Barbada

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RIO DE JANEIRO – Não teve a menor graça: bastou um incêndio na Mercedes-Benz do britânico Lewis Hamilton, no começo do Q1, para a pole position do GP da Hungria se decidir. Ou alguém acreditou – mesmo – que outro piloto seria capaz de superar Nico Rosberg?

Pois é: ninguém conseguiu bater o alemão, que obteve assim a décima pole position de sua carreira. A chuva que caiu quando a pista foi aberta no Q3 até tentou atrapalhar e Nico deu uma escapada no fim da reta. Mas, como a sorte está a seu lado, nada lhe aconteceu. Já ao novato Kevin Magnussen – que continua sendo apontado (erroneamente) como o culpado do acidente na primeira curva do GP da Alemanha em Hockenheim, acho que só porque o outro piloto era o Felipe Massa – o destino foi um muro de pneus e o treino acabou para ele mais cedo.

A chuva foi embora, o treino recomeçou e aí Rosberg, com o tempo de 1’22″715, foi soberano, colocando uma vantagem de 0″486 para cima de Sebastian Vettel, que para os padrões da atual temporada da Red Bull fez uma tremenda volta a bordo do carro #1.

Com três pódios consecutivos na temporada, Valtteri Bottas segue em ascensão e o piloto finlandês continua cada vez melhor na Fórmula 1. Não à toa, fez o terceiro tempo – e deu uma cravada monstro em Felipe Massa, que larga em sexto. Defender o brasileiro está ficando cada vez mais complicado… E não adianta o papo de que no carro #19 não está instalado o assoalho novo destruído no acidente da Alemanha. Bottas, hoje, é mais rápido que Felipe. Ponto final.

“Havia muitos carros lentos na minha frente”, disse o piloto brasileiro, procurando encontrar uma desculpa para mais um treino atrás de Bottas. Puro chororô…

Daniel Ricciardo alcançou o quarto posto, enquanto Fernando Alonso larga em quinto. A Ferrari, para variar, fez das suas no Q1 e deixou o glorioso Kimi Räikkönen a ver navios. Já que não pode apelar para a “água que passarinho não bebe” nos autódromos, Kimi deve ter assistido o resto do treino furibundo, com um sorvete na mão.

De resto, um grid sem grandes surpresas, exceto que a Sauber conseguiu um desempenho razoavelmente melhor do que vinha alcançando nas últimas provas, pelo menos em ritmo de classificação. Adrian Sutil larga em 12º e Estebán Gutiérrez em 14º – mas, honestamente, não sei se isso teria sido possível se não fosse o fogo no carro de Hamilton e principalmente o enésimo erro tático da Ferrari nesta temporada, que prejudicou Kimi.

Para amanhã, existem 60% de chance de chuva no GP da Hungria. Cabe lembrar que, nas duas vezes em que São Pedro mandou água na pista de Budapeste, a vitória coube a Jenson Button. Longe de mim acreditar que isto vá ocorrer de novo, mas o britânico é bom de chuva. E larga em sétimo. Nunca se sabe, né?

Mas o favorito, disparado, sem dúvida nenhuma, é Nico Rosberg. Sem Hamilton por perto e numa pista com poucas retas, o alemão não deve ter problemas para vencer mais uma.

Comentários

  • Hamilton vive uma fase conturbada também…mas no caso dele, ao menos, não o vemos culpando os outros pilotos, a equipe, o esquema do Felipão, a FIA, a Dilma e o Papa argentino pela sua desgraça. Já o Massa…sinceramente, chegou – ou passou – da hora de pegar o boné e ir embora…tanta categoria (algumas excelentes) para se correr por ai e sem a pressão de ser um novo Senna…

  • Fico lamentando sua posição de escrever que Kevin não foi culpado pela batida no Massa. Não é defesa do Massa, ele está com a carreira desacreditada até pelos compatriotas, mas do automobilismo e das tecnicas de pilotagem. Assisti varias vezes quadro a quadro, nomal e slow, a largada com vista de cima. Massa fez o traçado do pole-position, que é o melhor traçado. Bottas patinou e perdeu terreno pro Massa. mas Massa não enfrentou Bottas deixou ele entrar e fazer a curva. Kevin deveria ter feito o mesmo, só que não, Largou em 4o. do lado sujo. fez um traçado muito pra direita e não tinha condição de fazer a curva sem cruzar o traçado ideal e bater em alguém. Kevin em sua arrancada não ultrapassou ninguém (leia-se meio carro a frente de Bottas ou de Massa). O que ele esperava naquela “conhecida”curva???? Ele deveria recolher, preservar o equipamento e tentar mais a frente. Mas não fez isso e sequer travou as rodas antes de bater no Massa. Kevin tinha visão lateral melhor que a camera onboard da FIA ( que muito usam como referencia ) vide Alonso x Vettel . E antes da corrida Kevin deve ter discutido com a equipe as várias táticas e possibilidades de largada. Lamentavelmente Rodrigo Mattar sua opinião é seguida por pessoas que confiam no seu julgar e não pensam, não analisam o ocorrido e se apoiam no achismo depreciativo ao Massa. F1 não é Nascar, não é GT, não é Stock onde o piloto apoia a carenagem dele na carenagem do outro pra fazer a curva. Foi um acidente “na” corrida e não um acidente “de” corrida. Kevin errou! ponto.

