Petit Le Mans: Rebellion é bicampeã da prova; ALMS encerra 14 anos de história

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RIO DE JANEIRO – Após 14 anos e 149 corridas disputadas, terminou neste sábado a trajetória da American Le Mans Series. A competição de GTs e Protótipos criada por Don Panoz com o apoio do Automobile Club de l’Ouest e chancela da International Motor Sports Association (IMSA) sai de cena, deixando de existir ao fim da Petit Le Mans, última etapa da temporada de 2013.

E essa 16ª edição da corrida no circuito de Road Atlanta não foi uma qualquer. Com as condições da pista mudando várias vezes, o desafio foi dobrado para pilotos e equipes. Especialmente para aqueles que ainda brigavam por títulos nas quatro subclasses onde nada estava decidido.

A disputa pela vitória seria – como de fato o foi – monopolizada entre o HPD da Muscle Milk Pickett Racing, invicto por oito corridas e a Rebellion Racing, com seu Lola B12/60 de motor Toyota. Os europeus tiveram um momento de susto quando o carro colidiu com um protótipo da classe LMPC e este incidente fez o #12 perder tempo em relação aos rivais. Mas foi o #6 que ficou pelo caminho: um superaquecimento tirou o carro dos campeões Klaus Graf e Lucas Luhr da corrida, quando Romain Dumas estava na condução.

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Aí foi barbada para Nicolas Prost/Neel Jani/Nick Heidfeld, que não tiveram qualquer problema para emplacar a segunda vitória consecutiva do carro e do time na pista da Geórgia, com seis voltas de vantagem para o 2º colocado. Uma pena que a corrida tenha terminado da pior forma possível para Graf, Luhr e Dumas, mas no automobilismo é assim. Num dia se ganha, noutro se perde. E segue o parador.

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As demais categorias animaram a Petit Le Mans – e bastante, aliás. Na LMP2, onde a Level 5 e a Extreme Speed Motorsports lutavam pelo privilégio de ter um de seus pilotos-patrões com o título, deu Scott Tucker. O carro #551 guiado por ele, Ryan Briscoe e Marino Franchitti chegou em 2º na geral e venceu em sua categoria com 1″394 de vantagem para o #01 guiado por Scott Sharp/Anthony Lazzaro/David Brabham. Tucker fechou o campeonato com oito pontos de vantagem sobre Marino Franchitti e 10 para Sharp. O pódio teve ainda o trio formado por Guy Cosmo/Peter Dumbreck/Jonny Kane.

Na LMPC, o brasileiro Oswaldo “Ozz” Negri fez uma excelente estreia a bordo do Oreca FLM09 da 8Star Motorsports. Usando toda sua experiência e o amplo conhecimento da performance dos pneus Continental que suprem esta categoria, Negri liderou por nada menos que oito voltas na geral, quando a pista estava no meio-termo entre o seco e o molhado. Ele e seu parceiro Sean Rayhall podiam ter sido o que se chama de “fiel da balança” a favor do líder do campeonato Mike Guasch, mas não foi assim que as coisas funcionaram.

Até porque, ainda no início, o #52 da PR1/Mathiasen Motorsports teve um contato com o Lola da Rebellion e levou a pior. O carro teve que ir para as mãos dos mecânicos e perdeu imenso tempo. Voltaram em 7º e último na categoria e com os problemas dos rivais, só avançaram mais duas posições, deixando Guasch em quinto.

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Como se viu, foi insuficiente: Negri/Rayhall chegaram em segundo na classe e a vitória foi do #8 de Kyle Marcelli/Chris Cumming/Stefan Johansson – resultado que deu por um único ponto (141 a 140) o título de pilotos a Cumming e a BAR1 Motorsports chefiada por Brian Alder conquistou em seu primeiro ano de existência o campeonato entre as escuderias, após um desempate com a CORE Autosport pelo número de vitórias – três contra duas. Ambas as escuderias ficaram rigorosamente iguais na pontuação, com 145 pontos para cada.

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O Team Falken Tire driblou mais uma vez as adversidades e conquistou uma belíssima vitória na LMGT: o carro #17 de Wolf Henzler/Bryan Sellers/Nick Tandy portou-se brilhantemente e superou as demais equipes no duelo da categoria mais equilibrada do certame todo. Detalhe: a equipe teve que lançar mão – mais uma vez – do seu Porsche construído em 2010 porque o modelo 2012 não reunia ainda condições de ir para a pista após a porradaria da etapa de Baltimore.

A batalha campal durou a prova inteira e o #17 prevaleceu por menos de um segundo sobre a BMW Z4 GTE de Dirk Muller/John Edwards/Bill Auberlen. Um ótimo resultado para o time de Bobby Rahal, é fato, mas insuficiente para Muller: com o 6º lugar na classe, Antonio Garcia e Jan Magnussen conquistaram o título de pilotos num ano quase perfeito para a Corvette Racing, que se despede com honras do modelo C6-R, que ano que vem será substituído pelo novíssimo C7-R.

O carro que mais liderou a Petit Le Mans na classe foi o SRT Viper #91 de Dominik Farnbacher/Marc Goossens/Ryan Dalziel, com 126 voltas no total. Mas um contato com um protótipo acabou de vez com as possibilidades do trio.

Entre os Porsche Cup da LMGTC, título definido em favor de Cooper MacNeil e Jeroen Bleekemolen, da Alex Job Racing. Os dois terminaram em 4º lugar na categoria e chegaram ao total de 145 pontos contra 139 de Spencer Pumpelly e Nelson Canache Jr. – os dois venceram a corrida ao lado do jovem Madison Snow, um resultado que deixou a Flying Lizard Motorsports contente com o título de equipes.

Quem fez boa corrida foi o piloto-ator-galã Patrick Dempsey, ao lado de Andy Lally e Joe Foster, levando o #27 da Dempsey Racing/Del Piero ao pódio na última corrida do campeonato.

Então é isso: uma bela história chega ao fim. Só posso me sentir honrado e privilegiado por ter contado ao longo desse ano como foi a última temporada da American Le Mans Series, além de ter acompanhado com o interesse costumeiro os campeonatos anteriores. Espero sinceramente que o novo campeonato United Sports Car Championship consiga atender às nossas esperanças e expectativas de competitividade, grids cheios e grandes corridas.

Comentários

  • Apesar de algumas incertezas, como a equalização entre os LMP2 e os DP’s, eu acredito que o USCC será um excelente campeonato, unindo o melhor dos dois certames, teremos numa mesma categoria as 24h de Daytona, as 12h de Sebrinf, as 6h de Watkins Glen e a Petit Le Mans…será fantástico.

  • Encerra-se um ciclo de 14 anos de puro amor ao automobilismo! o Don Panoz fez a sua parte não deixando morrer o espírito de Le Mans nos Estados Unidos! Parabéns a todos os envolvidos e 2014 tenho certeza que será uma grande temporada de reunião de duas categorias que não deveriam se separar lá atrás: ALMS e GRAND-AM