18 anos depois, deu BMW nas 24h de Spa

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A trinca Lucas Luhr/Markus Palttala/Nicky Catsburg venceu neste domingo as 24h de Spa

RIO DE JANEIRO – Marc Duez, Eric Van de Poele e Alain Cudini – dois pilotos da Bélgica e um da França – tinham sido os últimos vencedores com um modelo BMW nas 24 Horas de Spa-Francorchamps. Até este fim de semana: Lucas Luhr/Markus Palttala/Nicky Catsburg devolveram ao construtor de Munique um triunfo que a marca não conhecia havia mais de uma década e meia. A bordo da Z4 GT3 da Marc VDS Racing, a trinca faturou neste sábado e domingo a prova mais longa do calendário do Blancpain Endurance Series, quarta da temporada 2015.

A corrida, uma das mais emocionantes da história da prova, terminou com 536 voltas completadas e com todos os ingredientes que sempre permeiam o evento na Bélgica. Muita chuva, vários acidentes e as quebras costumeiras que deixaram muita gente pelo caminho, inclusive a BMW #45 de Dirk Werner/Maxime Martin/Augusto Farfus, que liderava quando abandonou na altura da 400ª volta por quebra de motor. Detalhe: a trinca estava na liderança e os companheiros da equipe chefiada por Marc Van der Straeten herdaram a ponta para não perderem mais.

Pole position, o Audi #2 de Frank Stippler/Nico Müller/Stéphane Ortelli acabou a disputa em 2º lugar, uma volta atrás. Outro carro do construtor de Ingolstadt, o #5 de Christopher Mies/Christian Mamerow/Nicki Thiim, alinhado pela Phoenix Racing, acabou com a terceira posição no pódio após a quebra cruel da Mercedes #99 da ROWE Racing: o carro de Dani Juncadella/Nico Bastian/Stef Dusseldorp ficou pelo caminho faltando menos de 45 minutos para a quadriculada. Outra falha mecânica cruel foi com a BMW de Alex Zanardi/Timo Glock/Bruno Spengler, que terminariam tranquilamente entre os dez primeiros e abandonaram pouco depois da 23ª hora com o carro da Roal Motorsport.

A AF Corse chegou em 4º na geral com Pasin Lathouras/Stéphane Lemeret/Gianmaria Bruni/Alessandro Pier Guidi. A Ferrari #47 venceu na divisão Pro-Am Cup com duas voltas de vantagem para Matt Griffin/Duncan Cameron/Francisco Guedes/Davide Rigon. Com este resultado, Griffin e Cameron conquistam por antecipação o título do BES na categoria.

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Na primeira prova de 24 Horas de uma equipe 100% brasileira no exterior, o BMW Team Brasil fez um bom trabalho, terminando em 13º na geral e sétimo na classe Pro (Foto: Luca Bassani/Divulgação)

Para os outros brasileiros, a corrida não foi menos atribulada que a de Farfus, mas pelo menos todos os demais receberam a quadriculada. O trio Cacá Bueno/Sérgio Jimenez/Felipe Fraga enfrentou dificuldades, começando por uma posição de largada desfavorável e os desafios sempre existentes numa prova desta natureza, para terminar em 13º lugar na geral e sétimo na classe Pro Cup, 20 voltas atrás dos vencedores. Sem dúvida, um resultado bastante auspicioso.

“Foi bom. Não fosse esse problema elétrico na madrugada poderíamos ter chegado em quinto no geral, que era o nosso objetivo inicial antes dos problemas no classificatório. Quando paramos, perdemos uma meia hora nos boxes e isso chegou a mexer com o ânimo do time. Mas nos mantemos focados, porque o objetivo não era só terminar. Queríamos chegar entre os dez primeiros e, pelo menos na nossa categoria, conseguimos”, destacou Cacá Bueno.

Bruno Senna e os parceiros Adrian Quaife-Hobbs e Álvaro Parente tiveram ótimo desempenho enquanto foi possível. A trinca da Von Ryan Racing chegou a ocupar a quarta posição na classificação geral, mas acabaram em 18º na geral – décimo na Pro Cup – perdendo 25 voltas em relação aos vencedores.

