Um ano sem Jacarepaguá

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RIO DE JANEIRO – Passou rápido. Até demais. No dia 28 de outubro do ano passado, o Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, deu seu último suspiro com uma corrida do Regional de Marcas. A saudosa pista, palco de grandes vitórias de Nelson Piquet na Fórmula 1, de André Ribeiro e tantos outros pilotos na Fórmula Indy e de títulos de Valentino Rossi no Mundial de Motovelocidade, infelizmente agora é passado.

Somos o único país que renega um esporte que, também no passado, nos ofertou três pilotos campeões do mundo. Fomos capazes de deixar acontecer essa vergonha que foi a destruição de uma praça esportiva sob o pretexto torpe dos Jogos Olímpicos de 2016, à guisa de especulação imobiliária. Isso não é segredo para absolutamente ninguém: o terreno era cobiçado pelas empreiteiras, com quem certamente a prefeitura carioca fez acordos para financiar a ‘vitoriosa’ campanha de reeleição do atual alcaide.

Também não é segredo que a dèbacle de Jacarepaguá tem culpados – com nome e sobrenome: Cesar Epitacio Maia, então prefeito do Rio de Janeiro, que mudou o zoneamento do IPTU daquela área, transformando uma região durante décadas tomada pelo mato e que era de Jacarepaguá em Barra da Tijuca; o sr. Carlos Arthur Nuzman, que se locupleta há décadas no confortável cargo de presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, os asseclas dos dois supracitados e os demais envolvidos.

Nos empurraram os Jogos Pan-Americanos goela abaixo e querem fazer o mesmo com as Olimpíadas, numa cidade e num país totalmente despreparado, onde grassa a corrupção, os desmandos continuam cada vez maiores e que não tem a infra-estrutura necessária para receber eventos de grande porte. Será que FIFA e COI sabiam realmente com quem estavam lidando desde o início?

Enfim, só temos o que lamentar. A derrocada de Jacarepaguá é um tristíssimo capítulo – mais um, aliás – de um automobilismo que perdeu o respeito mundialmente e há muito tempo é comandado por pessoas incompetentes, que não foram capazes de impedir o verdadeiro desastre que foi o fim de uma das pistas mais emblemáticas da história do esporte a motor neste país.

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