Mais duas para Pedro Piquet

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RIO DE JANEIRO – Pedro Piquet segue a deliciosa rotina de vitórias na Fórmula 3 Brasil. O piloto da Cesário Fórmula fez muito bem o dever de casa e ganhou as duas corridas da 3ª rodada dupla disputada em Brasília, numa pista em que o pai Nelson Piquet e os irmãos Geraldo e Nelsinho também venceram noutras ocasiões e categorias.

Pole position com média de quase 200 km/h, Pedro liderou as 35 voltas da prova do sábado de forma absoluta – quase 17 segundos de avanço sobre Lukas Moraes, da escuderia PropCar, chefiada pelo Dárcio dos Santos. Mesmo largando de 13º e último, Artur Fortunato fez uma corrida espetacular e chegou em terceiro, menos de um segundo atrás de Lukas. O argentino Bruno Etman completou em quarto, seguido por Vitor Baptista, vencedor da classe Light. Raphael Raucci foi o 6º colocado, enquanto Matheus Iorio e Victor Miranda completaram o pódio na categoria dos Dallara F301.

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No domingo, o herdeiro do clã Piquet largou em 6º lugar e agiu rápido para ganhar posições. Passou a primeira volta em quarto, superou Lukas Moraes na quarta volta, ganhou a 2ª posição na nona passagem e na 13ª já era líder, ao suplantar Bruno Etman, que seria um ótimo segundo – mas acabou tendo problemas na última volta e caiu para oitavo. Vitor Baptista herdou a posição e ganhou de novo na Fórmula 3 Light, o que representa 100% de aproveitamento do piloto da Cesário nesta divisão.

Lukas Moraes e Raphael Raucci chegaram em terceiro e quarto, respectivamente, seguidos por Mauro Auricchio e Victor Miranda, que completaram o pódio da Light. A boa notícia do fim de semana, a despeito dos problemas enfrentados por alguns pilotos – Francisco Alfaya e Pedro Fortes, por exemplo, não correram – Arthur Oliveira e Fernando Croce fizeram suas estreias em Brasília.

A próxima rodada dupla será em conjunto com o Brasileiro de Marcas e a estreia da Mercedes Cup, nos dias 24 e 25 de maio, no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos.

Classificação do campeonato após três rodadas e 6 corridas:

Classe A

1. Pedro Piquet – 90 pontos; 2. Bruno Etman – 56; 3. Raphael Raucci – 42; 4. Artur Fortunato – 37; 5. Lukas Moraes – 36; 6. Leonardo de Souza – 22; 7. Arthur Oliveira – 5; 8. Fernando Croce – 3 pontos.

Classe Light

1. Vitor Baptista – 90 pontos; 2. Matheus Iorio – 35; 3. Mauro Auricchio – 31; 4. Victor Miranda e Alexandre Doretto – 30; 6. Matheus Leist – 24; 7. Gabriel Kenji Sena – 12; 8. Francisco Alfaya – 5 pontos.

Fotos: Bruno Terena/Vicar

Comentários

  • Minha curiosidade é saber como estão os bastidores desse campeonato, principalmente em relação ao que tange o carro do Pedro. Já se levantou a bola de que seria um carro muito superior não pela competência da equipe, mas por algum “acessório extra”… Soube que a partir dessa corrida de Brasília alguns motores seriam aberto etc, e tomara que o talento do menino não seja abalado por politicagens. É bem verdade que o carro está muito bom mesmo, haja visto algumas ultrapassagens em reta com muita facilidade, mas olhando a folha de tempo no volta a volta, impressiona a maturidade do garoto na consistência dos tempos.

    • Ao que se sabe, nada foi constatado, pois se houvesse alguma irregularidade com os motores abertos, já teria sido anunciada qualquer tipo de punição ao piloto.

      • Então, que esse brilho se perdure até o primeiro degrau da F1. Assisti e torci pelo pai. E que volte ao topo esse sobrenome tão querido. Não é a toa que dizem – os mais próximos – de que ele é o mais rápido dos filhos; não é a toa uma personalidade tão marcante para um garoto de 15 anos; não é a toa que, dessa vez, o pai está dando o maior apoio pessoal, dicas etc. Futuro brilhante

    • Na primeira etapa, em Tarumã, fiquei com a mesma impressão de que as ultrapassagens em reta eram fáceis demais.

