Desânimo

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RIO DE JANEIRO – O querido amigo Guilherme Spinelli, o Guiga, é hoje um dos principais nomes do off-road do país. E quando o assunto é Dakar, nos últimos anos o piloto nascido no Rio de Janeiro tornou-se um dos mais respeitados participantes da prova – e infelizmente um dos únicos brasileiros inscritos.

E quando o assunto é o interesse da passagem do evento organizado pela Amaury Sports Organisation (ASO) pelo Brasil, o piloto é taxativo.

“Zero. Zero, zero, zero. A CBA, o próprio governo brasileiro. A organização do Dakar exige uma estrutura muito grande dos países. Além do custo financeiro para o país, é muito importante, é fundamental, um envolvimento muito grande, principalmente na parte de segurança. Em todos os países, a gente vê ao longo do roteiro do rali o exército na rua, muito policiamento, enfim, para tornar o evento seguro como ele deve ser. E tem um custo muito alto para o país também”, analisa.

“Eu sei disso de conversar com o Etienne Lavigne, que é o diretor principal da empresa organizadora do Dakar, a ASO, ao longo de todos esses anos em que se especula a vinda para o Brasil, que, de fato, não é uma especulação. Eles se empenham muito em trazer o rali para o Brasil, mas eles têm as premissas deles, que não são simples também para um país receber, custear e atender essas premissas, mas, do lado do Brasil, eu acho que nunca houve o necessário interesse para que o rali viesse para cá”, opinou. “Talvez porque coincidiu com Copa, Olimpíada ou talvez até pela falta de interesse que o Brasil demonstra pelo automobilismo em geral, mais especificamente pelo rali”.

Tudo o que o Guiga diz aqui bate com tudo o que venho dizendo há anos aqui no blog. O interesse do governo pelo automobilismo inexiste e o empenho do ministério do Turismo é zero. Lamentável o desânimo do ASO, que não pode trabalhar sozinho, que já cogita jamais passar com o Dakar pelo país.

Leia a íntegra da entrevista com o piloto no Grande Prêmio.

Comentários

  • Triste realidade…podemos ter o mesmo sentimento em relação ao WEC…sinceramente não boto fé no retorno do mundial de endurance ao Brasil, pois as reformas de Interlagos nitidamente visam atender apenas aos interesses da F1.