Climão na Sauber

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A poucos dias para o início da temporada 2015, Giedo Van der Garde pôs as manguinhas de fora: climão na Sauber

RIO DE JANEIRO – “Não é problema meu”. Giedo Van der Garde foi simples e objetivo quando lhe perguntaram sobre quem cederá lugar para ele na Sauber neste fim de semana de GP da Austrália.

Não, leitor, você não leu errado: o piloto holandês meteu um processo na equipe helvética por quebra de contrato. A justiça de Victoria, estado em que fica a cidade de Melbourne, deu ganho de casa ao “Power Guido” (ou Devagarde, como falam as más línguas) e no entendimento dos magistrados, ele é um dos pilotos titulares da Sauber para 2015, o que teoricamente coloca em risco o futuro de Marcus Ericsson ou de Felipe Nasr. Eu disse teoricamente…

Cabe aqui um lembrete. A situação de Van der Garde já não era das mais confortáveis. Ele e seus patrocinadores falharam o pagamento quando o piloto assinou um contrato de terceiro piloto e reserva imediato dos titulares anteriores, o alemão Adrian Sutil e o mexicano Estebán Gutiérrez. Nenhum dos três ficou a bordo. E o caso de Guido era o pior, porque no acordo assinado com a equipe estava prevista sua promoção a titular neste ano. Só que como ele não pagou pela vaga, a equipe se sentiu desobrigada no acordo. No popular, mandou o holandês catar coquinho.

Insatisfeito ao ver o lugar que ele achava ser seu ocupado por Nasr ou Ericsson, Van der Garde agiu através de seus advogados e impetrou a ação julgada e considerada procedente. Mas a Sauber não se dá por vencida: a equipe confirmou que vai recorrer da decisão, que deve sair ainda hoje, quarta-feira na Austrália.

Em casos como este, não duvidem: daqui a pouco quem vai dar o ar da graça é Bernie Ecclestone. O todo-poderoso da Fórmula 1 vai intervir, como fez noutras ocasiões, e dar a palavra final sobre o caso. O problema é o que a decisão da justiça pode acarretar para o futuro da Sauber. Em 1970, quando Jochen Rindt morreu nos treinos do GP da Itália, a Lotus foi condenada pelos tribunais daquele país e no ano seguinte, Colin Chapman nem pisou na terra da bota. Um único carro – o 56B a Turbina – foi inscrito por uma tal de Worldwide Racing para Emerson Fittipaldi.

Enfim, o climão está criado. Imaginem se o holandês assume de vez a titularidade? A equipe já não vai muito com a cara do sujeito. Depois dessa, então…

O Grande Prêmio está acompanhando todo o caso. Fiquem de olho!

Comentários

  • Ainda acho que o Van der Garde vai rodar nesse acordo.

    Se a Sauber usar esta cláusula do não pagamento dos patrocinadores dele (ao invés de ir pela justificativa do ajuste do banco), ele perde a vaga.

    E se ficar na equipe, não estranharia se a equipe fizesse um trabalho porco pro lado dele