WEC, 6h do Bahrein: Toyota vence a última, como prêmio de consolação

MOTORSPORT : FIA WEC WORLD ENDURANCE CHAMPIONSHIP 6 HOURS OF BAHRAIN ROUND 8 11/28-30/2013

RIO DE JANEIRO – Antes tarde do que nunca: a Toyota não passou o Mundial de Endurance (WEC) em branco e venceu enfim uma corrida de verdade, já que as 16 voltas das 6 Horas de Fuji foram todas em regime de Safety Car. Neste sábado, nas 6 Horas do Bahrein, que encerraram a temporada 2013 do campeonato, o trio formado por Sébastien Buemi/Stéphane Sarrazin/Anthony Davidson venceu a corrida sem sustos, confirmando o 3º lugar no Mundial de Pilotos para a trinca do carro #8.

AUTO - WEC 6 HOURS OF BAHRAIN 2013

A vitória foi conquistada numa prova atípica, onde dos cinco LMP1 presentes, três quebraram. O primeiro a desistir foi o Lola B12/60 Toyota da Rebellion Racing, com uma monumental explosão de motor. Logo depois, quem deu adeus foi o Toyota #7, que largou da pole position e chegou a ocupar a liderança da corrida no início. E mais tarde, quando a noite já se fazia presente em Sakhir, quebrou o câmbio do Audi R18 e-tron quattro #2 com Loïc Duval a bordo. Foi o primeiro abandono por falha mecânica de qualquer carro do construtor de Ingolstadt desde 2011.

AUTO - WEC 6 HOURS OF BAHRAIN 2013

Com tantos rivais fora do caminho, o Audi #1 de Marcel Fässler/Andre Lotterer/Bénoit Tréluyer, mesmo com uma penalização drive through por ultrapassar um adversário numa zona de bandeiras amarelas, acabou em segundo lugar. E em 3º na geral, algo que também não acontecia havia algum tempo – precisamente desde as 12h de Sebring, quando o WEC fez sua primeira corrida ano passado – um LMP2: o #26 da G-Drive Racing, com Roman Rusinov/Mike Conway/John Martin.

O pódio na segunda divisão de protótipos teve ainda Alex Brundle/Olivier Pla/David Heinemeier-Hänsson e a trinca da Greaves Motorsport formada por Björn Wirdheim/Wolfgang Reip/Jon Lancaster, que por sinal fez ótima corrida. A tripulação do #35 da OAK Racing fez o suficiente para levar o carro ao final em 4º na divisão e sétimo na geral. E com o resultado, Martin Plowman/Bertrand Baguette/Ricardo Gonzalez deram à equipe o título de 2013 entre as escuderias, vencendo também o World Endurance Trophy na divisão.

2013-6-Heures-de-Bahrein-6-HEURES-DE-BAHREIN-02113812-386.JPG_hd

Na LMGTE-PRO, o panorama deu uma guinada de 180º a favor da Ferrari e da AF Corse na última corrida da temporada. Justamente quando não podia e não devia, o modelo Vantage V8 da Aston Martin teve problemas de confiabilidade, deitando por terra o esforço do construtor britânico – que ambicionava vencer o WEC na classe de Grã-Turismo no centenário da marca.

O carro #97 dos então líderes do campeonato Darren Turner/Stefan Mücke começou a corrida enfrentando problemas de pneus e depois, uma repentina perda de potência atrapalhou o trabalho dos dois pilotos. O carro foi levado à garagem e de lá não saiu mais, após 109 voltas completadas. Também o #99, que poderia roubar pontos importantes dos rivais, sucumbiu: Bruno Senna e seus companheiros de equipe Pedro Lamy e Richie Stanaway abandonaram após 145 voltas percorridas.

Ferrari

Sem os britânicos no caminho, a AF Corse conquistou mais um título entre as equipes e a Ferrari virou o jogo na competição entre as marcas, levando a taça para Maranello. E com a modificação proposta por Amato Ferrari para a última corrida do ano, Gimmi Bruni levou o troféu de campeão da LMGTE sozinho, vencendo no Bahrein com Toni Vilander, resultado que rendeu à dupla o 9º lugar na classificação geral. Patrick Pilet/Jörg Bergmeister chegaram em segundo e Kamui Kobayashi/Giancarlo Fisichella completaram o pódio.

