A dois passos do paraíso

11out2013---piloto-alemao-sebastian-vettel-da-red-bull-dirige-seu-carro-durante-a-segunda-sessao-de-treinos-para-o-gp-de-formula-1-no-circuito-de-suzuka-no-japao-1381510659205_956x500

RIO DE JANEIRO – Olha… foi animado esse GP do Japão hein? Tudo bem que Vettel venceu mais uma, a 35ª de sua espetacular carreira e o alemão está cada vez mais perto do tetracampeonato, que pode – ou não – ser sacramentado no GP da Índia. Mas a corrida desta madrugada (para nós) em Suzuka foi acima da média.

Um dos pontos que contribuiu para isso foi a liderança inicial do franco-suíço Romain Grosjean. Com uma excelente largada, o piloto da Lotus andou muito bem no primeiro estágio da corrida, à frente do pole Webber (como sempre largando muito mal) e de Vettel, que também não teve um arranque dos melhores e, por consequência disso, envolveu-se num contato imediato com a Mercedes de Lewis Hamilton, furando o pneu traseiro direito do bólido do britânico, que pouco depois abandonaria.

Grosjean, com um carro mais afeito a desgastar menos os pneus, seguiu à risca a estratégia de duas paradas. A Red Bull manteve o seu plano para Webber, pondo o australiano numa janela de três pits – mas para Vettel a estratégia foi diferente, e decisiva. O alemão ficou mais tempo na pista e embora não tenha voltado da sua segunda e última parada à frente de Grosjean, o que me parece que era o planejado, isto não foi empecilho para ele.

Vettel trucidou a diferença que o separava do piloto da Lotus e a vitória, que seria a primeira de Grosjean na Fórmula 1, miou. Com a terceira parada, Webber caiu para terceiro e demorou para superar o rival que vinha em segundo, evidenciando a diferença de braço entre ele e o alemão. A manobra só aconteceu na penúltima volta, dando à Red Bull apenas a sua segunda dobradinha em 2013. A primeira, vocês se lembram, foi na Malásia. Aquela mesma que torrou o saco do Webber de tal forma que ele decidiu ali sair da categoria e ir para o WEC, assinando com a Porsche.

Pódio formado, e o resto? Vamos lá, então.

Fernando Alonso salvou a sua pele com um quarto lugar, anos-luz atrás da Red Bull. Sem um carro à altura, é o máximo que o espanhol pode conseguir. Apesar da equipe ter trabalhado bem nos boxes, o espanhol teve muito trabalho para chegar nessa posição, especialmente com Nico Hülkenberg. Esse alemão tem feito corridas excepcionais com a Sauber e será uma peça importantíssima no mercado de pilotos para 2014. Acho até que a Lotus vai marcar uma bobeira enorme se não contratá-lo.

Räikkönen chegou em 5º e com o abandono de Hamilton, mantém-se em terceiro no campeonato. E numa prova de que a performance da Sauber tem evoluído a cada corrida, Estebán Gutiérrez teve ótima atuação em Suzuka e marcou seus primeiros pontos. Com o 7º lugar, o mexicano entrou para os compêndios como o 322º a pontuar na Fórmula 1, o quinto entre os pilotos do seu país, após os hermanos Ricardo e Pedro Rodríguez, Hector Rebaque e Sergio Pérez.

Num fim de semana muito ruim para a Mercedes, além do abandono de Hamilton, Nico Rosberg teve que pagar um drive through porque no seu primeiro pit os mecânicos o devolveram à faixa de rolamento de forma perigosa, quase provocando uma colisão com a McLaren de Sergio Pérez. Outro que também foi punido, mas por excesso de velocidade, foi Felipe Massa, que mais uma vez ficou muito abaixo do que sua posição de largada poderia supor. O brasileiro, de novo, seguiu à risca as declarações de sua entrevista onde afirmou que “não ajudaria” Fernando Alonso. E entre os dois punidos, terminou Jenson Button, salvando mais um medíocre fim de semana da McLaren.

