Direto do túnel do tempo (133)

gp_eua_wk_1976_003RIO DE JANEIRO – A foto mostra Alex Dias Ribeiro em sua corrida de estreia na Fórmula 1. O piloto brasileiro nascido em Uberlândia, no interior de Minas Gerais, realizava no dia 10 de outubro de 1976 um sonho de menino.

Quinto colocado no Europeu de Fórmula 2 como piloto oficial da March BMW, superado apenas pelos “quatro mosqueteiros franceses”, que era como a imprensa chamava o esquadrão formado por Jean-Pierre Jabouille, René Arnoux, Patrick Tambay e Michel Leclere, Alex tinha se destacado naquele ano, estava com a moral em alta e Max Mosley, seu chefe na March, o prevenira quando o piloto disse que iria a Watkins Glen assistir o GP dos EUA-Leste.

“Não esqueça de levar o capacete. Nunca se sabe, talvez pinte uma oportunidade.”

E Mosley estava certo, certíssimo. Anthony “Bubbles” Horsley, que herdara os velhos Hesketh 308 do time onde trabalhara com James Hunt e o então falido Lord Alexander Hesketh, o convidou para disputar a prova em razão de problemas com o então piloto titular Guy Edwards. Detalhe: Alex já propalava toda sua religiosidade no meio mundano do automobilismo e o carro tinha o patrocínio da revista erótica Penthouse e da Rizla, fabricante de papel para fumo – inclusive aquele da turma da marola.

Alex deu de ombros, agradeceu a Deus o convite e o presente que caiu do céu. Largou em 22º com o tempo de 1’49″669, apenas dois décimos mais lento que o austríaco Harald Ertl, que já possuía considerável experiência de Fórmula 1. Foi melhor que os dois pilotos da Wolf-Williams e que os Surtees de Brett Lunger e Henri Pescarolo.

Na corrida, entre as voltas 15 e 18, Alex chegou a andar em 16º – logo atrás de Emerson Fittipaldi. Ele fez o que lhe era possível em sua estreia e terminou num honroso décimo-segundo lugar.

Há 37 anos, direto do túnel do tempo.

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