Fenômeno

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RIO DE JANEIRO – Não é a primeira vez. E pelo visto não será a última. Pela segunda ocasião em três anos, a Espanha faz todos os campeões do Mundial de Motovelocidade. E um deles estava no rol de vitoriosos quando isto aconteceu pela primeira vez. Num curtíssimo espaço de tempo, Marc Márquez deixou de ser a promessa campeã da extinta divisão 125cc aos 17 anos para, aos vinte, se tornar o maior nome da MotoGP da atualidade.

Fazia tempo, aliás, que um piloto novato não era campeão da principal categoria da modalidade. Mais precisamente, 35 anos: a última vez que isso aconteceu foi em 1978 e o novato em questão tinha um pedigree daqueles: talhado nas provas da American Motorcycle Association (AMA) e em divisões menores do Mundial de Motovelocidade, “King” Kenny Roberts conquistou o primeiro dos três títulos que viriam em sequência e que o fizeram ser um dos maiores nomes da 500cc em seu tempo.

Jovem e tremendamente talentoso, Márquez calou a boca dos críticos que o ainda enxergavam como um piloto apenas estabanado. Se assim o fosse, ele não teria chegado a três títulos mundiais e subido da Moto2 com o título conquistado em 2012 direto para a equipe Repsol HRC Honda, para desbancar – como desbancou – não só o primeiro piloto Dani Pedrosa como também o favorito Jorge Lorenzo, que defendia seu título e buscava a terceira coroa de campeão na MotoGP.

No bojo, o ano de Marc Márquez foi excepcional. Somente duas provas fora dos pontos em 18 etapas. E nas dezesseis restantes, dezesseis pódios, com seis vitórias – quatro delas consecutivas. Houve polêmica? É claro que houve. Não existe um campeão que tenha a simpatia de todo mundo. Lorenzo o atura como rival. Pedrosa, mais uma vez desbancado por alguém muito mais talentoso que ele, deve detestá-lo. Rossi, perto da aposentadoria, já elegeu Márquez como seu legítimo sucessor. E quem há de duvidar do Doutor?

Os fãs do “Formiga Atômica”, que tanto esperavam por essa conquista, agora podem comemorar, merecidamente. Márquez, Pol Espargaró e Maverick Viñales são três dos muitos exemplares da inesgotável fábrica de talentos que faz da Espanha, hoje, o país número #1 do Mundial de Motovelocidade.

O que esperar de 2014?

A temporada 2014 da MotoGP já começou. Lá mesmo em Valência, foi realizada nesta segunda-feira uma primeira sessão de treinos coletivos com vários pilotos da principal categoria da Motovelocidade. Algumas caras novas já pintaram: Scott Redding, vice-campeão da Moto2, fez seu primeiro treino com a equipe Honda Gresini e Pol Espargaró, que levou o título da categoria de acesso, andou com a Yamaha da Tech3. Cal Crutchlow, que deixou esta escuderia, estreou pela Ducati. E Hiroshi Aoyama já andou como o novo contratado da equipe de Jorge “Aspar” Martinez.

Prováveis formações das equipes da MotoGP:

Repsol Honda HRC
Honda RC213V
Marc Márquez e Dani Pedrosa

Yamaha Factory Racing
Yamaha YZR M-1
Jorge Lorenzo e Valentino Rossi

Tech3
Yamaha YZR M-1
Bradley Smith e Pol Espargaró

Ducati Team
Ducati Desmosedici GP14
Andrea Dovizioso e Cal Crutchlow

Honda LCR
Honda RC213V
Stefan Bradl

Go&Fun Honda Gresini
Honda RC213V e Honda RCV1000R (Open)
Álvaro Bautista e Scott Redding

Pramac Racing
Ducati Desmosedici GP14 e Ducati 1199 Panigale (Open)
Andrea Iannone e Yonny Hernández

Aspar Racing Team
Honda RCV1000R (Open)
Nicky Hayden e Hiroshi Aoyama

Forward Racing
FTR Yamaha M-1 (Open)
Aleix Espargaró e Colin Edwards

Cardion AB Motoracing
Honda RCV1000R (Open)
Karel Abraham

Avintia Racing
moto a confirmar
Hector Barberá e piloto a confirmar

Ioda Racing
Ioda Suter-BMW (Open)
pilotos a confirmar

Paul Bird Motorsport (PBM)
moto a confirmar
pilotos a confirmar

Comentários

  • Merecido demais esse título do Márquez, embora a corrida tenha sido meio modorrenta.

    A decisão do título da Moto3 foi mais bacana de acompanhar, com a queda do Salom e o Àlex Rins e o Viñales disputando metro a metro o título.

    Foi uma temporada sensacional para a Motovelocidade, fazia tempo que eu não acompanhava as corridas com tanta atenção. Espero que o nível aumente na próxima temporada.

  • Eu não sei porque não tentam uma fusão entre o mundial de SuperBike e a MotoGP. Ajudaria ambas a categorias (especialmente a rainha, que carece de equipes e motos) e traria velhas montadoras de volta ao certame. Seria melhor do que essas piadas, já excluidas, ainda bem, das CRT’s.

    • O problema é que o Mundial de Superbike é realizado com motos de fabricação em série enquanto a MotoGP utiliza motos desenvolvidas especialmente para o certame. A disparidade técnica e de desempenho das motos seria grande.

      Eu gosto das CRT, especialmente nas categorias de acesso, pois tornam as disputas mais justas, sem ficar naquela de “Só venceu porque tinha a melhor moto”.

      O talento geralmente acaba falando mais alto que a moto nestas categorias de acesso, vide a ascensão do Marc Marquez da finada 125cc para a MotoGP. O cara tem uma habilidade absurda e mostrou isso nas categorias de base.

  • O melhor de tudo na conquista mais que merecida do Marquez foi mais uma vez ver o Sr. Dani “Medrosa” ficar a ver navios. . .idem para o antipático do Lorenzo, com sua eterna c@r@ de bund@. . .
    Sendo que a cereja do bolo é ouvir da boca do Doutor que para ele seu digno sucessor é o MM. . .
    Zé Maria

  • Esse é ¨o cara¨: Marc Marque.Mas ano que vem a disputa será mais dura.a Honda tá dividida com gente ainda leal ao Pedrosa, e Lorenzo vai exigir mais da Yamaha.o ¨doutor¨ deveria se aposentar , ele não consegue nem segurar o Bautista, e talvez esteja tirando vaga de alguem mais jovem, como um Bradl.Parabens a esse verdadeiro fenômeno, que junto com JJ na NASCAR deve ser o mais merecido t´tulo no ano, brigando com grande pilotos sem medo de perder(como fez o Sr Helio Castro Neves) atacando o tempo todo com garra e técnica e correndo riscos.Isso sim é piloto e esporte a motor.