Mudanças a caminho

RIO DE JANEIRO – Informa o parceiro de transmissões da Nascar para o Fox Sports, Sergio Lago, que uma fonte ligada a ele aponta para possíveis reviravoltas no mercado de pilotos da Sprint Cup. Dois nomes que vêm sendo muito falados nos bastidores podem estar de saída da equipe que ocupam. Ambos são da Roush-Fenway Racing. Refiro-me a Carl Edwards e Greg Biffle.

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Especulado na Penske com um terceiro Fusion, Carl Edwards pode trocar de marca após 10 anos e correr com um quarto Toyota Camry do time de Joe Gibbs

É possível que o anúncio de que Trevor Bayne sobe para a categoria principal em 2015 pela equipe de Jack Roush tenha precipitado o que já parecia iminente – a saída dos dois veteranos do time. Biffle passou mais de uma década a bordo do #16 e Carl Edwards chegou em 2004 metendo o pé na porta e tomando o lugar de Jeff Burton no #99, que foi seu durante todo esse período. Enquanto Biffle pouco a pouco perdeu o bonde da história, Edwards quase foi campeão e deu azar de terminar empatado com Tony Stewart, tendo perdido o título pelo número de vitórias.

2012 NASCAR Media Day - Portraits
Greg Biffle: piloto e patrocinador podem estar de saída da Roush e migrar para a Michael Waltrip Racing

Ao que parece, os dois vão para equipes com carros Toyota Camry em 2015. Especulado até na Penske, Edwards (que tem fama de ser muito discreto nas negociações de renovação de contratos) já estaria com tudo fechado para guiar um quarto carro do time de Joe Gibbs, que nunca trabalhou com este tipo de estrutura. Assim, os pilotos atuais – Matt Kenseth, Denny Hamlin e Kyle Busch – seguem garantidos. A oferta para Biffle é bem mais concreta: a Michael Waltrip Racing (MWR) quer voltar a trabalhar com três carros, como fazia até o ano passado. Com Biffle, vem o patrocínio da 3M a reboque. E aí, o conforto orçamentário para ampliar novamente a estrutura.

Para a Roush, caso venha a acontecer essa mudança que trará um novo rumo ao mercado de pilotos, pois com a saída dos dois se abre pelo menos uma vaga – as outras são de Bayne e de Rick Stenhouse Jr. – a mudança pode ser mais um passo rumo ao status de equipe que hoje não consegue nada de concreto na Sprint Cup. Outrora a maior força da Ford na Nascar, a escuderia do velho Jack vai perdendo terreno para a Penske, que tem mostrado muita força com os Fusion alinhados para Joey Logano e Brad Keselowski.

Muitos apontam como o início da derrocada da Roush a mudança na regra, que criou um teto de até quatro carros por escuderia – a Roush chegou a ter cinco no começo da década passada. Talvez isso explique muita coisa. Talvez não. O que podemos dizer, sem qualquer atenuante, é que Stenhouse e Bayne, por enquanto, não passam de apostas. E que até agora não há indícios de que irão se concretizar.

 

Comentários

  • Trevor Bayne é a prova viva de que um raio não cai 2 vezes no mesmo lugar…Acho que a Roush vai apontar o nariz pra baixo de descer a toda velocidade.

  • Destes dois, acho que ainda é possível botar uma fé no Carl Edwrds. Talvez numa nova equipe, possa se motivar e disputar pra valer um título…Já Greg Biffle acho que tá meio “enferrujado” e já deu o que tinha que dar na Sprint Cup…daqui a mais algumas temporadas deve seguir o caminho do Eliott Sadler e “descer” para a Nationwide.
    Sobre a Roush, realmente não parece ser mais o principal time com motor Ford…Trevor Bayne acredito ser daqueles que vencem ocasionalmente e o Ricky Stanhouse Jr ainda é uma incógnita…eu acho, porque, por motivos de minha “maravilhosa” operadora de tv por assinatura, tenho acompanhado as corridas desta temporada somente pelos vídeos daqui do blog.