Na classe Am Cup, a vitória nas 24h de Spa foi da equipe britânica Parker Racing. Com o Audi R8 LMS Ultra #24, John Loggie/Benny Simonsen/Callum McLeod/Julian Westwood acabaram em 14º lugar, com 513 voltas concluídas – duas a mais que o Porsche de Jürgen Haring/Dimitros Konstantinou/Karl Wlazik/Frank Schimkler, da Attempto Racing e três à frente de Stephen Earle/Liam Talbot/Marco Zanuttini/Marc Rostan, da Kessel Racing.

A última etapa do Blancpain Endurance Series será em Nürburgring, na Alemanha, dia 20 de setembro.

Comentários

  • Pessoal,

    Bom dia.

    Acompanhei pelo site deles aovivo sempre…

    A FIA tem que acabar…

    Foram remendar o guardrail e tinha além de fiscais despreparados e STAFF despreparado, dois ou 3 caras de bermuda e tenis sem meias, operando serra de disco com motor de combustão e outro igualmente de bermuda, sem óculos de proteção ou protetor facial, sem luvas e vestimentas adeuadas, operando um maçarico pra cortar, conformar e soldar o guardail…

    Na NASCAR, que dizem ser chata e tal, os caras tem 5 carros de apoio no mínimo, cada um com sua função. Inclusive, bem recentemente, um guardrail ou softwall precisou de concerto na INDY e os caras já tinham chapas de aço cortadas e máquina de solda MIG MAG, fora todo o resto para realizar o serviço de campo…

    Esta FIA tem que acabar…

    O que dizer dos tracklimits na disouta entre Ricciardo e Hamilton ??? Os dois foram lá fora, acelerando e voltaram na frente do Kvyat na curva seguinte… ninguém nem investigado… tá loco…

    É uma várzea esta FIA…

    Tem que acabar com estas áreas asfaltadas ou pista após zebra…

    Depois da zebra é grama ou brita e deu… se é maneta vai ficar atolado e deu…

    Mas não… quem quiser usar além de tudo usa, se quiserem julgar talvez seja feito, e quem foi prejudicado já era…

    Tá loco…

  • Acho que você está culpando o pessoal errado, primeiro que quem tem que consertar as instalações de pista, especialmente quando os danos são causados durante o evento, são contratados pelos administradores do autódromo, não o órgão que sanciona a corrida; e quem tem de punir os pilotos por infrações durante a corrida é a direção da prova, que não necessariamente representa diretamente a FIA.

    A NASCAR, que eu saiba, não é afiliada da FIA. Ela trabalha com padrões e regras próprios, muitos dos quais foram “importados” para a Europa anos depois de serem implantados nas categorias internacionais. O HANS device e soft wall são exemplos disso.

    Além disso tudo, as corridas da NASCAR ocorrem em circuitos ovais, com as óbvias exceções de Sonoma e Watkins Glen, o que proporciona melhor logística para consertar danos à estrutura do autódromo durante uma corrida, basta comparar Daytona ou Talladega com circuitos mistos grandes como Spa-Francorchamps ou Sarthe (durante as 24h de Mans).

  • Pedro,

    Ok, porém:

    1 – O Charlie Whiting é FIA.

    2 – Quem contrata é igualmente ou mais responsável pelo serviço prestado. Ou vão contratar empresa de Zé da Esquina de chinelo e calção pra fazer os Boxes ou a tubulação de água ???

    3 – Hoje a FIA diz que não pode haver GP algum sem Helicóptero e ambulância. Por aqui nos regionais nossos tendo ambulância já era e deu… Não custaria nada a FIA colocar na regra que além de Medical Car e resgate médico, que é da FIA, deveria ter no mínimo um guincho plataforma e uma VAN equipada com infra para limpeza.

    Tinham dois caras varrendo a pista com vassouras de palha… PÔ !!!! Nem um vassourão retangular de R$ 20 pila que os garís daqui do 3° mundo usam os caras tinham… em SPA ???!!!!

    Quem manda no GP é a FIA. Quem presta serviço e trabalha no evento é de responsabilidade da FIA.

    Minha opinião.

