha querer vir aqui me julgar porque a Fórmula 1 hoje é um saco. Não sou só eu que acho. Muita gente acha.
      E para mim chega. Cansei de te dar ibope.

    • A F1 lota autódromos no mundo todo, porra foi uma puta corrida e vc querendo polemizar com o circo da F1 puts tem um blog que fala de F1 e facil achar vai ali no Globo.com. O Endurance e pro publico bem mais atrativo te falo porque fiquei 12 horas em Interlagos na etapa de SP do Wec e não deixo de ver já a F1 não tenho a menor vontade de ver a corrida em SP

  • Caro rmb37 !
    Sou Coordenador de uma Confraria com sede em Porto Alegre, que congrega nada menos do que 50 pilotos gaúchos que atuaram no Rio Grande e no automobilismo brasileiro entre os anos de 1958 e 1983. A confraria leva o nome de Pilotos Jurássicos Gaúchos, porque seus quatro fundadores estão entre os 72 e os 78 anos de idade e todos, fundadores ou Membros até hoje são extremamente envolvidos com as coisas do automobilismo.
    Identificados que somos, desejo te dizer que também nós apreciamos as corridas de Endurance a ponto de estar uma dezena de nós nas provas de Interlagos desta FIA WEC à convite da CBA e em Le Mans, pois realmente, hoje, damos mais valor a competividade da WEC, aos carros e aos pilotos que nela atuam, do que a Fórmula 1, hoje apenas um espetáculo que por vezes chega a ser patético. Reconhecemos o valor dos pilotos que atuam na F1 mas nos repugna o “modus” atual desta categoria quando lembramos da Fórmula 1 de Emerson, Piquet, Senna e por aí ficamos.
    Estou lendo pela primeira vez tuas posições a respeito da WEC e da F1, e de antemão te digo que aplaudo teu conhecimento e comentários principalmente da WEC pois também eu e meus confrades conhecemos muito bem esta categoria.
    Respeitosamente,
    Roberto Giordani.

  • Dormi em boa parte da prova. O sono de domingo, pós almoço, está a frente de quase tudo (para mim). Mas do que acompanhei, principalmente a última hora de prova, pelo Sportv, gostei bastante. Esse circuito é do baralho. Torna um espetáculo qualquer corrida.

    A Toyota precisa encontrar velocidade para o próximo ano, pq esse já era. Teriam levado uma volta do vencedor se não tivessem uma ajuda extra com aquele lance do tanque de combustível. A Audi certamente vencerá as duas últimas corridas dessa temporada. Aproveitamento 100% dos alemães. Melhores que a RedBull, Vettel, e eu. Os japas disseram que vão chegar com um segundo carro na próxima etapa, em casa (Fuji), mas vai ser mais para fazer festa pra torcida.

    Já na GTE o papo é outro. Bacana a vitória do Bruno, que com esse Macko viram uma dupla quase infalível. A GTE Am tem um duelo caseiro até legal de ver, mas eu esperava mais da Corvette da Larbre nessa etapa, já que diziam que teriam um apoio do time oficial da Corvette. Que nada, largaram de último e fizeram uma das piores corridas deles no ano.

    Até a próxima.

  • E mais uma vez a Toyota jogou a toalha, e será vice de novo, e a temporada ainda não terminou, e isso mostra que a Audi é superior, mas em 2014 terá a concorrência da Porsche e da Toyota que ainda sonha vencer em Le Mans.

    Uma pergunta, ouvi dizer que a Oreca está desenvolvendo um carro próprio para a LMP1 em 2014, isso é verdade?

  • Vou ser sincero contigo Rodrigo, mas você precisa calibrar um pouco sua percepção do que é uma boa corrida e o que é uma corrida chata. Essa corrida do WEC de Austin foi muito sem graça. Aliás o campeonato é uma receita para o fracasso. Essa pista é uma porcaria disfarçada de boa pista. É só um truque de desenho do Tilke. A única boa corrida que eu vi nesta pista até agora foi uma corrida de moto3 este ano. Até o V8 supercars foi um saco nesta pista. Corridinha monótona e tudo para lá de previsível.