      O dinheiro domina tudo. O Pedro não nasceu com o talento do pai, isso não existe (alguém pode provar isso cientificamente?), assim como o Nelsinho tb não (venceu com uma mão nas costas a F3 Sulamericana). Ver um Piquet andando na frente faz o campeonato ganhar mais visibilidade. Como digo, no mínimo ele tem o melhor carro.

      E para quem compara com a temporada passada, onde o Felipe Guimaraes dominou de forma semelhante, a diferença é gritante: um já guiou tudo o que é carro de fórmula na vida, tem mais de 20 anos e uma carreira bem vitoriosa no kart nacional, o outro começou a andar de carro agora e só tem 15 anos.

      Não vão achar nada. Quero ver quando chegar no topo e bater de frente com outros tão poderosos quanto. Ai o talento terá que aparecer de verdade.

  • Não vi a corrida, mas algo me deixa intrigado:
    Será que os lordes da Vicar ainda não perceberam que dia 25/05 terá também as 500 milhas de Indianápolis? E que este evento – um dos maiores do automobilismo mundial – tem transmissão da Band, mesma emissora que transmite o Brasileiro de Marcas?
    Não precisa ser nenhum gênio para presumir que a Band vai optar por transmitir a tradicional prova americana, por ser um evento que transmite há anos e até em respeito à memória do Luciano do Valle.
    Numa prova que terá atrativos especiais, como as duplas de pilotos com corrida mais longa e a Mercedes Cup, será que não caberia realocar para uma outra data, como o fim de semana seguinte, em junho?
    Eu até gostaria de ir, mas não perco a Indy 500 por nada, por pior que esteja a fase da Indy. E quantos não farão o mesmo? Aliás…a categoria até cresceu e melhorou na parte promocional…mas em matéria de público…

  • Na boa, acho que estaria sendo mais interessante para o desenvolvimento técnico dele se estivesse fazendo Fórmula Renault Eurocup esse ano. De preferência fazendo essa categoria e a ALPS junto.

  • Sou torcedor dos Piquet desde 1980, quando comecei a acompanhar a F1, ponto. Sou fã do Nelsão, e tive que aturar nessa ultima semana um monte de coisa falando dele, sendo que a semana era comemorativa da morte do Senna. Agora, esse Pedro tem alguma coisa que não vi ainda em outros…
    Por que falo isso? Ele foi campeão de Kart, segundo li na época, era um viciado no esporte (e isso é bom), é filho de um cara que tem muito a ensinar, está disposto a isso, e agora mais do que nunca QUER isso. Ele fez algumas corridas de fórmula com a Toyota mas teve que voltar, e o relato é que a evolução dele foi muito boa (e estava sendo boa). Isso tudo dá ao garoto chance de fazer bonito.
    O dinheiro compra tudo, ok, então ele deve correr contra si. Pensando assim, é só olhar a folha de tempo, e com média perto dos 200 km/h, muito mais que qualquer kart, ele as vezes fazia 3-4 voltas no mesmo décimo. Outra coisa boa – consistência.
    Na segunda rodada dupla teve chuva, e ele foi o mais rápido no molhado. Se não fosse talentoso, por melhor carro que tivesse, rodaria e bateria.
    Na ultima corrida de Brasília ele passou o terceiro e o segundo por fora no final da reta, sendo uma delas apreciadíssima com a que o pai fez na Hungria em 86 (sem a escapada nas quatro todas, mas visualmente muito próximas).
    Li em algum lugar que, “por causa da merda que o outro fez”, Piquet pai não deixaria esse caçula sozinho, e iria acompanhá-lo pessoalmente na carreira, com dicas e tudo o mais. Não me lembro dele tão próximo a alguém em quem não apostasse alto.
    A vinda do Vargas não deve ter sido a toa, pois ele não só é excelente, mas também fez parte recentemente da F3 na Europa, e tem o que passar pro Pedro, numa possível ida para o velho mundo.

    Existem algumas evidências que o carro está muito bom e ligeiramente “diferenciado” dos demais, ainda que dentro das leis. Mas existem evidências que o cara é muito bom também na mesma arte do pai.

    Resumindo: vida longa ao pai para que esteja presente na F1 quando seu caçula brilhar.
    Desculpa se falei demais e desarrumado, mas é isso. Um abraço forte em todos