    Mas tranquilo… vamos ver as próximas…

    • Só um aparte: as 24h de Spa-Francorchamps não são de responsabilidade da FIA e sim da Stéphane Ratel Organisation (SRO), que organiza o Blancpain Endurance Series com a chancela do Real Automóvel Clube da Bélgica. Este é que fica responsável pelos serviços de logística, incluindo resgate, equipe de sinalizadores, helicóptero e tudo o mais. Se houve problemas em Spa nas 24h, a FIA não é culpada.

  • Bela prova….24 HORAS são 24 HORAS….e tudo pode acontecer. Parabéns a BMW que desde o início mostrou força e competência. Parabéns ao time brasileiro, aguerrido e focado num só objetivo: terminar a prova, bem posicionado e adquirindo experiências para futuras provas de longa duração. Decepção: A AUDI apostou muito nesta prova e mais uma vez, assim como LE MANS, sucumbiu ao longo da prova.

  • Rodrigo,

    Bom dia.

    OK. Muito obrigado pelas informações. Eu na minha ignorância achava que a FIA seria a entidade MASTER para qualquer competição Motorsport na Europa ou fora dos EUA… digamos assim…

    Obrigado pelos esclarecimentos.

  • Sobre os comentários acima, cabe lembrar que a série “Sprint” dessa competição, já teve chancela da fia, inclusive com status de campeonato mundial de carros na antiga classe GT1 até 2011, e ainda vindo ao Brasil em 2010.
    Sobre a corrida, assisti apenas o começo, pois tive compromissos neste fim de semana que impediram de acompanhar…o resultado do Tem Brazil foi excelente, tendo em vista o fato de ser a primeira experiência deles na prova. Aliás, a vitória do carro #46 mostra que o modelo BMW Z4 iria muito mais longe se o BoP das séries Blancpain fosse mais justo com eles, pois desde 2012 há um certo domínio revesado entre Audi R8 LMS e Mercedes SLS AMG.

    • Fernando,

      Estive lá neste fds. A Marc Vds teve um patrocínio de 1,2 milhões de Euros da BMW e a Roal teve um outro tanto. Apesar da BMW dizer que os motores nossos e deles tinha a mesma cavalaria com certeza o deles só tinha cavalo de raça e o nosso só pangaré. A gnt tinha os dados da Roal e vimos que eles colocavam 0,5s no primeiro trecho e mais 0,3s no ultimo ´só de motor. No trecho mais longo de miolo era bem parecido. Na classificação não conseguimos nenhuma volta limpa. E para finalizar a BMW nos forneceram um câmbio velho com o par de direta invertida como novo que nos fez perder quase todo teste de terça que era muito importante para nós e nem deram desculpas ou explicação, só no final do treino abrindo o cambio na frente deles provamos que era um cambio velho que inclusive alem do par de direta estar montado errado ele era da especificação de 2012 (alem dos rolamentos estarem gastos).

      • Barbaridade, o serviço de fornecimento e atendimento para as equipes clientes da BMW deve ser franquia da Tabajara 171 Racing!

  • Bããã… mas a BMW enviou peças ruins, digamos assim, após pagamento ???

    Bããããã… por esta Eu não esperava…

    Que falta de respeito com o Cliente…

    Até entendo que com o patrocínio que os outros do #46 tinham, eles puderam comprar uma atualização mais forte de motor… mas a BMW vender peças usadas… é de cair os butiás do bolso…

    Tá loco…

    • Tão trocando de carro e estão mandando as sobras do estoque pra nós incautos. Se eles não tivessem invertido o par de direta talvez nunca descobriríamos que o cambio estava errado.

    • E não tem atualização de motor não…eles receberem um especial da BMW na faixa, como tudo deles. Em Paul Richard eles tomaram mais de meio segundo da gnt nos primeiros treinos e mandaram buscar na fábrica e não do caminhão um novo motor.

  • Complicado, Luis Felipe.

    Mostra também uma certa falta de sensibilidade da BMW com seus clientes, ainda que não sejam aqueles tidos como “oficiais de fábrica”, como é o caso do Team Brazil, que ainda assim fez um excepcional trabalho em Spa. Isso com certeza vai pesar na decisão do Hermann & Cia sobre o novo carro ser da montadora ou não para a próxima temporada…se eu tivesse que apostar, apostaria no Team Brazil com uma outra marca ano que vem.