GT Open fecha temporada com grid recorde e brasileiro de equipe nova em Barcelona

Team Novadriver - Open GT 2013 - Portimão - 1º Dia

É ao volante do Audi R8 LMS Ultra #81 que Rafael Suzuki tentará derrotar Giorgio Pantano e Lorenzo Bontempelli para ser campeão de pilotos na subclasse GTS do International GT Open; brasileiro defenderá a equipe portuguesa Novadriver em Barcelona

RIO DE JANEIRO – Um plantel excepcional marca a etapa de encerramento do International GT Open, prevista para este fim de semana no circuito da Catalunha, em Barcelona. Com a presença de carros do Iber GT e outros que não marcarão pontos no campeonato, são 41 bólidos inscritos nas divisões Super GT e GTS – esta, como sempre, a mais numerosa.

Com o campeonato já decidido em favor de Andrea Montermini tanto na classificação geral quanto na classificação específica da Super GT, as atenções se voltam para a disputa do título entre os pilotos na subdivisão GTS. E aí temos o brasileiro Rafael Suzuki lutando por uma conquista inédita de brasileiros no GT Open – desta vez separado de Giorgio Pantano.

“Prefiro não entrar em detalhes”, contou o piloto em conversa com o blogueiro por telefone. “O automobilismo, como a vida, dá muitas voltas e por isso não quero dizer muita coisa a respeito. Não foi o que eu desejei acontecer, não foi planejado. Mas logo depois de Monza comecei a trabalhar já com vistas à última etapa e veio o acerto com uma nova equipe”, disse Suzuki. “A gente sempre conversa com o César (Campaniço) e aí surgiu a chance de correr pela Novadriver. Sinceramente, era a melhor oportunidade fora da Bhai Tech Racing. O problema, agora é que ganho um adversário a mais, muito forte, que é o meu antigo parceiro”, explicou.

De fato, Suzuki, que coliderava o campeonato com Pantano e o italiano Lorenzo Bontempelli, da Kessel Racing, todos com 39 pontos, agora terá o antigo colega como rival direto. E Pantano tem um parceiro de respeito para a última corrida: o português Álvaro Parente se junta a ele para fazer do ex-piloto de Fórmula 1 campeão sozinho. A exemplo do piloto da McLaren, César Campaniço também não marcará pontos, mesmo sendo o novo parceiro do piloto brasileiro.

Rafael Suzuki travou o primeiro contato com o novo carro, o Audi R8 LMS Ultra, no último sábado, no circuito do Estoril. E gostou do que teve em mãos.

“O carro é completamente diferente do McLaren em termos técnicos. Não é muito rápido em reta por conta do Balance of Performance (BoP), mas tem uma boa aerodinâmica e a dianteira tem ótimo comportamento. Eu gostei. A Novadriver participou com o Audi de algumas provas nesse ano, em Portimão e Jerez de la Frontera, e nas duas oportunidades o desempenho do carro foi muito bom. Só posso ficar confiante”, disse.

Para quem veio dos monopostos, que têm uma dinâmica de pilotagem completamente diferente de qualquer carro de turismo, andar no GT Open foi uma mudança com a qual o piloto acha que se adaptou muito bem. Não só ele como o engenheiro brasileiro Roberto Costa, com quem Suzuki diz ter tido um ótimo relacionamento enquanto defendeu a Bhai Tech Racing.

“Foi um ano excelente para mim, num mundo que não conhecia. Nem eu, muito menos os outros pilotos e nem o Roberto (Costa), que realizou um grande trabalho. Andar de monoposto é muito diferente de conduzir um GT e até a gente aprender essa dinâmica de trabalho, perdemos várias oportunidades de conseguir bons resultados para nós mesmos. Aqui a gente tem que trabalhar com as variações de estratégia, com o handicap, o momento certo de efetuar o pit stop para troca de piloto e a economia de pneu. Foi um ótimo aprendizado e o balanço que faço desta temporada é muito positivo”, afirma.

Para 2014, independentemente da conquista – ou não – do título entre os pilotos na subclasse GTS, Rafael Suzuki vislumbra possibilidades. “Depois que saí das competições de Fórmula, muitas outras portas se abriram. E por isso mesmo já estamos intensificando as negociações para o próximo ano. O bom é que não existe uma só opção. Posso voltar ao Japão, onde existe a opção do Super GT; posso continuar andando de GT na Europa ou tentar a Stock Car no Brasil. Qualquer uma dessas possibilidades é para competir profissionalmente. O caminho foi mostrado por outros pilotos e a gente vai seguindo essa tendência”, finalizou.

Com o fim do horário de verão em território europeu, a corrida #1 da última rodada do International GT Open, com duração de 70 minutos, terá largada no sábado às 13h de Brasília (16h na Catalunha). No domingo, a corrida #2, que dura 50 minutos, terá início às 9h da manhã pelo horário brasileiro de verão – meio-dia em território espanhol. As duas corridas terão live streaming AO VIVO aqui no blog.

A lista de inscritos para a última etapa do International GT Open em Barcelona está aqui. Clique e confira.

Comentários

    • Quanto ao palpite, não posso afirmar nada, mas com certeza os dois são pagos para desempenhar seu papel. São pilotos profissionais e no GT Open os salários podem ser até menores, mas os pilotos têm garantia de receber em dia.

  • A Novadriver, que tb compete no FIA GT Series, é uma boa equipe. Ano passado foram muito bem no falecido Europeu de GT3.

    O Campaniço é rápido e já tem experiência com o R8 LMS. Deve contribuir para o Suzuki se achar mais rápido com o carro.

    Profissionalmente, acredito que o melhor caminho para o piloto brasileiro seja o Super GT, mesmo que seja para andar na GT300. A aceitação do público por lá é bem grande e as fábricas japonesas levam bem a sério a categoria. E ele já fez temporada pela TOM’S, que é uma baita equipe, quando guiou na F3 japonesa, com pódios e tudo mais; talvez esteja ai uma boa oportunidade de voltar a guiar em grande estilo.