6h de Nürburgring: Porsche absoluta na primeira vitória do #17
RIO DE JANEIRO – Diante de um público de 62 mil espectadores (alguém ainda acredita que o Brasil realmente volta ao calendário?), o Mundial de Endurance disputou sua 4ª etapa no circuito de Nürburgring, o mesmo que teria sido o palco do GP da Alemanha de Fórmula 1, que acabou não disputado. E os construtores alemães – ou melhor, um construtor – fizeram a festa. A Porsche foi a grande estrela do evento: venceu não só na classe principal – a LMP1 – como também na LMGTE-PRO, ambas em dobradinha. E o grande barato acabou sendo a primeira vitória de Mark Webber na competição.
O australiano, que fizera 39 anos na última quinta-feira, ganhou um presente atrasado. Após 12 corridas, foi o primeiro triunfo dele e dos parceiros Brendon Hartley e Timo Bernhard desde a volta da Porsche aos protótipos. É a primeira vez que a marca de Weissach ganha duas corridas consecutivas. E foi a primeira dobradinha da história da equipe oficial de fábrica no novo formato do FIA WEC.
Com sol e calor, os pilotos deram a largada pontualmente às 8h de Brasília com o #18 tripulado por Neel Jani na pole. O carro pole position disparou na liderança enquanto o #17 tinha um início atribulado, com direito a troca do nariz do protótipo. Mas quem teve problemas – graves, por sinal – foi o #18 de Jani, Marc Lieb e Romain Dumas. Por uma infração do regulamento acerca do consumo de combustível, a trinca levou nada menos que três stop & go, o último deles de um minuto. Os engenheiros se justificaram dizendo que um software do carro enfrentara uma pane. Quando consertaram o problema, perderam uma volta e aí já era tarde para discutir a vitória.
Mesmo com três períodos de “Full Course Yellow”, com o Safety Car virtual, a vitória do #17 jamais foi ameaçada. Bernhard, Webber e Hartley fizeram um excelente trabalho ao longo da disputa e dominaram para chegar à quadriculada completando um total de 203 voltas. A trinca formada por Jani, Lieb e Dumas ainda recuperou terreno e, mesmo com as três penalizações, ainda chegaram em 2º lugar, superando em mais de 15 segundos o Audi R18 e-tron quattro de Marcel Fässler/Andre Lotterer/Bénoit Tréluyer. Líderes do campeonato, eles conseguiram mais um importante resultado em busca do título. Agora eles têm 17 pontos de vantagem justamente para a trinca vencedora na Alemanha.
Lucas Di Grassi e seus parceiros Oliver Jarvis e Loïc Duval poderiam perfeitamente terminar melhor colocados na prova. Mas um pit stop desastroso deixou a trinca na quarta colocação, a apenas 2″171 do pódio. Não fosse a estrondosa recuperação do #18 e o problema na parada, o piloto brasileiro da Audi tinha chance de alcançar seu melhor resultado no ano. Já a Toyota não tem o que comemorar. O TS040 Hybrid continua com um crônico problema de falta de ritmo e os protótipos japoneses cumpriram tabela. Acabaram em 5º e 6º lugar, a três e quatro voltas, respectivamente, dos vencedores.
Entre os LMP1 não oficiais, o #13 da Rebellion nem largou. Ficou no meio da pista com problemas insolúveis e não voltou à disputa. Mesmo com a queda do aerofólio traseiro, o CLM P1/01 AER Biturbo da ByKolles Racing ainda chegou à frente do #12 da Rebellion e levou os 25 pontos da vitória entre os protótipos sem sistemas híbridos. Simon Trummer e Pierre Kaffer, que andaram inclusive entre os oito primeiros no início da disputa, fecharam a prova com 28 voltas de atraso, em 18º lugar.
