Terra arrasada

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O retrato do “Mineirazo”, que abre as feridas e expõe a realidade: o Brasil não é mais o mesmo no futebol; muito menos no automobilismo

RIO DE JANEIRO  – Como costuma dizer o bróder Luc Monteiro, “Brasil, um país de tolos”. Nunca fomos tão ingênuos em acreditar que ainda somos os melhores no futebol e no automobilismo, principalmente na Fórmula 1. Pura ilusão. Os alemães têm dado lições – uma atrás da outra – e nós, nem de longe, seguimos os seus vitoriosos exemplos. Ao invés de olhar pra frente, para o futuro, olhamos cada vez mais para o passado e nos tornamos terra arrasada nos principais esportes em que o país um dia foi o melhor.

A coluna Parabólica que escrevi no Grande Prêmio neste domingo aborda o vexame da seleção brasileira na Copa, que mostra a fragilidade do nosso futebol. E nos desperta para o seguinte: CBF e CBA têm mais semelhanças do que nossa vã filosofia poderia imaginar.

Leiam o artigo aqui. E bom proveito!

Comentários

  • A verdade é que desde pequeno todo brasileiro já começa em desvantagem! Na Alemanha se tem muito mais estrutura e vontade política, assim fazendo com que em qualquer pessoa que queira praticar determinado esporte tenha as devidas condições a prosperar e acaba criando um ambiente aonde estrelas surgem, vide Schumacher e Vettel entre outros. Não tenho duvidas pelos números que andei pesquisando Alemanha é o verdadeiro pais do futebol e também da formula 1 e eventualmente colhendo seus frutos, e nós chupando o dedo.

    • O pior do que não ter as condições ideais é a máfia de empresários picaretas exigindo dinheiro das famílias para “facilitar” a carreira do candidato.
      Muitos talentosos ficam à margem do processo de seleção dos melhores e os melhor orietados e preparados se tornam profissionais mesmo que não sendo os que melhor tratam a Bola.

  • Mattar, concordo com tudo o que você escreveu. E digo mais: No caso específico da “selecinha” de futebol, foi feito o mesmo oba-oba, a mesma esculhambação de 2006, com a diferença que esta aprendeu a “berrar” o hino nacional como demonstração maior de patriotismo, além de quase alagar os campos com tanto choro (ridículo…). Vou além…precisamos combater urgentemente esta gente que manda nos nossos esportes…talvez agora o brasileiro tenha a real noção do quanto essa cambada é nociva. Precisamos também acabar com o monopólio da emissora do “plim-plim”. Nada contra as pessoas dos profissionais que lá trabalham, mas em nenhum outro pais do mundo uma emissora de tv tem o esporte como seu produto particular, faz da “selecinha” sua própria produção, onde você abre um portal de internet qualquer e dá de cara com a namoradinha do “craque”, que por coincidência, é protagonista da novela das 8, ou das 9, sei lá. Veja bem…não sou contra a emissora (também não sou a favor…), mas sim contra este monopólio…Também não tenho absolutamente nada contra redes sociais, mas por que cargas d’água nossos “craques” não deram metade de chutes a gol quanto postaram no Instagran?? O quero dizer com isso é que os jogadores também tem culpa…eles não são tão bons o quanto eles pensam que são. Além do mais, psicologicamente são crianças de 5 anos, sem querer ofender os pequenos, e os dois últimos jogos comprovam isso.
    Resumindo: O que achávamos que não funcionaria em algum momento, como aeroportos, hotéis, transportes e etc, funcionou relativamente bem…já o que inocentemente achávamos que iria funcionar: o time que gostaria de chamar de seleção…bom, deixa para lá…

  • A única coisa que somos imbatíveis, somos os únicos, não existe nada no planeta, é uma JUMENTA TERRORISTA COMUNISTA , ser autoridade no pais da sacanagem.
    Quem votou nesse TERRORISTA, devia ser punido..
    Agora que o pinico das Américas não tem mais copa, vamos dizer NÃO na eleição.
    Chega de tanta pouca vergonha, roubos, falcatruas politicos sem vergonhas, que mal sabe o porque que é eleito..
    #ACORDAbrasilzinho…acorda…

  • Ratifico as tuas palavras Rodrigo e o mais triste é que os dirigentes, os narradores e comentaristas da mídia poderosa e tantos outros “papagaios” de plantão incultem muita besteira na mente dos brasileiros e estes aceitam passivamente pois não tem cultura e educação para interpretar, questionar e argumentar tanta idiotice que vemos atualmente.

  • Mattar, que esta onda de indignação reflita nas grandes coisas ,como na eleição de outubro, como nas pequenas, como os orgãos gestores do esporte. Todas as confederações tem problemas dignos de um inquerito policial – natação, volei, tenis, futebol, basquete, xadrez, atletismo, e por aí vai. O que nos interessa, a CBA teve um presidente estelionatário, o que dizer mais ? tem que lavar de alto a baixo .

