O novo rugido do Leão

RIO DE JANEIRO – Quatro vezes campeã do Rali Dakar no fim dos anos 80 e início dos 90, a Peugeot está de volta ao desafio do maior evento off-road do mundo. A reboque do anúncio do percurso da prova para o ano de 2015, a montadora francesa, hoje pertencente ao grupo PSA, confirmou que está montando uma super equipe para derrotar a Mini e seu All4Racing, com mecânica e plataforma BMW diesel.

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Após o grande sucesso da marca nas competições de Rali de Velocidade, nos áureos e perigosos tempos dos carros do chamado Grupo B, no qual a tragédia com Henri Toivonen/Sergio Cresto no Tour de Corse fez a montadora se direcionar ao Rali Dakar, a Peugeot foi a grande dominadora desta prova entre 1987 e 1990. Um redivivo Ari Vatanen, que sobrevivera a um pavoroso acidente no Rali da Argentina de 1986, venceu pela primeira vez a prova com um Peugeot 205 T16, carro substituído pelo 405 T16 no ano seguinte, ganho por outro finlandês, Juha Kankkunen. Vatanen venceu no polêmico ano de 1989 e também em 1990, ano em que a marca direcionou seus investimentos para a construção de um protótipo de Endurance e abandonou os ralis.

Agora, praticamente 25 anos após a última vitória, ouve-se ao longe o rugido do Leão. Segundo a imprensa francesa, a Total (leia-se Elf) e a Red Bull estão abraçando o projeto, do qual já faz parte “El Matador” Carlos Sainz, o primeiro piloto oficialmente anunciado e com um contrato de três anos com a Peugeot. Tudo indica que vem por aí um supertime, pois Stéphane Peterhansel, insatisfeito com o resultado do Rali Dakar neste ano, pode trocar a Mini pelo construtor francês. Aliás, pensou-se que Peter, onze vezes campeão do Dakar em motos e carros, seria o primeiro anunciado – mas até agora não houve um acerto oficial.

A surpresa, contudo, é a confirmação de Cyril Despres como novo piloto Peugeot nos carros. O francês de 39 anos deixa as motocicletas, que o fizeram ser campeão do Dakar em cinco oportunidades (2005, 2007, 2010, 2012 e 2013), numa mudança previsível – posto que vários pilotos de moto passam das duas às quatro rodas. O que é surpresa é a vinda de Despres após assinar um contrato para desenvolver a Yamaha e tentar devolver a marca dos três diapasões ao topo do pódio. Neste ano, o francês chegou em 4º lugar, atrás de Marc Coma, Jordi Viladoms e Olivier Pain – que pelo visto passa a ser o principal piloto da Yamaha nas motocicletas.

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