Na LMP2, a KCMG experimentou mais uma vez o doce sabor da vitória, numa performance dominante de seu Oreca 05 Coupé desde os treinos. Pole position da categoria, o trio formado por Nick Tandy/Matt Howson/Richard Bradley faturou a categoria com direito ao 8º posto na geral e com uma vantagem superior a um minuto em relação ao Ligier JS P2 #26 da G-Drive Racing, tripulado por Sam Bird/Roman Rusinov/Julien Canal.
Se não houve a chance de triunfar na Alemanha, pelo menos o brasileiro Pipo Derani subiu ao pódio mais uma vez no WEC: ele e os colegas Ricardo González e Gustavo Yacamán tiveram um bom desempenho durante a disputa, completando em 10º na geral e em terceiro na LMP2. Mais 15 pontos para a conta, o que mantém a trinca em segundo no FIA World Endurance Trophy da categoria, com 89 pontos somados. Howson e Bradley têm 104.
O Team SARD Morand alcançou outro bom resultado no campeonato: chegou em 4º lugar com o Morgan EVO, à frente do Alpine A450b Nissan da Signatech Alpine. A equipe Tequila Patrón ESM completou os seis primeiros da categoria, com o carro guiado por Scott Sharp/Ryan Dalziel/David Heinemeier-Hänsson.
Como já dito algumas linhas acima, a Porsche também triunfou em 1-2 na LMGTE-PRO: o carro #91 de Michael Christensen/Richard Lietz levou os 25 pontos da vitória, com o 15º lugar na geral – uma volta à frente do #92 de Fred Makowiecki/Patrick Pilet. Os alemães foram amplamente beneficiados por uma falha eletrônica na Ferrari de Gianmaria Bruni/Toni Vilander, favoritos ao primeiro lugar e líderes do campeonato até as 24h de Le Mans. A dupla da AF Corse acabou em 30º (e último) na geral e sétimo na categoria, oito voltas atrás do Porsche vencedor. Com isso, a liderança do FIA World Endurance Cup entre os pilotos de Grã-Turismo é agora de Richard Lietz, com 73 pontos – um a mais que Davide Rigon/James Calado.
O brasileiro Fernando Rees não teve chances contra as rivais Porsche e Ferrari em seu Aston Martin #99. Ele e seus parceiros Richie Stanaway e Alex MacDowall completaram a prova em 20º na geral e quinto na LMGTE-PRO. A trinca agora ocupa o 6º lugar na classificação do campeonato, com 49 pontos. Já na LMGTE-AM, a SMP Racing recuperou-se espetacularmente para ganhar mais uma prova na temporada, com a Ferrari guiada por Viktor Shaitar/Aleksej Basov/Andrea Bertolini. A trinca do time russo soma agora 106 pontos na classificação, 25 a mais que Rui Águas/François Perrodo/Emmanuel Collard, que chegaram hoje em terceiro. O Aston Martin de Pedro Lamy/Paul Dalla Lana/Mathias Lauda recuperou-se após o desastre em Le Mans, chegando em segundo.
O Porsche de Patrick Long/Marco Seefried/Patrick Dempsey chegou a liderar – mas acabou apenas em quarto, a apenas três segundos e meio do pódio. A Larbre Competition (finalmente!) somou os primeiros pontos do ano após três abandonos seguidos com o 5º lugar de Gianluca Roda/Paolo Ruberti/Kristian Poulsen.
Próxima prova do WEC: as 6h de Austin, a Lone Star Le Mans, daqui a três semanas.
A corrida foi interessante, a Porsche deitou e rolou em casa, mas a disputa pelo pela segunda posição no overall foi bem renhida e foi no detalhe a definição. Esperava mais da ESM, foi um grande erro trocar o bom, porém “velho” 03b pelo Ligier JS P2 de mesma motorização, o time ainda não se acertou com o carro mesmo tendo uma trinca para disputar o titulo. Por fim, porque o pessimismo pelo não retorno do WEC no Brasil ? Também acho que não volta, mas é por qual motivo ? Falta de promotor ou a FIA/ACO quebraram o contrato com o autodromo ?
