Sem WEC em 2015 no Brasil

WEC Brazil 6 Hour Race

RIO DE JANEIRO – As obras do Autódromo de Interlagos vão custar caro ao automobilismo brasileiro em 2015. Não só as categorias que lá correrem vão usar instalações improvisadas até que as definitivas fiquem prontas, como também um dos eventos mais importantes do esporte deixa de acontecer no próximo ano: as 6 Horas de São Paulo estão fora do calendário do WEC anunciado nesta madrugada no Japão.

Gérard Neveu, CEO do WEC, explicou a ausência por dois motivos: primeiro que a corrida estaria prevista para agosto, evitando a longa parada que se verificou neste ano após Le Mans – cabe lembrar que foi a pedido dos organizadores que a prova deste ano foi adiada para 30 de novembro. Segundo, que o WEC não se utiliza de instalações provisórias em circuito algum. Embora a FASP tenha dito que até abril de 2015 a pista está “entregue”, os novos boxes ainda não ficarão prontos, o que só acontecerá a tempo da realização do GP do Brasil de Fórmula 1. Por isso, sacrificou-se a prova do WEC.

Os europeus, em contrapartida, não terão do que se queixar: gastarão menos em deslocamentos no próximo ano, porque no lugar do evento sul-americano entrou uma prova que acontecerá em Nürburgring, na Alemanha. Uma mudança excelente para Porsche e Audi, que farão um confronto direto pela primeira vez no território destes fabricantes.

A temporada de 2015 do WEC larga no dia 12 de abril, em Silverstone, duas semanas após o teste oficial de pré-temporada marcado para Paul Ricard. As 24 Horas de Le Mans estão marcadas para 13/14 de junho. O Mundial terá fim no Bahrein, em novembro.

No mais, Neveu sinaliza que um retorno pode acontecer em 2016. A FIA e o WEC têm um contrato com Emerson Fittipaldi, organizador do evento e esse contrato, mesmo com a prova não se realizando no próximo ano, deverá ser cumprido. Com o Bahrein já garantido pelos próximos três anos, a China – embora seja um importante mercado na Ásia – pode ser descartada devido ao pouco interesse do público local com o evento.

Agora, considerando que o campeonato precisa emplacar no país, é uma mudança que nos entristece. A corrida vai para o terceiro ano consecutivo e precisaria de uma continuidade para formar um público-alvo interessado no evento. É um golpe para a nossa pretensão de ver pilotos brasileiros vencendo aqui e essa exclusão do Brasil no calendário pode significar um desinteresse de mídia e patrocinadores nas performances de Lucas Di Grassi e Fernando Rees, os pilotos que disputam o campeonato a tempo inteiro neste ano.

O calendário do WEC, com a ausência do Brasil, ficou assim:

27/28 de março – The Prologue, Paul Ricard (França)
12 de abril – 6 Horas de Silverstone (Inglaterra)
2 de maio – 6 Horas de Spa-Francorchamps (Bélgica)
31 de maio – Journée Test das 24 Horas de Le Mans (França)
13/14 de junho – 24 Horas de Le Mans (França)
30 de agosto – 6 Horas de Nürburgring (Alemanha)
19 de setembro – 6 Horas de Austin (EUA)
11 de outubro – 6 Horas de Fuji (Japão)
1º de novembro – 6 Horas de Xangai (China)
21 de novembro – 6 Horas do Bahrein (Bahrein)

Comentários

  • Esperando ansiosamente o dia em que o WEC vai tomar vergonha na cara e eliminar as corridas do Bahrein e Xangai a favor de mais corridas em templos europeus em pleno verão. Se não o fizer, tudo bem, o Super GT/DTM tá ai, fungando no cangote.

  • Porque querem eliminar a China ? O publico lá não é essas coisas visto que só lotam só a reta principal e ainda assim a parte superior da arquibancada não tem publico como as outras no entorno da pista. Fora isso é uma etapa financeiramente atraente para o ACO. Algum motivo em especial para a China estar saindo do WEC no futuro ?

  • O perfil oficial das 6 horas de São Paulo no Facebook divulgou a seguinte nota:

    “IMPORTANTE: Porque não haverá corrida em 2015?

    A WEC quer abrir a temporada de 2016 no Brasil em março.
    Devido às reformas em Interlagos em 2015, a prova em 2015 teria de acontecer em Novembro de 2015. Devido à proximidade das duas datas (2015 e 2016) e a impossibilidade de utilizar Interlagos decidiu-se organizar o próximo evento em 2016.”

    Ou seja, pelo menos está confirmada a continuidade do evento, e o lado bom de estar no começo da temporada é a possibilidade de mais carros vierem, já que algumas equipes deixam o campeonato após Le Mans.