    • A maioria acha que o Massa errou, não que tenha sido erro do Magnussen. Mas pelo menos você não veio aqui me ofender ao discordar do que escrevi. Obrigado por vir aqui e defender seus argumentos com educação.

      • A maioria diz que o erro foi do Massa. Massa era o terceiro tinha mais de meio carro a frente do Kevin. Tinha a preferencia da curva, diminuiu a velocidade para facilitar o traçado pro Bottas que era segundo.. Magnussen estava em quarto, não tinha traçado ideal para aquela curva e tinha visão lateral do Massa porque estava atrás do Massa. Massa não tinha visão do Kevin nem lateral nem retrovisionada.

    • Eu não concordo, para mim foi o Massa que bateu no Magnussen.
      O cara tem 6000 largadas em GP deve saber que na primeira curva SEMPRE tem alguém do lado, e quase sempre é impossível fazer o melhor o traçado sem acertar alguém por perto.
      Até admito que o Magnussen podia estar num ponto cego e o Massa nao o viu, mas o Massa cruza a pista e vai acertar o garoto que estava espremido na direita, se voce olhar o video de novo, percebe que o Magnussen já esta com o volante virado para direita, fazendo a curva o mais apertado possível, quando o carro do Massa vem e acerta ele.

      • Massa fez o traçado do pole-position que é o traçado ideal de quem larga. Não cruzou a frente de Kevin. Se você seguir o traçado do Kevin verá que ele tangenciaria e cruzaria o traçado ideal feito pelo Rosberg e Bottas. A única solução para quem vem daquele lado era travar as rodas e fazer a curva bem a direita perdendo embalo e não prejudicando o traçado ideal.

  • Felipe não é Senna, nunca foi nem será, Felipe é Felipe. E como todo “bom” piloto tem seus altos e baixos. Carrega consigo além do grande fardo de ter que ser por nós, o melhor do mundo, uma maré de azar. Acrescente a isso um companheiro de equipe que sempre que deixar cair um pão no chão, a manteiga estará sempre pra cima. Não adianta cobrar algo de alguém que não tem este algo a mais. Talvez este seja o grande erro nosso, e não dele.

  • 1,022, É o que separa o amassa barro do Bottas. Esse não fica na Williams em 2015, vai com certeza ser o piloto mais cobiçado do ano, enquanto o amassa barro é o piloto mais cabeçudo do ano..
    Amassa barro, larga desse trem carai..vce já foi avisado várias vezes, vce não tem jeito para ficar nessa categoria..tenta a de autorama wold cup, não tem chuva, não tem niguin melhor que os outros..Cara, pensa bem, quem sabe vce optando a disputar o World cup de Autorama, a Estrela ou a Troll do bresil, venha a fazer um baita contrato Pensa nisso..

  • Tento não acreditar em teoria da conspiração, mas que isso que tá acontecendo com o Hamilton na Mercedes está estranho, está sim. O número de problemas em seu carro, enquanto o do Rosberg desfila como uma limousine, contraria a lei das probabilidades.
    A única chance do inglês amanhã é que a ordem da corrida seja influenciada como foi a da GP2, com acidentes, entradas de SC e mudanças de estratégia de box.

      • O Vettel sempre foi o queridinho da Red Bull, e esse ano eles não estão disputando o título, por isso acredito em coincidência.
        Já o Rosberg é um piloto alemão, numa equipe alemã, que disputa seu primeiro título com totais chances. Não posso afirmar que é uma conspiração, estou falando que o número de problemas mecânicos de um e de outro são muito estranhos. E isso não seria muita novidade no automobilismo, ou você acha que são todos santos?

    • O que está acontecendo com Hamilton não é muito difícil de explicar. A Mercedes está trabalhando com a potência do motor e setups dos conjuntos elétrico e mecânicos (freios, MGUs, unidades de controle, gearbox, etc) no fio da navalha. O estilo de Hamilton pilotar é mais agressivo que o de Rosberg. O alemão é mais mecanizado, tem rotinas e checklists para tudo. O que aconteceu com Hamilton foi logo aquele problema na largada na Australia onde um pistão do motor não funcionou. A partir daí, Hamilton foi obrigado a atacar e consequentemente os problemas surgem antes com o inglês por força da pressão que Hamilton exerce no seu carro. Rosberg acaba por ter Hamilton, sem querer, como cobaia de testes, ou seja, os problemas que acontecem com Hamilton, certamente aconteceriam com Rosberg a seguir, mas o alemão tem alguns quilometros de vantagem em relação ao problema e sua equipe técnica se antecipa e resolve. Tipo eu seria você amanhã, como dizia a publicidade famosa. Se Hamilton não tivesse o talento que tem, certamente estaria com menos pontos que tem atualmente. O problema será talvez a partir de agora o número de unidades de potência que os pilotos da Mercedes terão a sua disposição com saúde suficiente. Esta questão é o maior segredo que as equipes guardam, mas parece que a Mercedes pode estar numa zona perigosa para as próximas 8 corridas.