2013-6-Heures-de-Bahrein-6-HEURES-DE-BAHREIN-02113812-494_hd

Na LMGTE-AM, a Aston Martin se recompôs da frustração pela perda dos títulos relativos à divisão principal de Grã-Turismo: o carro #95 venceu mais uma vez com Nicki Thiim/Christoffer Nygaard/Kristian Poulsen e, com o 5º lugar no Bahrein, Stuart Hall e Jamie Campbell-Walter levaram o título do World Endurance Trophy na divisão, por um suado pontinho de vantagem. O pódio teve ainda Enzo Potolicchio/Rui Águas/Davide Rigon com o segundo posto e François Perrodo/Matt Griffin/Emmanuel Collard – ambas as trincas com Ferrari F458 – em segundo e terceiro, respectivamente.

O brasileiro Fernando Rees, da Larbre Competition, conseguiu um bom resultado na última corrida do ano – marcando talvez a despedida do Chevrolet Corvette C6-R do WEC. Ele e seus companheiros Patrick Bornhauser e Julien Canal acabaram em 4º lugar na classe e 17º na geral.

Confira a classificação final:

World Endurance Drivers Championship:

1. Loïc Duval/Tom Kristensen/Allan McNish – 162 pontos
2. Andre Lotterer/Marcel Fässler/Bénoit Tréluyer – 149,25
3. Anthony Davidson/Stéphane Sarrazin/Sébastien Buemi – 106,25
4. Alexander Wurz/Nicolas Lapierre – 69,5
5. Mathias Beche – 63,5
6. Nicolas Prost – 60
7. John Martin/Roman Rusinov/Mike Conway – 53
8. Nick Heidfeld – 48
9. Lucas Di Grassi/Marc Gené/Oliver Jarvis – 45
10. Bertrand Baguette/Martin Plowman/Ricardo González – 44,5

FIA Endurance Trophy for LMP2 Drivers:

1. Bertrand Baguette/Martin Plowman/Ricardo González – 141,5 pontos
2. Alex Brundle/David Heinemeier-Hänsson/Olivier Pla – 132,5
3. John Martin/Roman Rusinov/Mike Conway – 132
4. Luis Perez-Companc/Pierre Kaffer/Nicolas Minassian – 110
5. Tor Graves – 56
6. Jacques Nicolet – 51
7. James Walker – 44
8. Tom Kimber-Smith – 40
9. Björn Wirdheim – 37
10. Keiko Ihara – 35

World Endurance Cup for GT Drivers:

1. Gianmaria Bruni – 145 pontos
2. Giancarlo Fisichella – 135
3. Darren Turner/Stefan Mücke – 125,5
4. Marc Lieb/Richard Lietz – 123
5. Toni Vilander – 108
6. Patrick Pilet/Jörg Bergmeister – 99,5
7. Kamui Kobayashi – 98
8. Bruno Senna – 94
9. Fréderic Makowiecki – 73,5
10. Romain Dumas – 72

FIA Endurance Trophy for GTE-AM Drivers:

1. Jamie Campbell-Walter/Stuart Hall – 129
2. Enzo Potolicchio/Rui Águas – 128
3. Jean-Karl Vernay/Raymond Narac – 122
4. Christoffer Nygaard/Kristian Poulsen – 104,5
5. Patrick Bornhauser/Julien Canal – 97
6. Christian Ried/Gianluca Roda/Paolo Ruberti – 76,5
7. Fernando Rees – 73
8. Christophe Bourret e Matt Griffin – 68
10. Davide Rigon – 67