  • Estimado Rodrigo, como vai? Mais um na fila para externar admiração por (mais um) ótimo texto de sua autoria. Porém, e, de forma muito particular, certos acontecimentos de meu passado, me fizeram ver a vida sob outro ângulo. Que a vida é dificil, todos sabemos. E que dela nada iremos levar quando morrermos, idem. E, penso, todos sabemos que, diante de tais condições (existência difícil, a finitude do ser), nada mais justo do que tentar viver de forma digna e, se possível, aproveitando bem (sem ‘pisar’ em ninguém, sem roubar, etc). Evidente, admiro todo e qualquer profissional do esporte que ‘chegou lá’ (principalmente pilotos de corrida!).
    No caso do treinador, minha leitura é a seguinte: em 2002, ele atingiu uma indiscutível glória, e, claro, consequente respeito, admiração, reverência. Oito anos mais tarde, ele aceitou cargo para treinar a seleção, visando o mundial do corrente ano. Na época (2010), tive acesso à reportagem de ZH sobre Felipão, cujas páginas acabei guardando. Motivo? A matéria possuía dados sobre o patrimônio dele. Para mim, valor admirável e, penso… uma quantia mensal que qualquer cidadão brasileiro apreciaria fazer jus em forma de ‘salário’ (verba auferida via aluguel de imóveis e sociedade em diversos empreendimentos). Ou seja: ao contrário de um trabalhador comum — incluindo o autor desta –, não me parece que Felipão precisaria do cargo de treinador para ‘pagar as contas do mercado e de telefonia’. Recapitulando: em 2002 ele chegou lá, inscreveu o nome de campeão — e com uma campanha invicta e perfeita –, algo RARO e complicado de acontecer em se tratando de QUALQUER modalidade esportiva, Automobilismo incluso.
    Ou seja: SE ele optasse em viver de glórias… semana passada, ao invés de lamentarmos o ocorrido, estaríamos projetando algo do tipo “Se o Felipão estivesse lá, talvez não houvesse derrota”. De qualquer forma, uma pergunta não quer calar: Não entendo porque ele, a exemplo de tantos e tantos (e outros tantos) profissionais que chegaram lá e tem TUDO para uma vida feliz, vão em busca de ‘problemas’ (nem preciso te dizer que treinar qualquer time de futebol é problema — ao menos, no Brazil!).
    Por último mas, não menos importante, uma pergunta para você e as demais pessoas que porventura lerem meu ponto de vista: Na hipótese de possuir um rendimento mensal garantido (melhor dizendo, salário acima da média) — além de considerável economia no banco –, tendo angariado FAMA e FORTUNA com um magnífico título mundial… você (s) aceitaria (m) cargo de treinador? Penso que, com tal verba, a pessoa pode muito bem viver de forma tranquila, conhecer o mundo, hospedar-se em ótimos hóteis, NÃO ter preocupação com atendimento médico, morar em casa segura (e, claro, ter o carro dos sonhos).
    Volto a dizer: da vida não levamos nada. Portanto, uma vez a pessoa devidamente estabelecida e reconhecida, nada mais justo do que VIVER a vida e deixar que OUTROS enfrentem problemas! É isto. Mas como o Felipão certamente tem ‘ilusão’ de que precisa ganhar MAIS dinheiro, visando levar a verba para o além, o resultado, infelizmente, foi o que vimos semana passada.

  • Excelente texto Mattar! Apenas não entendi o preconceito do “Queiram-me desculpar, mas mais um treinador do Rio Grande do Sul é demais para a minha cabeça: Dunga, Felipão, Mano Menezes e agora Tite? Poupem-me!”.

    O proximo tecnico, nao pode ser do Rio Grande do Sul? Qual eh o criterio?

    Criterio = capacidade tecnica – Rio Grande do Sul

    Quando o Sul queria se separar do Brasil, o Brasil nao quis.

    • Você foi o único que viu preconceito embutido nisso. O que estou questionando é a filosofia de trabalho, que é muito semelhante entre os quatro nomes que citei. Será que realmente os quatro têm capacidade técnica para o cargo? Felipão provou que está num plano muito abaixo, hoje, do que estava em 2002. Na verdade, sempre o achei um treinador retrógrado, mas especialista em tiro curto. Dunga, como todos, tem suas idiossincrasias e talvez tenha sido um dos que desempenhou seu papel dignamente, embora não tenha – e você sabe disso – pedigree. E o Mano, faça-me o favor, mas é muito fraco. O Tite tem aquele palavrório chato toda vida – e é muito retranqueiro. Não é do que a seleção brasileira precisa no momento.

  • Roberto Scheidt ganhou sozinho mais titulos mundiais do que a formula 1 e futebol juntos.
    Dou um chute ao dizer que o mesmo só recebeu o patrocínio dos correios e BB após alguns titulos e, convenhamos, após conquistá-los por sua conta, risco e competencia.
    A empáfia esportiva e política nos derruba e nos mantêm como o pais em desenvolvimento que nunca chega lá !!!
    Em breve a Olimpiada obrigará aos dirigentes escolherem 3 ou 4 para dizer que somos os tais, e, quando estes 3 ou 4 falharem em suas provas, foi a fatalidade, o vento, a má sorte etc e tal, nunca a falta de planejamento. Ouvi ontem numa rádio que a Alemanha ao perceber que os filhos de imigrantes eram mais de 70% dos jovens na 1a infancia, mudaram seu sistema de ensino do 1 a 3 anos. Sao a potencia que são, pq tem politicos e politicas realmente publicas, e principal uma visão de nação. A eles os cumprimentos principalmente pelo exemplo.

  • Brasileiro só torce para esporte que ganha. Foi assim com Senna, Popo , Guga, Gustavo Borges, Daiane dos Santos e daqui a pouco Anderson Silva.
    Excelente texto.
    Parabéns!