Então é isso: com a quinta vitória seguida em 2013, nona da temporada, Sebastian Vettel chega a 297 pontos. Fernando Alonso tem 207. Noventa pontos de diferença em 100 possíveis? É… não é impossível que as coisas se decidam na Índia e tudo está nas mãos do piloto da Ferrari. Vettel, a dois passos do paraiso. Ou melhor: do tetracampeonato.

Comentários

  • Patético o Sr. “Bate-e-aMassa”
    Bateu os pézinhos e disse que não ajudaria o espanhol. . .
    Fala sério!!
    E desde quando o Alonso precisa ajuda do brasileiro para atingir um resultado melhor?!?!
    De fato, ajudou bastante, chegando em décimo!!
    Seria patético se não fosse tão cômico em sua declaração. . .
    E se a Lotus, por politicagem, optar pelo morto-vivo ao invés do “Incrível Hulk”, estará cometendo um pecado capital.
    Torcendo com todas as forças para nunca mais ter que olhar para a cara-de-bunda do Sr. “Alonso-is-faster-than-you” nas corridas de F1.
    Zé Maria

  • Voltar a frente de Grosjean não era o planejado pela RB. Nunca foi. A diferença entre Grosjean e Vettel naquela fase da corrida nunca foi superior aos cerca de 23 a 24s perdidos num pit stop no circuito de Suzuka. De certa forma foi uma estratégia de risco calculado. E na verdade a Lotus hoje teve um excelente Grosjean e um medíocre Boulier que foi literalmente levado no bico por Horner. A RB sabia que os duros tem um momento que perdem rendimento, mas algumas voltas a frente eles voltam a ter bom rendimento. Sabendo disso, Vettel ficou em pista, controlou essa perda de vantagem para Grosjean e pôde ir às boxes 8 voltas mais a frente e aí os pneus tinham muito mais saúde em comparação com os de Grosjean. O timing dos pits de Grosjean foram definidos pelos de Webber e não pelos de Vettel. Um erro grosseiro de Boulier. Mais um aliás. Era obvio que a RB estava trabalhando para a vitória de Vettel e não a de Webber, que não passava de uma manobra de distração.

  • Rodrigo. Uma pergunta. Não acha que uma pista com tanta fama, e merecida, como a de Suzuka, estar tendo, nos últimos GPs disputados, apenas um lugar claro de ultrapassagem, no fim da reta da meta, e com DRS, é muito pouco?

    • Eu não gosto do DRS (me tirou qualquer animo de ver a F1), mas a questão de Suzuka ter apenas um ponto acho que tem a ver com as características não-tilkeanas (conisderado circuitos tilkeanos aqueles com excesso de retas) do circuito.

      Ele tem poucas e curtas retas, acho que um DRS em curvas, especialmente em um circuito como Suzuka, com sequencias de curvas muito sinuosas poderia causar uma penca de acidentes pois os carros escapariam bastante de traseira.

      • correção: aqueles circuitos com muitas retas, sendo que uma ou duas são bastante extensas. Sepang é assim, Shanghai, Yas Marina e Buddh e outros circuitos com as mãos do Tillke também.

  • Meus destaques vão para Grosjean e Hulk. O franco-suíço pela maturidade que vem ganhando, e somada à sua rapidez, vem conseguindo resultados muito expressivos. Ele merece continuar em 2014. Já o alemão é muito bom, todos sabem disso. A Lotus deveria tê-lo com Grosjean em 2014. Não o fez porque tem receio de manter dois pilotos muito jovens disputando uma temporada cujo regulamento técnico vai sofrer uma reviravolta mais radical.

    Vettel vive seu melhor momento: ele é extremamente competente, é beneficiado por uma equipe forte, cujo projetista é o melhor no que faz, está no lugar certo, na hora certa, sob as circunstâncias certas. Ele tem a seu favor essa soma necessária para ser o que é hoje.

    Alonso terá que se contentar com um tri-vice-campeonato e também deverá ser grato se conseguir levar a Ferrari ao bi-vice-campeonato de construtores, pois a Mercedes está a apenas 10 pontos atrás, e a Lotus, 33. Para isso, precisa da ajuda de Massa. À propósito, cadê ele?

    É isso. Podem entregar a taça ao mais novo tetracampeão da história da categoria, Sebastian Vettel.