Esporte-Protótipos Inesquecíveis – Chevrolet Intrepid (1991/93)

4701542677_a0ff28f7aeRIO DE JANEIRO – O carro da foto foi uma das atrações da série IMSA (International Motor Sport Association) nos anos 90. Eis o protótipo Chevrolet Intrepid RM-1, que por três temporadas tentou se estabelecer como uma força nas pistas estadunidenses – mas por conta do esvaziamento da série, o interesse no desenvolvimento deste carro foi se perdendo com o tempo.

Projeto de Bob e Bill Riley e alinhado pela Pratt & Miller, o Intrepid RM-1, ou Intrepid GTP, tinha um poderoso motor Chevrolet V8 de 7,2 litros de capacidade cúbica. Com peso de apenas 816 kg e rodas traseiras cobertas, era o protótipo mais rápido em curva de toda a série IMSA – melhor que os Jaguar, Porsche, Nissan e Eagle Toyota que rivalizavam contra ele nas pistas.

A estreia do carro aconteceu em 3 de março de 1991, na corrida de 2h de duração disputada em West Palm Beach, na Flórida. O piloto sul-africano Wayne Taylor, contratado para desenvolver o Intrepid, fez o 6° tempo no grid e chegou em segundo, atrás do Jaguar de Davy Jones.

O Intrepid ainda não era confiável para corridas de “tiro longo”: já não correra em Daytona e não apareceu nas 12h de Sebring. E em Miami, na corrida ganha por Raul Boesel em sua volta aos protótipos, Tommy Kendall, no outro protótipo do time, o #65, chegou em segundo, repetindo o resultado da estreia.

Em Road Atlanta, numa prova com 300 km de percurso, Taylor foi o 4° colocado e Kendall chegou em sétimo. Na pista de Topeka, mais um pódio com a 3ª posição do #64, atrás do Nissan de Chip Robinson e do Jaguar de Davy Jones. Em Lime Rock Park, outro bom resultado – quarto e quinto para os dois carros, à frente dos Jaguar, sendo superados apenas pelos Eagle Toyota e Nissan.

Na etapa de Mid-Ohio, a vitória passou raspando de novo. Pela terceira vez, o Intrepid RM-1 chegou em segundo, com Taylor a bordo. Kendall foi 3º e em New Orleans, enfim, veio o primeiro triunfo: Wayne Taylor chegou quase um minuto à frente de Geoff Brabham, da Nissan.

Nos 500 km de Watkins Glen, o projeto do Intrepid RM-1 sofreria um rude golpe: após largar em terceiro, Tommy Kendall saiu da pista na 61ª volta e destruiu seu carro numa violenta batida no guard-rail. Wayne Taylor chegou em quarto, mas a partir daí, foi como que uma caveira de burro fosse enterrada quanto às pretensões futuras do time.

Até o fim da temporada de 1991, Wayne Taylor conduziu sozinho o único carro restante, abandonando em Laguna Seca. Foi 7º em Portland, terceiro em Elkhart Lake e abandonou na última corrida, em Del Mar, por falha na embreagem.

Em 1992, de novo o Intrepid RM-1 não foi visto na largada em Daytona. Naquele campeonato, Wayne Taylor começava no #5 da Tom Milner Racing, tendo como novos companheiros de equipe o ex-Fórmula 1 François Migault e o estadunidense Jeff Purner, e Tommy Kendall, de volta após o grave acidente do ano anterior em Glen, estava com a MTI no #12.

O regresso foi em Miami: Taylor chegou em segundo. Kendall abandonou com problemas na bomba d’água e Migault desistiu sem freios. Em Sebring, o carro #5 apareceu com Wayne Taylor/Perry McCarthy/Les Delano. Largaram em 3°, mas a corrida só durou sete voltas para o Intrepid: o câmbio quebrou.

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Em Road Atlanta, Kendall voltou ao pódio com um 2° lugar, à frente de Migault e do novo parceiro Hugh Fuller. Na corrida de Lime Rock, só andaram dois Intrepid, com Taylor e Kendall abandonando. Até o fim do ano, um quarto lugar em Mid-Ohio e outro em Del Mar, na última etapa da temporada, salvariam a temporada dos bólidos estadunidenses do completo desastre.

Na temporada de 1993, como sempre o RM-1 não apareceria em Daytona, fazendo sua primeira corrida em Miami, com Wayne Taylor e o compatriota George Fouché, terminando em 5º lugar. O carro não terminaria no Atlanta Motor Speedway, em Lime Rock e em Mid-Ohio, onde mesmo abandonando ainda foi classificado na nona posição.

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A rotina de abandonos continuaria em Watkins Glen e Road America, antes de Wayne Taylor chegar ao 8º posto em Laguna Seca e voltar a ter problemas nas corridas de Portland e Phoenix. Junto com o fim dos protótipos GTP, acabaria ao fim do melancólico campeonato de 1993 o investimento da Chevrolet neste projeto. O Intrepid disputou um total de 32 corridas, com uma vitória, seis pole positions e seis pódios nas corridas estadunidenses.

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