Direto do túnel do tempo (183)

1975016_722813451075021_105181996_nRIO DE JANEIRO – A bordo deste Fórmula 3 vermelho, patrocinado pela Philishave e inscrito com um número histórico para sua família, está Christian Fittipaldi. Então com 18 anos, ele fazia seu segundo ano de monopostos, após a estreia na Fórmula Ford em 1988 – certame do qual foi vice-campeão, perdendo apenas para Djalma Fogaça.

Eram tempos em que a categoria era sensacional na América do Sul, com a explícita rivalidade Brasil x Argentina, nervos à flor da pele dentro e fora das pistas e o crescimento cada vez maior das equipes e dos pilotos do país diante dos hermanitos.

Com o respaldo da FIA, o então presidente da CBA, o saudoso Piero Gancia, conseguiu que as provas realizadas no Brasil em paralelo com o Campeonato Sul-Americano da modalidade formassem um certame que ofereceria ao campeão o direito à Superlicença, o passe máximo para o sonho dourado daqueles tempos – a Fórmula 1.

Pois Christian, que numa matéria assinada para a revista Grid foi taxativo ao dizer “Meu nome é Silva”, não sentiu o peso da responsabilidade de ser comandado pelo pai Wilsinho nos boxes, da mesma forma como o Tigrão fizera com Ingo Hoffmann nos tempos da Super Vê em 1974.

A primeira etapa do Brasileiro foi em Goiânia, como quarta do Sul-Americano. Christian chegou em 4º lugar, terceiro entre os brazucas. Foi sexto no Rio de Janeiro após cravar a pole position e acabou em quarto para efeito de pontuação.  Venceu pela primeira vez na categoria em Interlagos, foi 3º em Tarumã (segundo para pontos) e sexto em Curitiba. Mas como foi o terceiro novamente entre os brasileiros, somou mais quatro pontos, chegando ao total de 26. E conquistando o título com um Reynard 883 de motor Alfa Romeo preparado pela mesma Novamotor que fez as ‘usinas’ de Wilsinho na Fórmula 3 europeia em 1971.

Há 25 anos, direto do túnel do tempo.

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