Direto do túnel do tempo (210)

RIO DE JANEIRO – Muito antes da McLaren e também da Project Four Racing, Ron Dennis já tinha ambições em ser dono de equipe na Fórmula 1. A experiência com a equipe Rondel Motul, formada dois anos depois de ser o mecânico-chefe na última temporada de Jack Brabham no time fundado pelo australiano, começou na F-2 e deveria desaguar na categoria máxima.

Mas faltou o essencial: patrocínio. O dinheiro não veio e Ron Dennis, que tinha Neil Trundle como sócio na época, desistiu do sonho – ao menos naqueles tempos. E aí o leitor mais atento do blog se pergunta: o que diabos tem a ver o carro verde da foto com aquela que poderia ter sido a equipe do todo-poderoso dono da McLaren?

É que pelo menos o projeto de Ray Jessop, o desenhista contratado para fazer o Rondel da temporada de 1973, saiu do papel como um dos muitos carros de equipes britânicas sem muito dinheiro a aparecer na Fórmula 1 dos anos 70, graças a Tony Vlassopoulo e Ken Grob. A equipe se chamava Token, um acrófono das iniciais dos nomes de ambos.

O RJ02 fez sua estreia no GP da Bélgica de 1974 com o galês Tom Pryce, que também fazia sua primeira corrida. O piloto largou de 20º e abandonou vítima de colisão. O Token correria mais duas vezes naquele ano, só que com Ian Ashley, que chegou em 14º no GP da Alemanha.

Em 1975, com Vlassopoulo e Grob tendo desistido da empreitada, o carro de Ray Jessop reapareceu com o nome de Safir para disputar provas extracampeonato. Com uma suspensão redesenhada e pneus Goodyear, já que o Token usava os pouco competitivos Firestone, o RJ02 disputou o International Trophy em Silverstone e o GP da Suíça, terminando este em 14º e último lugar com o britânico Tony Trimmer.

Há 40 anos, direto do túnel do tempo.