Rali da Argentina, dia 3: a quebra da escrita e a primeira vitória de Meeke

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Kris Meeke e Paul Nagle comemoram: foi a primeira vitória da dupla no WRC e a primeira da Citroën desde 2013

RIO DE JANEIRO – O Rali da Argentina marcou o fim de uma longa escrita. Desde 2013, quando Dani Sordo venceu o Rali da Alemanha, a Citroën não vencia uma etapa do Campeonato Mundial de Rali, o WRC. A marca francesa também não ganhava em dobradinha desde o Rali da Nova Zelândia – em 2012 – e registre-se que este é o primeiro 1-2 em anos sem Sébastien Loeb na equipe.

Méritos do piloto britânico Kris Meeke, o primeiro súdito da rainha a conquistar uma vitória na geral em qualquer prova do WRC desde o lendário – e já falecido – Colin McRae, ídolo do vencedor do Rali da Argentina, a quem a vitória deste fim de semana foi dedicada. O piloto de 35 anos chega enfim ao seu maior momento dentro da competição, em seu segundo ano como piloto de fábrica.

Apesar de um furo de pneu neste domingo, com duas especiais em El Condor encerrando a competição, Meeke pôde comemorar merecidamente a conquista, mesmo tendo sido apenas o quinto mais veloz no Power Stage que conferiu pontos extras aos três mais velozes. Mads Østberg completou a dobradinha, chegando 18 segundos atrás do companheiro de equipe.

Depois deles, muitas mudanças: a começar por um inesperado problema mecânico que tirou Jari-Matti Latvala da disputa. Quando a fase não é boa, não há jeito que dê jeito: o finlandês podia chegar ao primeiro pódio no ano e minimizar o enorme prejuízo das três primeiras etapas e os seguidos insucessos que vêm prejudicando sua temporada. Mas terminar com zero ponto foi demais.

Tanto para o finlandês quanto para Thierry Neuville, que justamente no Power Stage colidiu com uma pedra e seu Hyundai i20 sofreu danos suficientes para que o belga também ficasse alijado da luta por pontos na competição. Andreas Mikkelsen, com o terceiro carro da equipe oficial Volkswagen, também não foi feliz e sofreu acidente semelhante, igualmente provocando sua desistência da prova.

Elfyn Evans também passou por percalços a bordo do Ford Fiesta da equipe M-Sport de Malcolm Wilson, mas graças à sua regularidade e a ter cometido menos erros, conseguiu seu primeiro pódio no WRC, seguido por Martin Prokop num 4º lugar bastante meritório. Dani Sordo ainda salvou dois pontos com o segundo melhor tempo no Power Stage e fechou o Rali da Argentina em quinto lugar, à frente do catari Khalid Al Qassimi, num terceiro Citroën DS3 WRC.

Abdulaziz Al-Kuwari fez a festa entre os pilotos do WRC2 que ocuparam as demais posições de sétimo a décimo, vencendo em sua categoria com vantagem de pouco mais de 2min45seg para o paraguaio Diego Domínguez, o sul-americano mais bem classificado no evento. Gustavo Saba e o ídolo local Federico Villagra conseguiram chegar ao fim entre os 10 primeiros, somando pontos pela primeira vez no WRC.

Apesar dos problemas que prejudicaram seu desempenho e impediram-no não só de vencer na Argentina pela primeira vez, como também manter a invencibilidade do início do campeonato, Sébastien Ogier foi o mais rápido do Power Stage, levando os três pontos extras para casa e mantendo a liderança do campeonato com 84 pontos, trinta e três à frente do novo vice-líder, Mads Østberg.

Resultado final do Rali da Argentina:

1. Meeke-Nagle (Citroen DS3 Wrc) in 3.41’44”9
2. Østberg-Andersson (Citroen DS3 Wrc) a 18”1
3. Evans-Barritt (Ford Fiesta RS Wrc) a 3’27”4
4. Prokop-Tomanek (Ford Fiesta RS Wrc) a 6’26”1
5. Sordo-Marti (Hyundai i20 Wrc) a 10’46”7
6. Al Qassimi-Patterson (Citroen DS3 Wrc) a 11’19”9
7. Al-Kuwari-Clarke (Ford Fiesta S2000) a 16’02”6
8. Dominguez-Galindo (Ford Fiesta R5) a 18’48”2
9. Saba-Cagnotti (Ford Fiesta R5) a 21’20”6
10. Villagra-Curletto (Ford Fiesta MR) a 25’19”6

Classificação do Campeonato:

1. Sébastien Ogier – 84 pontos
2. Mads Østberg – 51
3. Andreas Mikkelsen – 47
4. Elfyn Evans – 41
5. Kris Meeke e Thierry Neuville – 35
7. Dani Sordo – 30
8. Martin Prokop – 26
9. Jari-Matti Latvala – 19
10. Ott Tänak – 12
11. Hayden Paddon – 10
12. Khalid Al Qassimi – 8
13. Abdulaziz Al-Kuwari e Sébastien Loeb – 6
16. Diego Dominguez – 4
17. Yuriy Protasov, Nicolás Fuchs e Gustavo Saba – 2
20. Jari Ketomäa e Federico Villagra – 1

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