Mais do que o esperado: Mundial de Endurance vem com 35 carros!
RIO DE JANEIRO – Durante os últimos dias, li no Facebook e em outros lugares que o Mundial de Endurance (FIA WEC) não poderia comportar mais do que 32 carros a tempo inteiro para a temporada 2015, por questões de logística nas provas fora da Europa. Para o transporte dos bólidos e equipamentos, os organizadores alugam quatro aviões, que comportam oito carros cada. É o que diziam.
E pelo visto o ACO e a FIA vão ter que providenciar outro avião, mesmo que menor: foram anunciados 35 carros “full season” para a quarta temporada do WEC, superando todas as mais otimistas expectativas. Até que a tarefa do comitê de seleção, liderado por Sir Lindsay Owen Jones foi facilitada. Imaginem se a SMP Racing mantém os planos anteriormente engendrados e alinha seus dois BR01 Nissan na classe LMP2? Ia dar bulha, na certa, até porque o limite segundo o CEO Gérard Neveu é de 36 carros para um ano inteiro – isso enquanto Le Mans comportar 56 carros no grid e há planos futuros de aumentar o plantel para pelo menos 60.
Por categorias, o total está assim dividido: onze protótipos LMP1 – oito deles de equipes oficiais de fábrica, com a adesão da Nissan; dez carros na LMP2, que volta a apresentar um grid digno em comparação a 2014; e sete autos tanto na LMGTE-PRO quanto na LMGTE-AM. Três brasileiros estão confirmados na temporada toda: Lucas Di Grassi pela Audi (LMP1), Fernando Rees pela Aston Martin (LMGTE-PRO) e o novato Pipo Derani, que comporá no carro #28 da G-Drive Racing (LMP2) um trio só de latinos, com o colombiano Gustavo Yacaman e o mexicano Ricardo Gonzalez.
A LMGTE-AM foi a primeira a ser anunciada, e com novidade logo de cara: a volta da Larbre Competition e do Corvette C7-R ao campeonato. Além do time de Jack Lecomte, participarão as Ferrari F458 Italia GTE de AF Corse e SMP Racing, os Aston Martin Vantage GTE do construtor britânico e dois Porsche 991 RSR inscritos pela Proton Competition, sendo um deles em parceria com a equipe do galã estadunidense Patrick Dempsey. A outra vem com financiamento dos Emirados Árabes Unidos.
Na LMGTE-PRO, a única surpresa foi a Aston Martin aumentando seu plantel para três carros, com a adesão da Young Driver ao programa, num carro 100% formado por dinamarqueses (Nicki Thiim, Marco Sörensen e Christoffer Nygaard). A AF Corse segue representando a Ferrari e Olaf Manthey continua lado a lado com a Porsche. Os companheiros de Fernando Rees a bordo do #99 ainda não foram anunciados.
O plantel da LMP2 é disparado o que apresenta mais novidades. Pela terceira vez seguida, uma equipe campeã não se apresenta para defender seu título. A exemplo da Starworks, vencedora em 2012 e da OAK Racing, vitoriosa em 2013, a SMP Racing debandou do certame – anúncio este feito praticamente de última hora (embora a lista do WEC tenha sido fechada no dia 30 do mês passado). Mesmo assim, ninguém pode se queixar de quantidade – e muito menos de qualidade. São sete equipes diferentes envolvidas, seis chassis diferentes, três fabricantes de motor e dois fornecedores de pneus.
As novidades vêm de todos os cantos, a começar pela escuderia Tequila Patrón ESM com dois carros, a G-Drive investindo pesado também com dois carros, o regresso da OAK Racing e as estreias do Team SARD-Morand e da Signatech-Alpine. Faltou falar da Strakka Racing, confirmada para a última temporada e que, por conta dos mais diversos problemas, sequer conseguiu estrear o aguardado Dome S103 com motor Nissan. Para esse ano, a concorrência é pesada, com os dois novos HPD ARX-04b, o prometido Oreca 05, os remodelados Morgan EVO, o Alpine A450b e o competitivo Ligier JS P2.
Já a LMP1 terá o maior grid do ano e um dos melhores desde a criação do WEC. Serão onze bólidos, graças à estreia da Nissan com seu inovador e chocante protótipo Nissan GT-R LM Nismo. A montadora japonesa, inclusive, tratou de anunciar mais dois pilotos na confirmação de sua inscrição: o britânico Harry Tincknell, de 23 anos, chamou bastante a atenção por sua temporada espetacular a bordo do Zytek (agora Gibson) do Team Jota Sport no ELMS ano passado e foi guindado à turma de cima. O outro confirmado não é bem uma novidade, já era até esperado: Olivier Pla, 33 anos, traz toda a experiência a bordo dos carros de OAK Racing e G-Drive Racing, chegando finalmente ao posto de piloto oficial de fábrica em 2015.
Como era de se esperar, mudou a numeração dos Audi: os protótipos dos quatro anéis virão com os números #7 e #8 – e este último será o carro de Lucas Di Grassi, junto a Loïc Duval e Oliver Jarvis. Também a Porsche vai com outra numeração para 2015: #17 para o carro de Mark Webber/Brendon Hartley/Timo Bernhard e #18 para Marc Lieb/Neel Jani/Romain Dumas. A Toyota, logicamente, vai com os números #1 e #2 em seus TS040 Hybrid.
O campeonato começa pra valer dentro de 65 dias. Mas a grande maioria dos carros já poderá ser vista em ação no Prólogo do WEC, marcado para Paul Ricard nos dias 27 e 28 de março.
A lista completa dos inscritos do Mundial de Endurance 2015 está aqui
Muito bom ver o campeonato saudável e crescendo!
Du Ca-ra-lho!!!
Espetacular realmente, com brasileiros para quem só assiste se tiver brasileiro envolvido, várias fábricas e modelos diferentes. Só ficou o gostinho de quero mais pelo BR01 da SMP que só vai para Le Mans e pelo fato do Viper ficar na reserva, Do mais vai ser muito bom e conto com a melhora significativa da AUDI.
Muito Bom ver a WEC cada vez mais saudável e atraindo mais aficionados, Rodrigo! Esperava. contudo, ver mais Brazucas relacionados! Bem, sigo na torcida! Abraços!
Rá! Era exatamente como eu queria, um grid com 35 carros.
Acertei em cheio, né Rodrigo?
Na mosca, amigo.
Esse Rodolfo González é muito braçao. Vai estragar a equipe.
É Ricardo Gonzalez, não Rodolfo. Pus o nome incorreto, mas troquei.
Para os que ainda duvidam, está ai, o maior e melhor campeonato de automobilismo do mundo.
Sobre o retorno da categoria ao Brasil, vi que as categorias nacionais (Stock e Truck) programaram as etapas de Interlagos somente para dezembro…isso indica que de fato a grande reforma vai acontecer e assim o WEC pode realmente voltar ao Brasil ano que vem.