    • Há uma coisa que está ou estava acontecendo na Mercedes, que é o mais próximo da teoria da conspiração, que é a cópia pura e dura, e espionagem interna, levemente chamada de transparência na partilha de dados. A verdade é que Hamilton está sendo usado como cobaia de forma descarada. Hamilton já se queixou disso e prometeu olho por olho, mas parece que o inglês é meio tipo “o bom moço” e a Mercedes não lhe deu carta branca para fazer o mesmo que a equipe técnica de Rosberg tem feito com seus dados.

  • Dá um alívio acessar blogs de automobilismo e ver jornalistas sendo sinceros. Uff, respiro aliviado. Olha, já não dá mais pra defender o Massa há muitos anos. Já passou do limite, nos anos anteriores já estava insustentável defender o Massa, agora então mais ainda.

    E tem gente que tem a CORAGEM de defender. Eu não sei se isso é um misto de ignorância, memória fraca ou ufanismo cego, ou os três juntos. Se formos fazer um levantamento sério, o Massa há anos está fazendo cagadas na categoria. Mas muitos parecem que deletam da cabeça, esquecem com uma facilidade.

    E os anos em que o Massa começava a temporada levando um chacoalhada do Alonso nas primeiras corridas? A desculpa sempre foi que o Alonso era o primeiro piloto queridinho na Ferrari, agora na Williams qual é a desculpa? Chega.

    Acho que já estou bem melhor, mais calmo. Acessei o blog do Gomes, não gostei do que li. Procurei o twitter do Victor Martins vi umas publicações sobre o treino e já fiquei um pouco mais aliviado, agora vejo essa sua publicação e pronto, temos jornalistas que não ficam defendendo o Massa, ainda bem!!! Há esperança no Mundo e vergonha na cara!

  • Só quem não viu a qualificação acha que foi barbada. Não foi. Vettel deu trabalho desta vez e obrigou Rosberg a uma última volta com um grau maior de risco. A diferença entre Rosberg e Vettel é 0,3s acima da diferença entre Hamilton e Vettel em 2013. O que aconteceu com o carro de Hamilton é fruto de uma pressão exercida tanto pela Williams como pela Red Bull, equipes estas que obrigaram a Mercedes a forçar o ritmo. O grande problema da Mercedes, e principalmente de Hamilton é que eles estão ficando sem motores para as últimas 8 corridas. Rosberg tem ao todo 2 motores para 8 corridas. Teoricamente dá na perfeição, mas da teoria a prática vai uma distância enorme. O primeiro conjunto durou cerca de 4 corridas, mas o 2º parece ter tido problemas logo na 3 corrida. Hoje, pelo discurso oficial, o problema foi um vazamento de combustível. Se for verdade não foi um problema de fiabilidade mas sim de um defeito isolado, mas pode ter sido na verdade um superaquecimento do motor que por sua vez causou dilatações e rompimentos. O certo é que o incêndio foi sério e aquele conjunto motor está bastante comprometido. Daqui para a frente temos as corridas mais exigentes do ponto de vista de motor e penso que a Mercedes pode ver repetir a taxa de 3 corridas por motor de durabilidade. Aí a coisa fica séria. O primeiro conjunto usado, pelo que tem sido divulgado, já foi pro paraíso. O segundo teve aquele problema de superaquecimento no Canadá, e acho que também já tá no museu. Rosberg já disse hoje que na corrida vai jogar pelo seguro. Ricciardo e Vettel estão numa posição confortável, Teoricamente ambos só tem 1 motor para as 8 corridas. Na prática tem motores suficientes, entre aquele não utilizado e os que já foram usados, para cerca de 9 corridas. É obvio que a Mercedes pode ter soluções que contornem estes problemas, mas me parece que os alemães vão ser obrigados a reduzir a potência dos motores para aumentar a durabilidade. Os RB tem alguma margem de manobra, acho eu. Ainda podem fazer updates em alguns dos motores usados em termos de software e adicionar alguma potência. Mas da teoria a prática é preciso esperar os próximos capítulos.

  • Final da prova de domingo…
    1 Hamilton,
    2 Bottas
    3 Alonso
    4 Ricciardo
    5 Vettel
    6 Button
    7 Kimi.
    8 Rosberg..
    9 Grojean
    10 Galvão Bueno;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;