Ford fora do V8 Supercars

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Com o fim da produção do Falcon para o mercado australiano, a Ford deixa o V8 Supercars ao fim da próxima temporada

RIO DE JANEIRO – Péssima notícia para o International V8 Supercars. A Ford vai abandonar em caráter oficial o certame australiano de Turismo a partir do fim de 2015. Pela próxima temporada, até pelo compromisso já assumido com a equipe Ford Performance Racing e suas clientes, além da Dick Johnson Racing – em parceria com a Penske, o modelo Falcon FVR ainda continua nas pistas. Mas com o encerramento da produção do modelo para o mercado da Oceania, assim como a mudança de regulamento prevista para 2017, a coisa não tem volta.

Há pouco mais de um ano atrás, eu publicara um post falando da decisão da Holden em encerrar as operações na Austrália, o que deve acontecer justamente em 2017, quando o novo regulamento entrar em vigor. Será que até lá a Nissan, a Erebus (Mercedes) e a Volvo manterão o interesse vivo na competição? Sabemos, todavia, que o plantel de pilotos para o próximo ano tem algumas novidades, como a contratação de David Wall para o lugar de Robert Dahlgren na GRM/Polestar ao lado de Scott McLaughlin e a vinda de Ashley Walsh da Dunlop Series para a vaga de Lee Holdsworth na Erebus. Até agora, 21 nomes estão confirmados.

Mas nem tudo é notícia ruim: fala-se na entrada da Lexus (leia-se Toyota) na competição, quando o International V8 Supercars resolver a questão do novo regulamento. Na verdade, o que se sabe é que para daqui a três anos os modelos serão Coupé e com a cilindrada reduzida, dotados de turbocompressores. Se isto for sacramentado, inclusive o nome da competição sofrerá uma descaracterização em relação ao que conhecemos.

Comentários

  • Algumas mudanças no automobilismo deixam a gente sempre preocupados. Pq nem sempre são boas, tudo bem que novas tecnologias devem estar presentes mas…
    A Nascar acho que é uma excessão, não muda muita coisa, é sempre competitiva e o público adora.
    Falando em V8, acho que o Stoner viu que não anda tanto em quatro como em duas rodas né Rodrigo? E não consigo entender sua aposentadoria assim tão precoce na MotoGP.

  • É realmente uma péssima notícia, mas me parece que a Ford tem algum interesse em investir no fornecimento de motores para o endurance, visto os novos EcoBoost que puxaram os Riley no TUSCC e agora vão equipar também um LMP2 para a Michael Shank Racing a partir das 12h de Sebring.

  • Mattar, essa mundança de regulamento tem algo a ver com a unificação de regulamento entre DTM e a SuperGT (a versão japonesa da DTM)?

  • Descontando-se os motivos elencados pelo Rodrigo, lamentável constatar que, através de um muito bem orquestrado sistema de ‘conta-gotas’, a Ford vai se desligando das principais categorias*. Primeiro, junto ao WRC (verdadeira ‘ironia’, se levarmos em conta que em comunicado emitido em 2004, seu diretor de competições dizia que ‘enquanto existir o mundial de Rally, a Ford estará presente’. As voltas que o mundo dá…). Em 2009, houve o cancelamento do programa ‘Truck Series’ (algo igualmente irônico sair fora da chamada ‘terceira divisão’ da NASCAR: nos USA, a Ford é líder no segmento das picku-ups). Posteriormente – anúncio emitido no segundo semestre do ano passado –, a empresa também anunciou afastamento do certame americano de arrancada (NHRA), fazendo inclusive com que seu principal representante (John Force), acelere carro de outra montadora a partir de 2015. E agora, esta noticia envolvendo o certame australiano…
    Deve existir algum motivo para que uma firma que ‘vive’ destilando nos comunicados oficiais a importância do Automobilismo, afastar-se do esporte. Enquanto isso, vemos Toyota, Audi e Porsche colhendo os frutos de seu envolvimento no esporte (sem falar na magnifica campanha da Mercedes na F1).
    Menos mal, a Ford ainda apoia times nos certames NASCAR e Protótipos (USA). Que ao menos por lá permaneçam e não decepcionem admiradores.
    (#AssimEspero)
    Regards,

    Paulo Lava
    *Desnecessário citar que no Brazil o descaso da empresa para com o ramo ‘motorsport’ é para lá de conhecido. No site oficial INEXISTE qualquer menção ao Brasileiro de Marcas ou mesmo aos times que, de forma heroica, aceleram os modelos Cargo nas provas da F-Truck. E nem vou me estender sobre o fato de que nem mesmo o time que venceu o Rally Sertões 2014 na classe ‘Trucks’ tem destaque no site oficial da empresa…

    • McCoy, esse é o problema de colocar mulher no marketing, elas estão preocupadas em desenhar maçaneta que não quebra a unha ou porta treco para a bolsa. Carro de corrida ? é perigoso, faz barulho, e o vento estraga a chapinha !!!

      • A metodologia do CEO da empresa é maximilizar o lucro que ela terá sem se envolver no automobilismo. Sabemos que no esporte gasta-se muito dinheiro sem qualquer retorno a longo prazo. Só quem tiver muito dinheiro em caixa para poder gastar se envolverá ainda no automobilismo. Qualquer crise mundial ou o insucesso do projeto terá o seu investimento cortado sem cerimônia pela matriz seja no WRC, na F1 , na MotoGP, na WEC, na Nascar ou em qualquer que seja a categoria na qual a empresa estiver envolvida no momento!

  • Notei interessante comentário do internauta Marcos José, no qual ele a ressalta a metodologia de ALGUNS CEOs de empresa em termos de, in verbis, “maximilizar o lucro que ela terá sem se envolver no automobilismo”. Adiante, novamente in verbis, “só quem tiver muito dinheiro em caixa para poder gastar se envolverá ainda no automobilismo”. Admitindo-se que ambas situações são corretas, então penso que uma empresa que ‘vive’ alardeando a importância do automobilismo no chamado ‘core business’, deveria pensar duas vezes antes de registrar tal fato. Isto tudo, sem falar que seguidamente alguns CEOs da Ford vivem se vangloriando que, ao contrario da GM e Dodge, não precisaram bater à porta da White House para pedir empréstimos para sobreviver. Outro fato digno de destaque: em 2006, quando assumiu a presidência da Ford, Mr. Allan Mulahy, garantiu que a venda de empresas que estavam ‘empatando’ resultados (Aston Martin e Volvo) forneceram o chamado ‘oxigênio’ necessário para as próximas décadas – sem falar no aumento de caixa. Por fim, um dos integrantes do chamado ‘board of directors’, Mr. Edsel B. Ford II (um dos herdeiros do fundador) gosta de Automobilismo e, via comunicados e/ou discursos, também ressalta a importância do Automobilismo. Então, das duas uma: ou é exagero da empresa ou, vai ver, os gestores tem MEDO de se envolver com o esporte. Algo que, por sinal, presenciei aqui no RGS. Em um evento realizado no Velopark, representante da marca, ao ser indagado sobre a ausência da empresa no automobilismo nacional, disse frase ‘celebre’ – ‘A concorrência é acirrada e complicada’. Acirrada e complicada? Poxa vida… concorrência acirrada e complicada ‘quebra’ a padaria na pequena cidade aonde moro. Não uma empresa que ‘vive’ alardeando lucros milionários aos acionistas. Na boa: quem ‘treina’ esta gente para agir assim?