O pessimismo é pelo seguinte: Interlagos, cada vez mais, só é reservada para o GP do Brasil. A pista é fechada por um período inexplicavemente longo, não acha?
Quanto à questão do promotor, o Emerson ficou devendo aos fornecedores nas edições de 2012 e 2013. Como você acha que ele pode continuar promovendo a corrida?
Realmente o Emerson está sujo na rodinha, ainda mais com Gerard Neveu dizendo que “Emerson como promotor é um excelente piloto”. Já ouvi boatos que a FIA/ACO tirou a organização dele no proprio ano passado e que o Col iria assumir. Sem contar que ele deve desde que era promotor da Rio 200 e que ano passado foi uma organização ao contrário do evento. Agora sobre Interlagos, é um autodromo que depende da F1 senão morre, enfim, tanto que a Superbike Series hoke (alias, excelente transmissão do FOX Sports) estava improvisada lá no circuito antigo, como ocorreu em 2013, ironicamente quando foi preliminar do WEC.
Que maravilha, mais uma vitória da Porsche…e com o #17..
Agora, além de ser praticamente a casa de alguns dos principais construtores, a festa do público de hoje é praticamente a “pá de cal” em Interlagos e no Brasil para o WEC…esqueçam!!
Não é pessimismo, e sim realismo.
Yeeessssssssss….PORSCHE PORSCHE PORSCHE PORSCHE….4 vezes PORSCHE….arrasamos…Só a PORSCHE tem 17 vitórias em LE MANS!
Fiquei surpreso com o ritmo dominante da Porsche, pois houve aquela mudança no consumo permitido que favoreceu a Audi. Achava que devido a isso os Audis teriam um ritmo de corrida melhor que o da Porsche mas me enganei redondamente.
Se o carro 18 nao tivesse tomado aqueles Penalties, teria terminado umas 3 voltas na frente dos Audis.
Em Le Mans foi dobradinha da Porsche também. E di Grassi, disparado melhor piloto da Audi na corrida. Só não ficou em terceiro porque a Audi deu preferência ao outro carro.
Melhor atuação do Di Grassi no WEC até aqui.
O que só evidencia como o Jarvis é o elo fraco na rodinha. Muito propenso a erros e, na média, é sempre ele quem faz os tempos mais lentos no #8 em corrida.
Rodrigo, a Fox não pensa em fazer transmissões do WEC, não? Dá uma força lá.
É uma categoria que só está crescendo.
Tiago, agora só posso tentar algo em 2016. Pro resto do ano não dá mais.
Puts!!!! Que pena Rodrigo, vcs são muito bons nisso. Fui em todas as corridas da WEC aqui em Interlagos é muito legal ver tantos carros em uma só corrida.
Uma pergunta: porque os Toyotas estão andando tão andando lá trás????
A transmissão de Le Mans ficou pra história, foi muito legal. Abraços.
Sem querer desmerecer, de forma alguma, o trabalho apaixonado do Rodrigo na Fox, a melhor opção para acompanhar o WEC é baixar o aplicativo pra celular e tablet, assinar (não é tão caro), e assistir as corridas, treinos e classificações ao vivo.
Até porque eu acho remotíssima a possibilidade de que qualquer emissora de TV brasileira vá se comprometer com eventos esportivos que duram, no mínimo, seis horas e atraem, cada vez mais, um público de nicho.
A narração da transmissão no app é da maior qualidade (Radio Le Mans) e, se você tiver Chromecast ou algo do gênero, dá pra jogar na TV. Também da pra ver no PC e ligar na tv por HDMI.
Como a Fox Latin America tem os direitos para o resto do continente, poderemos tentar nos incluir para 2016. Nem que tenhamos que exibir os compactos de 52′. Já é alguma coisa. É melhor do que não ter nada.
Olá Rodrigo! Todas as outras corridas do WEC têm a versão “Full Race” no Youtube. Essa de Nurburgring eu não estou achando. Será que tem o VT completo em algum site? Valeu! Abraço!
Creio que não, ainda.