AXR domina testes de Sebring

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RIO DE JANEIRO – Deu a lógica nos dois dias dos treinos coletivos do Tudor United SportsCar Championship, preparatórios para a 62ª edição das 12 Horas de Sebring. A equipe Action Express Racing, vencedora da prova inaugural da temporada em Daytona, voltou a dar as cartas com seu Corvette DP.

O carro #5 de Christian Fittipaldi/João Barbosa/Sébastien Bourdais marcou 1’52″488 logo no primeiro treino de sexta-feira e fechou as atividades com uma diferença de quase oito décimos de segundo para o Morgan Nissan LMP2 #42 da OAK Racing, que fez um excelente trabalho no circuito da Flórida. Aparentemente, o domínio dos DPs não será tão latente em Sebring como foi em Daytona. E além disso, o time francês parece ter conseguido um bom caminho de acerto do chassi do carro com os pneus Continental, de desempenho notoriamente inferior aos Michelin e Dunlop que os protótipos “estilo Le Mans” estão mais acostumados a ‘calçar’.

O somatório dos tempos ainda apresentou a Spirit of Daytona com a terceira marca, já a quase um segundo do tempo do #5 da AXR e a Ganassi em quarto com seu Ford Riley EcoBoost. Apenas sete milésimos atrás do #01, veio o HPD ARX-03b da Extreme Speed Motorsports de Ryan Dalziel/Scott Sharp/David Brabham, seguido do Oreca #6 de Klaus Graf/Lucas Luhr/Jann Mardenborough e o #2 de Simon Pagenaud/Ed Brown/Johannes van Overbeek.

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Na oitava posição ficou o Ford Riley DP de Oswaldo Negri/Justin Wilson/John Pew, com a marca de 1’53″880, alcançada na quarta sessão – a segunda da sexta-feira. Já o HPD Riley DP da Starworks Motorsport, em sua estreia nas pistas, ficou a 5″422 do melhor tempo combinado dos treinos. Só não foi pior que o Mazda SDR-14 LMP2 da Speedsource, novamente o pior dos protótipos e a quase nove segundos do Corvette DP líder.

Entre os quatro Oreca FLM09 da classe Prototype Challenge que treinaram, prevaleceu o #25 da 8Star Motorsports, com 1’55″940 – mais de um segundo abaixo do #88 da BAR1 Motorsports. A Starworks, que não andou no primeiro dia, foi à pista na sexta-feira com o carro #8, que foi o terceiro mais rápido da divisão.

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Na GTLM, os dois Porsche 911 (991) GT3 RSR da equipe Porsche North America, com supervisão da CORE Autosport, foram superiores aos rivais SRT Viper, Ferrari, Corvette e BMW. Acabaram os dois dias de testes como os únicos a virar abaixo de 2 minutos – o #911 virou 1’59″395 e o #912, 1’59″867. O melhor Viper foi o #93, com a terceira posição, seguido do Corvette #3 e da Ferrari da Krohn Racing, o que não deixa de ser uma surpresa – considerando que o piloto que marcou o melhor tempo do carro foi Matteo Malucelli, protagonista do grave acidente que mandou Memo Gidley para o hospital, durante as 24 Horas de Daytona.

Deu Porsche também na GTD: o #73 da Park Place Motorsports ficou à frente após os dois dias de treinos, estabelecendo 2’04″289, apenas 0″070 mais rápido que o #22 da Alex Job Racing. A BMW Z4 GT3 da Turner Motorsport, após surpreender no primeiro dia dos testes, ficou com a terceira colocação, cabendo o quarto posto à Ferrari da Spirit of Race e o quinto lugar ao SRT Viper GT3-R da Riley Motorsports. Seis carros ficaram dentro do mesmo segundo, entre eles o Aston Martin Vantage V12 da TRG-AMR. O melhor Audi R8 LMS, o #45 da Flying Lizard Motorsports, ficou apenas em 12º entre os carros de seu grupo.

Comentários

  • Ou seja, por enquanto, os mesmos 8 décimos (que é tempo pra caramba na minha opinião) que estavam separando o melhor DP do melhor P2 em Daytona. Ainda. Pra mim é uma conta bem simples de se fazer assim como foi na 1ª etapa: 0.8 é quando o P2 anda mais rápido, geralmente vai andar ainda mais lento, a cada volta vai se abrir mais de 1s de vantagem, em 12 horas de corrida, no caso de Sebring, é muita coisa. Sim temos as amarelas, mas no período de verde pra se fazer estratégia, vai ser ter bastante vantagem pra parar e dependendo da vantagem voltar na frente. Outra coisa: as duplas ou trincas dos DPs tem pilotos muito mais fortes enquanto que os P2 tem pelo menos 1 piloto lento aí não tem ritmo, lógico que a IMSA não tem nada a ver com isso mas é outro fato que vai fazer com que fique difícil os P2 andarem juntos com os DPs. Os motores americanos tem mais torque, então é melhor no tráfego, tudo isso influencia na corrida. E o Scott Sharp está bobeando na equipe dele: se colocar o Brabham e o Pagenaud no mesmo carro é melhor, não sei quais são as prioridades dos dois pilotos mas…
    Na GTLM, a equipe de fábrica da Porsche está muito bem, os carros são mais rápidos, os Vipers não aguentam uma prova longa, os Corvettes ainda são muito novos e só quem pode incomodar são as BMW e a Ferrari da Risi quando não bater. Na GTD é ainda mais díficil por contas dos gentleman drivers aí muda tanto durante a prova, mas parece que os Porsche evoluíram de Daytona para cá. Viper está começando a incomodar e em uma pista onde se precisa de mais pressão aerodinâmica a BMW começou a querer a aparecer.

  • Sinceramente, eu esperava que os melhores tempos viessem dos P2 por terem maior conhecimento da pista, mas não fiquei tão decepcionado assim: quem destoou foi a AXR, que voou, mas dela para trás foi tudo embolado. Óbvio que o BoP da categoria ainda será mexido, provavelmente mais de uma vez, esse ano, mas acho que a perspectiva de mais uma boa corrida , inclusive com mais equilíbrio, é boa.

  • Rodrigo, dúvida técnica: os P2 continuam usando o kit aerodinâmico de Le Mans como em Daytona? Se estiverem, estão obrigados a usar no campeonato todo ou só em pistas específicas?

  • Ainda assim acredito que no decorrer das 12 horas de corrida os P2 vão superar os DP’s por serem mais modernos e por estarem mais habituados a pista…por enquanto o maior torque dos DP’s está fazendo a diferença. Acredito e torcerei para a vitória de um P2 em Sebring.

  • Bom, minha linha de pensamento, bem parecida com a do Rodrigo nas entrelinhas acima. Jamais os americanos vão admitir que carros construídos na Europa dêem pau em carros construídos por lá, simples, é o orgulho americano. Já basta o fato dos GT’s, mas vejam as evoluções do Viper em menos de dois anos e esperem pelo novo Corvette. Eles investem mesmo para mostrar superioridade, ás vezes dá certo, ás vezes não. Já cheguei a conclusão que o BoP não vai mudar daqui até o final do ano, e pra mim já fica claro que no ano que vem quem não correr de DP vai ficar para trás. que