  • Belo tópico, Rodrigo. Pois, particularmente, imagino que Greg Biffle permanecerá no time de Mr. Roush; outro dia, reli matéria na qual o comandante do time declarou que Greg Biffle, atualmente, tem o mesmo significado de Mark Martin nos anos 90 — espécie de lider da equipe (o que, em outras palavras, explica porque Jack sempre se posiciona junto ao pit do Ford #16). Sem falar que para ele (Roush), Biffle é o campeçao ‘moral’ da temporada 2005 (que, sabemos, Biffle, mesmo com mais vitorias que Tony Stewart, ficou apenas 35 pontos atrás do conhecido ‘Smokey’…).
    Por outro lado e, ainda sobre o caso envolvendo a ‘silly season’ envolvendo o futuro de Biff e Edwards, uma coisa é certa: Lamento não residir nos EUA* . Se isto acontecesse, eu certamente me empenharia para atuar como jornalista automotivo, visando, of course, acompanhar de perto cada uma das provas da NASCAR. Então, dentro deste hipotético ‘scenario’, gosto de imaginar que, em eventual coletiva de imprensa no qual um dos dois pilotos (Biffle e Edwards) anunciasse que o futuro estaria em outra equipe, eu iria tirar de minha pasta cópias de comunicados nos quais ambos destilam elogios e juras de amor ao time de Mr. Jack Roush. E mais: se Biffle realmente se mudar para um time que utiliza equipamento ‘toy-yoda’, será engraçado ver o que ele iria dizer, se confrontado com um press release da Ford Racing (05/10/2010) no qual ele ressalta manter ‘eterna lealdade’ à marca oval. De qualquer forma… por essas e outras é que admiro tanto o time Wood Brothers, como o piloto Fred Lorenzen: mesmo em momentos de ‘baixa’, ambos sempre estiveram ligados à marca Ford. Alias, falando no time patrocinado pela Motorcraft: penso que Biff — se realmente falava sério sua admiração e paixão pela Ford — seria uma ótima aquisição.
    Aguardemos!
    Regards,

    McCoy

    *País no qual gestores de automobilismo demonstram preocupação com a história do esporte, algo que os dirigentes da CBA… ah, voces entenderam…

    • Interessante as questões levantadas pelo Fernando Kesnault. Gostaria de tecer alguns ‘comments’. Sobre o Kurt Busch, o Rodrigo Mattar ressalta abaixo a situação de contrato com a Stewart-Haas. Porém, não custa lembrar outro fator, digamos…impeditivo para que o ‘filho pródigo’ (KB) voltasse ao lar (Roush): em 2005, o então piloto do Ford #97 envolveu-se em problema de trânsito: além de estar embriagado, ainda desacatou a autoridade policial que estava cumprindo seu trabalho. Na epoca, além de ‘limar’ o piloto (Kenny Wallace o substituiu… creio que o Rodrigo Mattar poderá fornecer detalhes sobre o assunto), Mr. Roush disse que atitudes como a de KB não eram condizentes com os ‘estatutos’ da equipe (o mesmo acontecendo com a diretoria da Ford, que, em breve comunicado, repudiou a situação. Algo como ‘O fato de Busch ter sido campeão defendendo a marca oval não o deixa imune para receber críticas e desaprovação sobre sua atitude’). Portanto, seria até irônico que Mr. Roush recebesse KB de braços abertos (mas que seria engraçado ver tal fato acontecer, ah seria…). Outro piloto com passagem pelo time Roush foi o citado McMurray. Porém, ele foi demitido por Mr. Roush ao final de 2009. “As vezes, as coisas não dão certo”, de acordo com entrevista do ‘chefão’, referindo-se ao fato de que a campanha do ‘galeguinho’ (!) ter ficado abaixo das expectativas — duas vitórias em quatro anos pela equipe (Daytona 400, 2007 e Talladega 500, 2009… lembram?). Por fim… Kasey Kahne. No que depender da diretoria da Ford, dificilmente ele encontrará ‘lugar’ em times que utilizam equipamento desta empresa: até hoje, KK é considerado ‘traidor’, posto o fato de ter corrido pela empresa na Busch Series (atual Nationwide) e, na hora de ingressar na classe principal, desconsiderou portas abertas junto aos times Wood Brothers e Yates Racing, optando por um time Dodge (Ganassi). Em resumo: não será fácil as decisões que serão tomadas pela Roush/Fenway até o final do ano….