Eu reclamo, tu reclamas, Raul reclamava…

RIO DE JANEIRO – Raul Seixas foi um cometa que passou por esse país, por esse mundo, devastando a caretice. Em 44 anos de louca e breve vida, deu um colorido todo especial ao rock and roll e não só atingiu aos roqueiros como todas as camadas da população – mesmo as mais pobres, por conta do seu inesgotável carisma, sua genialidade e os protoclipes que ele estrelou no Fantástico, beneficiado pelo advento da TV a cores em época de “Brasil grande”. Todos os seus grandes clássicos foram imortalizados e exibidos em horário nobre aos domingos.

A veia irônica e sarcástica de Raul pulsou forte em várias canções, de forma inteligente. Muito à frente de seu tempo, o baiano retado lançaria no clássico álbum Há 10 mil anos atrás, o último que gravou para a Philips em 1976, épicos feito “Meu amigo Pedro”, a faixa-título, as místicas “Ave Maria da rua” e “Canto pela minha morte” e a sensacional “Eu também vou reclamar”.

Metralhadora giratória ligada, Raulzito não poupou ninguém. Sobrou para Sílvio Brito e sua “Pare o mundo que eu quero descer”, um clássico daqueles tempos; para o gaúcho Hermes “Nuvem Passageira” Aquino (duas vezes!) e até para o cearense Belchior. O pior é que a alcunha de chato grudou como cola no compositor de “Apenas um rapaz latino-americano”.

Toca, Raul! No clip da semana, sempre tem um lugarzinho pra você.

E fim de papo!

Comentários

  • Grande Raul…se foi cedo demais. Embora eu ache que ele ficaria deprimido com a “qualidade” dos astros da música de hoje, tanto nacional como internacional, vide coisas como Anita, Justin Bieber e Luan Santana, entre outros.