O último campeão?

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Martin Cao comemora em Donington; o chinês pode ser o último campeão da história da F3 inglesa

RIO DE JANEIRO – Terminou neste fim de semana um dos mais melancólicos campeonatos da história da Fórmula 3 inglesa. O chinês Martin Cao, de 22 anos, levou para a China o título da temporada 2014, numa batalha doméstica com o compatriota Matt Rao, superado por apenas dois pontos de diferença.

A categoria atingiu o fundo do poço neste ano, com um pelotão de carros beirando o ridículo em diversas etapas e apenas cinco equipes envolvidas com o certame. Uma das únicas provas com um grid perto do aceitável, com mais de uma dezena de competidores, foi a rodada tripla de Spa-Francorchamps. De resto, o que se viu foi assustador, com provas tendo apenas três carros recebendo a bandeira quadriculada.

E o nível dos pilotos também não colaborou muito. Em condições normais, Cao e Rao, se corressem no Europeu da categoria, não teriam a menor chance contra nomes feito Esteban Ocon, Max Verstappen, Lucas Auer, Antonio Fuoco e outros. Com todo respeito aos dois chineses que dominaram a temporada, o pais deles não tem muita tradição no esporte e, embora haja uma evolução visível, não se pode soltar fogos e comemorar um título de um campeonato absolutamente esvaziado.

A crise não parece ter fim na F3 inglesa. Se no ano passado o campeonato teve status de torneio, com pouquíssimas corridas, neste ano foram programadas sete datas, mas o desinteresse de equipes e pilotos em participar de uma das mais tradicionais categorias de base do planeta foi latente.

Sincera e honestamente, não sei se algo será feito para salvar o campeonato. Martin Cao poderá ter sido o último campeão de uma categoria que já viveu dias gloriosos e revelou pilotos de enorme talento. A F3 italiana já foi pro vinagre, o certame alemão também vai de mal a pior e o inglês pode ir pelo mesmo caminho.

Comentários

  • A F3 inglesa esta sucumbindo a categorias como GP3 , F Renault 2.0 , e ao próprio torneio europeu , organizado pela FIA . Anos atrás o europeu tb fez minguar os campeonatos francês, alemão e italiano, mas o inglês se manteve forte e os outros só retornaram quando o europeu terminou.
    Desta vez nem a F3 inglesa agüentou.
    O contexto brasileiro é diferente, a F3 sulamericana acabou é, sem o torneio continental, barateou os custos e, salvo uma crise econômica muito maior que os governantes esperam ,deve se manter no patamar deste ano com grids de uns 15 carros e sem concorrência de outra categoria de monopostos.

  • Realmente é o ó do borogodó. . .dois “chinas” (literalmente) dominarem o outrora glorioso Inglês de F3?!?!?!
    Falasééééerio (parodiando o inesquecível “Marrentinho” do saudoso Cláudio Besserman Vianna aka Bussunda. . .)
    Agora sério, Rodrigo: qual seria a salvação, se é que há, para o certame?
    Abraço.
    Zé Maria