Pequenas maravilhas – Ferrari 312 PB (1972/1973)
RIO DE JANEIRO – Aproveitando as 24 Horas de Le Mans como deixa, apresento a mais nova aquisição da minha coleção de miniaturas: nada menos que a Ferrari 312 PB guiada por José Carlos Pace/Arturo Merzario na prova francesa, em 1973.
O protótipo do construtor italiano estreou em 1971, para suceder a 512 M, que tinha um poderoso motor 5 litros de 12 cilindros – incapaz, porém, de superar a Porsche com o 917. Na classe dos 3 litros, a 312 PB dotada de motor 12 cilindros opostos, com cerca de 450 HP de potência, tinha como rivais a Alfa Romeo, a Matra-Simca e até o Porsche 908/03.
No Mundial de Marcas daquele ano, o máximo que Jacky Ickx/Clay Regazzoni alcançaram foi um 2º lugar nos 1000 km de Brands Hatch. Mas em 1972, o carro estava em ponto de bala – e com o fim dos protótipos 5 litros, o que significava que o 917 estava fora do caminho, a Ferrari deitou e rolou.
Foram dez vitórias nas dez provas em que os carros do cavalinho empinado de Maranello tomaram parte – exceto as 24 Horas de Le Mans, vencidas pela Matra e que não faziam parte do Mundial de Marcas no campeonato ganho pelo construtor italiano. A 312 PB foi guiada por craques como Ronnie Peterson, Mario Andretti e Brian Redman, além do próprio Ickx e de Regazzoni. E foi o carro que marcou a estreia do saudoso e querido Moco pela Ferrari, nos 1000 km de Zeltweg, com um 2º lugar em dupla com Helmut Marko.
Pace foi contratado para a disputa do campeonato de 1973. Dividiria a Ferrari 312 PB da foto com o italiano Arturo Merzario. Os dois começaram com um 4º lugar em Vallelunga, resultado repetido em Dijon-Prenois na França e em Spa-Francorchamps. Nos 1000 km de Nürburgring, Pace deu show e chegou a apenas o”1 de Ickx, que venceu em dupla com Brian Redman.
E veio Le Mans, disputada entre 9 e 10 de junho. Com o dorsal #16, Pace/Merzario saíram da pole position com o tempo de 3’37″5, média superior a 225 km/h para o traçado de Sarthe – cuja reta Mulsanne ainda não tinha as chicanes de hoje.
O carro de Moco e Merzario não teve o fôlego suficiente para bater a Matra-Simca, que vinha disposta a bisar a vitória de 1972 e conseguiu. Gérard Larrousse/Henri Pescarolo ganharam e a dupla do #16 chegou em segundo. Curiosamente, apesar da grande prova que fez, Pace foi taxativo.
“Le Mans nunca mais”, disse. E cumpriu sua promessa até o fim de sua vida, em 1977.
A Ferrari não podia mesmo superar a rival francesa: venceu somente em Monza e Nürburgring e terminou o ano como vice-campeã entre as Marcas, com 115 pontos. Pace despediu-se dos protótipos de Maranello com um 3º lugar nos 1000 km de Watkins Glen.
Pena que essa coleção da Eaglemoss é muito legal. Pena que tem uma péssima distribuição, principalmente em BH.
Por falar em Le Mans, um tempo atrás você, Rodrigo, postou algo que seria uma provocação da Audi com a Porsche. Pois bem, não sei se viu esse vídeo: http://youtu.be/_3u_14CXSDg
A coleção é excelente mesmo. Tenho só tentado comprar os carros de corrida e, mesmo assim, perdi alguns.
Belo texto Rodrigo!
Gostaria de saber o por que do Pace nunca mais querer correr em Le Mans.
Mauro, essa é uma pergunta que ficará sem resposta, já que o Moco nos deixou faz 40 anos…