Comentários

  • Digamos que foi uma vitória “estilo Luiz Fabiano”, ou seja, quando não valia mais nada, quando o campeonato já estava resolvido em favor do adversário, ele triunfou.
    Quanto ao Audi#2, um dia iria acontecer, assim como um dia algum fabricante irá (finalmente) superar a Audi na P1.
    Gostei também das disputas da P2, e acho que o título ficou em boas mão com o trio da OAK Racing #35, se bem que o G-Drive #26 correu demais nesta temporada.
    Na LMGTE Pro confesso que preferia ver o título nas mãos de um Aston Martin ou Porsche…a Ferrari é o fabricante que menos simpatizo, mas de qualquer forma, parabéns a eles também.
    E na Am, creio que os Aston Martin foram soberanos ao longo da temporada…uma pena o desempenho do “Trovão”, que provavelmente se despede sem conseguir ao menos uma vitória em sua classe neste ano.
    Por fim, já disse isto desde o ano passado e repito…para mim, o WEC não será…ja é o melhor campeonato de automobilismo do mundo e com a vinda da Porsche, o retorno da Strakka, o novo carro da Rebellion, será ainda melhor.

  • enquanto isso a Toyota colecionou o terceiro abandono da temporada.
    o mais incrível é que desde 1999, um Audi da equipe oficial(Joest) nunca abandonou em Le Mans, apenas em provas mais curtas.

  • Finalmente a Toyota ganhou (Fuji não conta, aliás não valeu nada lá). O carro da Toyota demorou até ser mais rápido de forma eficaz contra a Audi mas no final do campeonato eles conseguiram. o único problema é que já acabou o ano é já vamos ter que fazer outro carro né então a tendência é que a Audi saia na frente de novo. De qualquer forma acho que o regulamento da FIA/ACO está funcionando para em favor dos LMP1 híbridos movidos a gasolina. Eles realmente dão vantagens para eles. O que eu acho meio forçado demais já que o Diesel é mais eficiente, mas como não tinha como competir com eles aí começaram a colocar restrições e mais restrições. Na LMP2 e GTE-AM as disputas foram boas e parabéns aso vencedores e campeões de suas categorias. Na GTE-PRO um ano para a Aston Martin esquecer. Com um carro visivelmente mais rápido e com mais vantagens dentro do balanço de performance (coincidência ou não, no ano do centenário), eles conseguiram perder as 24 Horas de Le Mans numa prova que não eram para ter perdido. A Porsche tirou (com méritos) uma vitória que era deles. Aí agora no final ele conseguem perder construtores e mundial de pilotos para a Ferrari, muito bem guiada pelo Bruni e parabéns pela AF Corse pela troca do Fisichela pelo Vilander. Resumindo, meus parabéns pra Ferrari, que conseguiu aí um belo campeonato em cima dos rivais que demonstraram mais força no campeonato, mas o pessoal da Ferrari conseguiu um campeonato importante. E que continue a batalha ano que vem. E ACO, vamos mudar esse regulamento pra ter mais drag né ? tá muito complicado pegar vácuo na GT.

  • Acabando de chegar em Sampa, direto do podio em Bahrein, alias mesma coisa domingo passado, direto do Fuji Sprint com o GT-R Nissan…check-in no aeroporto ainda com o uniforme da equipe. Corrida boa, estivemos em segundo a maior parte da corrida, com boas perspectivas de finalmente bater o Oreca da G-Drive quando no primeiro relay do Jon Lancaster no Zytec-Greaves-Nissan, ao tirar o tear-off ta viseira, foi parar na entrada do airbox…os 96 segundos perdidos foi o sufficiente para nos defasar nos pit-stops e nos obrigando a parar uma vez a mais para umsplash and dash a quatro voltas do fim, deixando o segundo lugar ao nOak n.25. Otima estreia do piloto GT-Academy Wolfgang `Wolfie´ Reip, no seu primeiro ano de piloto de corrida, direto de um GT-R, nunca havia sentado num LMP2, usado freios de carbono ou corrido sem ABS, numa pista nova. Nos Autosport Awards a GT-Academy recebeu o premio Inovacao e pioneirismo pelo programa de levar jogadores de video-games a pista.
    abracos
    Ricardo Divila